Capítulo treze

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Por Hugo 

O Silas quis voltar dirigindo ele tinha dormido pela tarde o que não o deixaria com sono na estrada, a Manu estava no carona e eu estava atrás com a Eliza ela estava deitada no meu colo tinha pegado no sono depois de tanto chorar.

Ela era tão sensível e delicada não entendia o que deu da cabeça do Fred em brigar com ela daquela forma. A Eliza sempre foi daquele jeito, decidida, determinada, mandona, dona do próprio nariz, mas ao mesmo tempo era frágil como vaso de cristal ou como uma bonequinha de porcelana.

Acho que foi por isso que passamos a ser amigos, ela não era daquelas meninas que brincam de boneca e de casinha o tempo todo, a Eliza brincava de bola, jogava gude, pião e fazia tudo que era restrito a ela por ser “menina” ela sempre foi a frente do seu tempo e fazia o que dava na telha.

Ela foi minha paixonite de criança, minha paixão adolescente e quanto mais o tempo passava sabia que seria o amor da minha vida inteira. Nos conhecíamos a 17 anos e sabíamos tudo um do outro, nossa primeira féria foi juntos, nossa formatura de alfabetização, nossa formatura de ensino fundamental, de ensino médio até a nossa formatura da faculdade que eram cursos diferentes ela pedagogia e eu nutrição foram em 

dias colados a dela em um dia e a minha no outro.

Nossas vidas sempre estiveram entrelaçadas e eu não tinha dúvidas de que tinha sido por Deus. Quando ela namorou como Rafael eu morri de ciúmes era um tormento ouvi-la contando como foi o primeiro beijo deles ou o quanto ela era apaixonada por ele, eu sentia ciúmes, mas sabia que não iria durar uma hora ou outra ela iria descobrir a verdade sobre ele.

Com o Frederico foi diferente eu não apenas odiava ouvi-la falando dele como tinha medo de perdê-la. Eu não conseguia imaginar ela nos braços dele ou se casando com ele só de pensar me revirava o estomago. Mas eu não podia ariscar lhe contar sobre meus sentimentos e perder sua amizade, a Eliza era meu porto seguro.

Eu orei incontáveis vezes a Deus e pedi que tirasse aquele sentimento do meu coração eu não queria perder a amizade da minha Amora eu sabia que ela estava apaixonada pelo Frederico que por mais idiota que ele fosse ela o amava. Em alguma das minhas orações 

Deus me disse que eu tinha que esperar que ele me mostraria o que fazer.

Quando vi o Fred sacudindo ela tive vontade de matar ele não sei de onde  foi  que me subiu tanta força. Cada soco e chutes que dava nele não diminuía a raiva que sentia pelo que ele tinha feito, somente depois de senti as mãos pequenas da Eliza me puxando eu o deixei no chão.  Tinha perdido todo autocontrole e domínio próprio, mas Deus havia de me perdoar eu não conseguiria agir de outra forma.

Ela era o amor da minha vida sempre foi e acho que por isso desde pequeno eu a chamava de amora. Não queria parecer obvio ao chama-la de amor e ela nunca aceitaria por isso dei as desculpas de que eram por causa do pé de amoras na casa do meu avô que pareciam com seus cabelos ruivos embora eles fossem de tons completamente diferente de uma amora.

Fazia cafuné enquanto ela dormia com a cabeça no meu colo e o corpo encolhido no banco do carro. Me doía o coração saber que quando acordasse se lembraria de tudo que aconteceu e que continuaria me vendo apenas como seu melhor amigo.

***

Por Eliza

-Amora, chegamos! –ouvi a voz do Hugo enquanto me sacudia.

Abri os olhos e fui presenteada com um par de olhos verdes me encarando, passei tanto tempo admirando o azul dos olhos do Frederico que não me lembrava do quanto eu amava o verde dos olhos do Hugo. O quanto aquele olhar me trazia paz, o quanto ele me passava amor e carinho.

Descobri o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora