Capítulo dez

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Acordei dentro de um quarto com paredes brancas e com cheiro de hospital onde eu provavelmente estava já que o meu corpo estava cheio de aparelhos. Minha cabeça doía muito, mas percebi que não estava sozinha quando vi um homem que estava ao meu lado ele tinha um cheiro conhecido, mas a dor que estava sentindo me impedia de raciocinar direito.

Ele se levantou quando percebeu que eu estava acordada, nunca esqueceria aquele par de olhos azuis e os efeitos que eles causavam em mim. Ele estava diferente com a barba por fazer e os cabelos compridos preso num coque bagunçado nunca esteve mais lindo do que naquele momento.

-Fred! –Falei mais minha voz soou fraca.

-Eliza! –Disse assustado.

-Minha cabeça está doendo. –Disse fraco. –O que aconteceu?

-Você foi atropelada depois que discutimos.

Claro! Eu tinha brigado com o Fred fui correndo para atravessar a rua e não percebi o carro que veio em minha direção e me atingiu.

-Quanto tempo eu estou aqui? –Perguntei.

-Oito meses. –Disse e em seus olhos percebi uma tristeza que nunca tinha visto antes.

-Oito meses? –perguntei perplexa.

-Sim! Oito meses. –Um médico respondeu entrando no quarto.

Ele parecia muito comigo, era ruivo e com um pouco mais de sardas do que eu, mas o os olhos verdes eram idênticos aos meus assim com o cabelo cacheado.Ele percebeu que eu estava espantada não só pelo tempo de internação que eu tinha ali, mas pela semelhança que nós tínhamos.

-Sim! Nós somos muito parecidos. –Disse com um sorriso largo no rosto. –Mas agora vamos fazer alguns exames e vou te dar um remédio, está com dor?

-Sim, muita dor de cabeça.

Como alguém podia ser tão parecido assim comigo? Ele deveria ter o dobro da minha idade, mas era incontestável de que nós dois nos parecíamos muito.

-Eu vou com você. –O Fred disse.

-Eu não quero! –disse grossa. Não concebia a ideia de ser traída por ele e agir normalmente nesse sentido eu não me parecia com Jesus, não naquele momento.

-Deixa de estar na defensiva. –Disse sério. –Poxa! Eu fiquei aqui oito meses esperando você acordar e você já acorda me dispensando. –Disse com raiva no olhar.

-Eu pedi para você ficar aqui? –Disse e ele saiu do quarto pisando duro.

O médico ficou nos observando, mas não disse nada antes de me dar o remédio para dor.

-Eu não quero me intrometer, mas ele veio te visitar todos os dias assim como um rapaz bem forte e loiro –Ele disse.

Eu sabia que o Hugo estaria do meu lado em qualquer circunstância, mas me surpreendi pelo fato de o Fred ter estado ali todos aqueles dias.

-Eu não consigo confiar mais nele, fui a única que confiou e ele me traiu.

-Eram namorados?

-Não, mas eu lhe daria essa chance se ele passe no meu teste o que não aconteceu.

O Dr. Chamou uma enfermeira que me acompanhou nos procedimentos que tive que passar. Quando voltei para o quarto meus pais e irmãos estavam lá. Todos me abraçaram e não pude evitar chorar também.

Dois dias depois que acordei o Fred não foi mais me visitar recebi alta e fui para casa. Eles me perguntaram como tinha sido o acidente eu lhes contei o que eu lembra omitindo apenas o fato de ter brigado como Fred antes de ter saindo daquele restaurante correndo feito uma louca.

Descobri o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora