Capítulo 3

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Penitenciária Estadual de San Quentin
Cela C-66.

Luke Petkovic

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60...

— Detento, carta para você. — Continuei com minha flexão, estava claro que não era para mim. — Detento!!! — Ele gritou.

Parei de fazer minha flexão, nervoso. Soquei o braço do meu colega de cela.

— Levanta, carta para você.

— Não, a carta é para você, detento. — Virei-me para ele.

— Falou que é minha?

— Sim, você não é Luke Petkovic. — Confirmei com a cabeça, me aproximei das grades e peguei a carta entre os ferros.

— Não foi você que disse que não tinha família.

— Foi, mas parece que alguém se lembrou de mim. — Sentei-me na minha cama, quando fui olhar o remetente, quase fiquei surpreendido, mas uma parte de mim sabia que ela me responderia de volta, não sei bem o motivo.

A carta já estava aberta, então tirei a carta, um cheiro de flores tomou conta. Levei a carta até o nariz e senti um cheiro doce, não pude deixar de rir. Não acreditei que ela poderia borrifar perfume na folha, confesso que gostei, fazia um tempo que não sentia um perfume assim. Apesar do meu rolo com a diretora do presídio, ela nunca cheira a rosas.

Abri a carta com um sorriso no rosto.

(Caro) querido Luke,

Eu realmente não esperava uma resposta, quando soube que havia uma carta para mim, meu coração quase saiu pela boca. A princípio pensei que fosse do meu irmão, então fui para minha casa (correndo), assim poderia ler com calma, mas para minha surpresa era de um preso diferente, o preso 388 e também colega de cela do meu irmão.

Eu poderia contar os motivos pelos quais me levou a escrever essa carta, mas você me acharia estranha. Quando li sua carta, me senti tocada, como nas palavras do poema.

" [...]

Nós recordamos — se o fazem — não como violentos.

Almas danadas, mas apenas

Como homens ocos

Os homens empalhados

[...]"

O principal motivo de haver um retorno é que quando você escreveu " nunca recebi uma carta, mas sou um homem acostumado com essa vida, em meio ao caos, eu sobressaio." Ninguém é acostumado com o vazio, ainda mais em uma cela vazia e fria. Não estou com pena, longe disso, mas algumas palavras trocadas não farão mal a ninguém.

Senhor Perigoso - DEGUSTAÇÃO - 1º - Série SenhoresOnde histórias criam vida. Descubra agora