Capítulo 54

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-Obrigada Manuela
Manuela entra na sala e Caio já Estava esperando-a.
-Com licença -Manuela -Boa tarde, Caio
-Boa tarde. A que devo a honra da visita da esposa do meu melhor amigo que é juiz?-Caio brincando
-Sem gracinhas, Caio, eu só disse isso porque queria entrar mais rápido. Eu quero tirar uma dúvida sobre o Afonso, por favor seja sincero
-Se está pensando que o Afonso está te traindo, está enganada, ele é o homem mais fiel que conheço -Caio
-Não é nada disso -Manuela
-Então o que é?-Caio
-Você saberia me dizer se o Afonso tem algum segredo que esconde de mim?-Manuela
-Segredo?-Caio-Não, não, não
-Tipo um acidente?-Manuela
-Muito menos?-Caio-Se ele tem, eu não sei, melhor você perguntar para ele mesmo -Manuela
-Está bem, então -fala Manuela se levantando
-Era só isso mesmo?-Caio
-Sim e eu já vou indo -Manuela saindo -Até mais
Manuela sai de lá meio confusa e entra dentro do carro. O melhor mesmo era abrir o jogo com Afonso, um relacionamento amoroso sem confiança não é nada.
Quando Manuela sai, liga para Afonso contando o ocorrido, o que faz com que Afonso volte mais cedo do trabalho.
Janaína estava hospedada em um hotel em Brasília. Chamou um Uber e foi para o Palácio do Planalto a pedido de Juliano Barreto fazer mais um programa.
Em Wellington, Mary estava em casa na sala quando escuta gritos lá fora e um barulho de arrombamento. Era a SWAT.
-Fudeu-pensa Mary
Os soldados arrombam a porta da frente e Mary é levada detida.
-Vai fazer companhia aos seus amiguinhos da organização -fala o soldado que a havia algemado
Em Fortaleza, quando Manuela chegou em casa a empregada a avisou que Afonso esperava por ela na sala de jantar. Manuela se direciona para lá e abre a porta. Afonso beija a jovem esposa.
-Manu, você demorou -Afonso -Fazia tempo que não fazia isso
-Eu fui no escritório do Caio-Manuela
-Falaram sobre o quê?-Afonso finge que não sabe do assunto
-Antes de falarmos disso, vamos falar de um assunto mais importante -Manuela
-Pode falar -Afonso
-Eu não quero mais esconder essa dúvida que estou sentindo, me aperta o coração suspeitar de você, mas a minha razão insiste em desconfiar -Manuela-Me desculpe
Afonso fica calado, se sentindo muito mal por tudo isso.
-F-foi você quem estava dirigindo o carro no momento do meu acidente?-Manuela-Me perdoa por perguntar isso, eu sei que você não é mal caráter, você é o meu amor
-Manu, você não está errada. Fui eu quem te atropelou, estava bêbado e fui muito negligente, eu sei que nada do que eu fizer vai poder reparar o erro que eu cometi e eu peço perdão-Afonso
sentindo realmente arrependimento
-Por favor, diz que isso não é verdade, diz que tá brincando comigo-Manuela fala com cara de choro
-Eu queria muito, de verdade, poder dizer isso, mas eu tenho que ser sincero, não posso mais continuar omitindo algo tão grave -Afonso
Um silêncio sepulcral paira entre eles e lágrimas escorrem pelo rosto de Manuela compulsivamente e ele a olha com uma expressão de culpabilidade.
-Meu Deus, agora tudo faz sentido! É por isso que você insistiu tanto para pagar a cirurgia, queria se sentir menos culpado-Manuela o mira com os olhos cheios de cólera-Mas isso nunca vai acontecer porque eu NUNCA vou te perdoar
-Por favor, Manuela, não diga isso. Eu te amo -Afonso fala se aproximando dela
-Não me toca, não me toca-Manuela se afastando ainda mais e irada diz-Eu tenho nojo de você. Todo o amor que eu sentia por você se transformou em ódio
Lágrimas escorrem pelo rosto de Afonso e seu semblante era carregado de desespero.
-Não, por favor, Manu, me diga o que eu posso fazer para você me perdoar-Afonso se ajoelhou aos pés dela
-Nada. Eu te odeio com todas as minhas forças -Manuela fala com raiva e agora com voz de choro-Estou me sentindo tão desiludida se eu soubesse que você era o mau caráter que me deixou cega, eu nunca teria me envolvido com você, NUNCA TERIA SIDO SUA AMIGA. Eu vou me divorciar de você!
