Capítulo 18

17 3 6
                                    

            No dia do julgamento, os advogados fazem um rápido interrogatório e o juiz dá a sentença de 8 anos por compra de criança no tráfico. Verônica e Alejandro são levados por dois policiais até a cela. No final, Manuela vai conversar com uma assistente social que disse que aquela seria mandada para um orfanato porque sua mãe biológica já identificada não tinha condições físicas nem psicológicas para receber a guarda da menina e havia passado a viver em uma casa de repouso após a morte de José Eduardo. Isso até um dos parentes da menina se pronunciar a obter a guarda dela. Manuela saí de lá sentindo-se humilhada e liga para o porteiro vir buscá-la. 

             Quando chega liga para Afonso para contar as "novidades".

-Oi, Manu-Afonso-Tudo bem?

-Não, tudo vai de mal a pior-Manuela

-O que houve?-Afonso

-Depois do julgamento,  a assistente social me disse que amanhã eu iria para um orfanato onde eu iria esperar um dos meus parentes quererem a minha guarda ou isso ou morar até a minha maioridade em um orfanato. O pior é que todas essas opções são ruins, eu mal falo com meus tios-Manuela

-Eu tive uma ideia-Afonso-Se você quiser, eu posso pedir um processo para conseguir a sua tutela

-É uma ótima ideia, se não for problema para você-Manuela

-Problema nenhum, Manu, quero te ajudar no que for preciso-Afonso

No dia seguinte, a assistente social chega enquanto Manuela arrumava suas malas.

-Que demora para arrumar uma mala, moça-assistente social

-pronto terminei-Manuela saindo

-Mas o que é isso? Quatro malas?-assistente ao ver três malas de rodinha e uma de alça          

-Mas eu estou levando o necessário-Manu

-Tire essas três malas-assistente apontando

-Mas nessa está minha maquiagem e meus acessórios essenciais, naquela meus sapatos e nesta meus artigos de higiene pessoal-Manuela

A assistente abre a mala de sapatos pega três sapatos e coloca na mala onde havia as roupas, tirando algumas roupas e colocando um perfume.

-O resto não é necessário

-Mas e a maquiagem? Eu não vivo sem maquiagem-Manuela

-Você não vai precisar, amor-assistente-Vamos estando perdendo tempo.

No orfanato, ela nunca tinha ido a um lugar como aquele tão pobre e com uma decoração tão simples, sempre acostumada com o luxo e a riqueza que Alejandro e Verônica a proporcionavam. Assim, a assistente social a deixa no quarto conversando com a diretora que lhe leva para conhecer o orfanato mesmo sabendo que Manuela era cega.

No quarto feminino havia 10 camas beliche, cinco de um lao e cinco do outro.

-Esta é a sua cama-diretora Fernanda-Você vai conseguir distingui-la das outras 

-Faça assim me diga qual a posição ordinal da cama, se ela é do lado esquerdoou do direito e se a cama de cima ou a de baixo-Manuela

-É o que, menina?-Fernanda

-Exemplo sexta cama do lado direito e em baixo-Manuela-Para eu ir tateando e conseguir chegar até lá

-Ah sim-Fernanda-Então é a terceira do lado esquerdo em baixo

-Obrigada-Manuela

-Daqui a alguns minutos venha falar comigo na minha sala-diretora

Na sala dela

-Manuela, segunda feira suas aulas começam na sua escola nova. Aproveite bem esses quatro dias sem aula

-C-como assim escola nova?-Manuela

-Escola nova. Aquela escola onde você estudava antes é longe daqui, mesmo indo de van, você poderia chegar atrasada e detalhe, todos outros moradores estudam na mesma escola. Justiça seja feita-Fernanda

-Claro, eu entendo-Manula-Mas poderia pedir um favor a senhora?

-Se estiver no meu alcance-Fernanda

-Não pense que não estou gostando daqui, mas antes de meus pais serem presos eu ajudava um orfanato, orfanato Dom Bosco, a senhora conhece?-Manuela

-Sim-Fernanda

-Então, ele só distava 4 quarteirões da minha escola, por favor, poderia me transferir para lá?-Manuela-É que conheço muita gente lá

-Vou ver o que posso fazer?-Fernanda

-Obrigada

-Agora vá para o refeitório que está na hora do almoço

-ok

O almoço era um empanado de frango, arroz e feijão, bem simples, nada de salada. Manuela come solitária em um orfanato lotado. 

Depois ela e Janaína conversam pelo celular.

Manu:Oi

Jana:Oi, como tá  coisas aí nesse orfanato?

Manu: N tem como piorar, n pude trazer nem um batom e só tô com 1\4 das minhas roupas aqui

Jana:Vai se acostumando

                 Nesse instante, três meninas se aproximaram dela e cochicham algo que ela não consegue escutar.

-Olá, novata-diz uma delas em tom de deboche

-Oi-Manuela

-Você para uma festa vestida assim?-diz outra

-Não, eu me  visto assim casualmente-Manuela

-Seu celular é bem bonito. Um iPhone 7-diz a primeira

-Hum-Manuela

-Me dá?-diz a primeira

-Sinto muito, mas eu não quero-Manuela

-Me dá esse celular agora?-grita ela

-Não, esse celular é meu e eu não sou obrigada a lhe dar-Manuela

A garota toma o celular da mão de Manuela e saí correndo.

-Socorro, assaltante! Socorro! assaltante-grita Manuela fazendo o maior escândalo.



Anos de SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora