Capítulo 1

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25 de maio de 2015

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25 de maio de 2015

Querido Edmund,

Estou com saudades, você já não responde mais minhas cartas. Acho que está me ignorando, porém tudo que quero é não o deixar sozinho.
Mamãe está muito mal, em todo momento toca em seu nome e chora. Eu nunca entendi seus motivos para fazer aquilo, sempre vou até aquele posto, fico imaginando o que aconteceu. Não consigo acreditar nas palavras do jornalista, nem da promotoria.
Você como um ótimo irmão e filho, ficamos assustados ao ver que passaria os próximos anos na cadeia.

Como não responde minhas cartas, pararei de escrever, mas saiba, que sempre pensarei e acreditarei em você.

A esperança é a poesia da dor, é a promessa eternamente suspensa diante dos olhos que choram e do coração que padece. — Paolo Mantegazza.

Com amor, Maya, sua querida Irmã.

Peguei o envelope e escrevi o remetente e o destinatário.

Destinatário:

Edmund Johnson, preso 279 - Cela C-66
CP94964 - Penitenciária Estadual de San Quentin

Eu adorava me comunicar por cartas, apesar de hoje em dia, ninguém mais escrevê-las. Após colar a carta, fui ao correio, enviá-la o quanto antes. Eu não queria que fosse a última carta, amava meu irmão e queria resposta, assim saberia que estava tudo bem na prisão.

Nunca imaginamos que isso aconteceria com nossa família. Papai sendo um policial, mamãe professora, Edmund um ótimo jogador de futebol americano e eu a oradora da turma. Éramos a família perfeita, com ótimos pais.

As coisas para Edmund começaram a desmanchar, logo após seu acidente. Acabou machucando o joelho e isso o impediu de entrar na faculdade com bolsa de futebol. Então, ele achou que o jeito mais fácil de ganhar dinheiro, era roubando daqueles que trabalharam o mês inteiro.

Começou com pequenos furtos e então, começou a roubar lojas e naquela fatídica noite, ele roubou um posto, um homem reagiu ao assalto, em um ato de desespero, acabou atirando no homem. Isso o condenou em regime fechado na penitenciária Estadual de San Quentin, próximo a nossa cidade.

Eu queria visitá-lo, mas papai nos proibiu, dizendo que ele não merecia a nossa visita, mandava cartas escondidas de meu pai.

Edmund, sendo dois anos mais velho, sempre cuidou de mim, como sua irmã mais nova, me protegia dos "pretendentes".

Alcancei meu casaco no armário, quando ouvi meu nome sendo chamado.

— Maya. — Coloquei o casaco e me virei, para encará-lo.

— Sim, papai.

— Aonde você vai?

— Eu estava indo para a casa de Lauren. Temos um trabalho para terminar. — Ele ficou alguns segundos me analisando.

Senhor Perigoso - DEGUSTAÇÃO - 1º - Série SenhoresOnde histórias criam vida. Descubra agora