-Essa é...-Pérola me cutucando com o braço-Janaína
-Prazer, Janaína-eu disse
Ela me dá um aperto de mão.
-Meninas, este é o Afonso-Pérola
Manuela sorri para mim mais uma vez.
-É muito gentil da parte de vocês trazerem essas coisas para as crianças aqui do orfanato-Manuela
Eu dei um sorriso meio sem graça.
-Você quer conhecer o orfanato?-me pergunta Manuela
-Claro que ele quer-Pérola me puxando
Quando chegamos perto da cozinha havia uma menina de mais ou menos cinco anos bebendo água. Pérola foi falar com ela.
-Olá, meu amor-Pérola
-Titia Pérola-a menina abraçando-a
-Quero que você conheça uma pessoa, esse é o tio Afonso-Pérola
-Oie-a menina
-Como é o seu nome, bonequinha?-perguntei me abaixando para ficar da sua altura.
-Maria e você é muito bonito
-Obrigado-digo
-Cadê o meu abraço?-Manuela
Maria corre para abraçar Manuela e depois abraça Janaína, ela era realmente muito fofa. Conversei por mais algum tempo com elas até que...
-Gente, que horas são? Eu não posso me atrasar pro almoço senão minha mãe vai me matar-Manuela
-12:00-Pérola olhando no celular
-Quer que a gente vá te deixar?-eu perguntei
-Não, obrigada, eu não quero incomodar-Manuela
-Você não vai incomodar, Manu, de qualquer forma, nós insistimos-Pérola
-Então tudo bem-Manuela
-Quer vir também?-perguntei à Janaína
-Eu moro aqui-Janaína
-Ok, então vamos-disse
-Tchau, Jana,beijo-Manuela disse
Dentro do carro, a caminho da casa dela, não sei como, começamos a falar sobre política e ela me deu reflexões sobre a situação atual do Brasil e como as de qualquer pessoa não eram nada boas. Chegamos, ela se despede de mim e da Pérola e entra em casa.
Quando Manuela abriu a porta, Verônica já estava esperando por ela.
-Manuela, eu disse 12:00, 12:00 horas, custa você ser pontual-Você sabe que horas são?
-São doze horas e cinco minutos-diz o relógio falante de Manuela
-Cinco minutos estes que você vai perder de fazer seus deveres do colégio-Verônica-Mas tudo bem dessa vez passa, vá para a sala de jantar, depois eu vou.
Enquanto isso eu fui almoçar com Pérola em um restaurante.
-O que você achou do povo lá do orfanato?-Pérola
-São legais, mas Manuela foi quem me chamou mais atenção, ela é diferente, tem algo nela que me intriga -eu disse
-O quê?-Pérola
-Não sei bem, quando eu apertei a mão dela, senti o toque dela ser diferente-eu disse
-Deve ser porque ela é deficiente visual-Pérola
-Como posso ajudar um orfanato?-eu perguntei
-É fácil, doando produtos de higiene pessoal, roupas, brinquedos, produtos não perecíveis-Pérola
-Sempre que você for pode me chamar que eu vou com você-eu disse
-Ai, você gostou-celebra Pérola
Na casa de Caio.
-Vou à casa do Afonso para estudar, você fica bem cuidando do Caio Filho?-Caio
-Fico, pode ir, amor-Mariana, a esposa dele
Mas, na verdade, ele não foi para minha casa, ele foi para balada. Uma moça que estava sentada no bar e ele vai atrás dela.
-Você vem sempre aqui?-Caio
-Não, é a minha primeira vez-a moça
-Como é o seu nome?-Caio
-Janaína e o seu?
-Caio. Quer dançar?
-Eu não sei dançar-Janaína
-Não seja modesta, tenho certeza que uma moça tão bonita como você sabe dançar bem sim-Caio
Ela aceita e vai com ele até a pista de dança.
-O que foi que houve com a sua perna?-pergunta Caio delicadamente
-É de nascença, algum problema?-Janaína
-Não, nenhum-Caio
Na casa de Manuela, no quarto dela.
-Mãe, eu queria tanto ter saído com a Janaína-Manuela
-Mas nunca que eu ia deixar, a Janaína é uma irresponsável, você sabe que eu não aprovo sua amizade com ela-Verônica
-Aff, que saco-Manuela
-Filha, amanhã eu vou fazer compras com minhas amigas , quer vir com a gente, filha?-Verônica
-Não-Manuela
-Você é quem sabe-Verônica
Na balada
-Quer uma bebida?-Caio
-Quero-Janaína
Ela vai pedir, traz e eles começam a dançar.
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Anos de Solidão
RomanceManuela é uma menina que tem tudo, mas ela sofre discriminação pelo fato de ser cega. Para o bem dela, sua família achou melhor levá-la a frequentar um grupo de apoio. Durante essa narrativa, ela vai descobrir coisas sobre sua vida e sentimentos que...