Manuela sai da sala rapidamente chorando para ir ao seu quarto arrumar as malas dele quando sobe o primeiro degrau sente uma forte tontura e desmaia. Afonso a toma nos braços e a leva para o quarto deitando-a sob a cama. Após alguns minutos, acorda desnorteada.
-Manuela, não tinha remédio para tontura, então vou na farmácia comprar para você -Afonso preocupado-Você vai ficar bem?
Manuela assentiu com a cabeça.
Ele se aproxima dela para se despedir, mas ela se afastou como se estivesse com medo.
-Eu volto logo -Afonso fala saindo
Assim que Afonso sai, Manuela se levanta da cama.
-Logo eu vou morrer-pensa Manuela-Nunca vi ninguém morrer de amor e vou acabar morrendo aos poucos. Eu não aguento mais, preciso acabar logo com isso.
Ela sai do quarto e vai até a área de serviço onde havia Aurélia lavando roupa, abre um armário e tira veneno para ratos líquido, o frasco continha 1 litro.
-Manuela, o que você vai fazer com isso?-Aurélia
-Matar ratos no meu quarto-Manuela
-E desde quando tem ratos no seu quarto?
-Vi um agora-Manuela saindo
-Deus te abençoe -Aurélia
Manuela vai em direção ao escritório em casa de Afonso e tranca a porta. Bebe todo o conteúdo do frasco que tinha um gosto horrível e coloca o frasco vazio na escrivaninha. Ela sente sua visão escurecer e perde a consciência caindo no chão. O veneno começa a espalhar pelo seu corpo.
Alguns minutos depois, Afonso chega em casa com remédio e vai ao quarto à procura de Manuela e ela não estava, olhou no closet, desceu olhou na sala de jantar, na sala de estar, n sala de cinema e nada. Pergunta por ela aos empregados nada. Apenas Aurélia conta o que havia acontecido enquanto ele estava fora, mas também não sabia onde ela estava . Pergunta por ela ao porteiro que diz que não viu ela sair.
Foi no escritório e viu a porta trancada, então ela só podia estar lá.
-Manuela, por favor, abre essa porta-Afonso fala batendo na porta
Aurélia observa tudo de perto em frente à escada.
-Manuela, abra senão eu vou arrombar-Afonso
Nenhum sinal de Manuela, então ele arromba a porta, fazendo ela ir ao chão para o lado do escritório. Afonso vê Manuela deitada no chão pálida e com manchas roxas pelo corpo e sangue escorrendo de sua boca, ao lado da escrivaninha onde havia o frasco com o veneno para ratos vazio. Afonso deduz que ela havia tentado se matar. Com o intuito de salvá-la, ele a pega pelos braços e a leva até um de seus carros para levá-la ao hospital.
Assim que chegam, Afonso fala com a recepcionista com Manuela ainda nos braços e enfermeiros trazem uma maca, levando Manuela para ser examinada.
-O senhor não pode entrar, por favor, espere aqui-fala um dos enfermeiros
Afonso senta-se em uma das cadeiras que havia na recepção à espera de respostas. Alguns minutos depois, um médico aparece.
-Ela teve uma hemorragia interna bastante grave, a coagulação sanguínea está em déficit, ela está entre a vida e a morte, vamos tentar de tudo para salvá-la -médico
Afonso rezava pedindo a Deus que não levasse Manuela e ligou para os amigos contando o que havia acontecido com a pessoa que ele mais amava no mundo. Ele sabia que o culpado de tudo era ele por ter sido uma pessoa irresponsável durante o acidente e por ter sido fraco e omitido uma verdade tão grave sabendo o quanto Manuela desprezava o homem que a havia atropelado.
Muitos amigos do casal vieram saber como Manuela estava quando a noite caiu: Caio e Pérola. Por volta das 9 da noite quando o médico veio dar notícias dela.
-Eu sinto muito, ela não resistiu -médico
Infelizmente, Manuela partiu deixando saudades no coração do marido, dos amigos, seus pais na prisão e dos seus familiares na Espanha que vieram para o enterro. Nem pode despedir-se de sua mãe, Leda, com quem quase não havia tido momentos de mãe e filha.

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