**** Normalmente a história será narrada por Flávia****
Voltar para casa era tudo o que eu mais precisava. Carregar alguém é complicado e principalmente quando a criança não é fruto de um amor seu. Disposta é a minha definição em relação a criar esse filho sozinha, até porque, Luck não tem nenhuma obrigação com essa criança, mas esse será o proximo assunto abordado com ele.
Sem maquiagem, uma roupa super feia, de rosto inchado de tanto chorar e sozinha, ninguém me reconheceria nesse lugar. Consegui chegar no centro e dali iria me livrar para chegar em casa. Bryan tinha me deixado um dinheirinho para me virar enquanto eu não chegava em casa, já que não havia gastado nada com transporte, decidi parar em uma cafeteria e depois prosseguir meu caminho.
Ao entrar, vi Alice junto a Cadu. Expressões preocupadas invadiam os seus rostos. Passei um bom tempo encarando Alice, em tantos anos de amizade percebi que ela odeia ser encarada e isso é uma coisa que eu também tenho, até que a mesma virou seu rosto discretamente para ver quem era. Ver uma lagrima descer dos seus olhos e um sorriso se formar, me fez saber que ela me reconheceria em qualquer estado. Saí correndo até ela antes que aquele projeto de boi viesse até a minha pessoa, pois eu estava fraca demais para aguentar o impulso do seu corpo no meu.
-Meu amor, quanto tempo!- falava ela, em meio as lagrimas.
Eu não conseguia falar nada, só chorar como uma criancinha quando cai e se machuca. Até que ela resolve ligar para Luck e o mesmo não acredita, então eu tive que falar com ele:
-Anjo?
-Ai meu Deus, calma to indo aí. - respondeu.
-Trás uma roupa pra mim, precisamos conversar sério e eu não estou com uma roupa muito legal, em relação as tuas.
-Claro, chego aí em cinco minutos. - Disse apressadamente.
Pouco tempo depois, Lucas chegou e saiu me puxando para fora da cafeteria. Se lembrou que eu precisava trocar de roupa e voltou me puxando para dentro, me empurrou para dentro do banheiro e entrou também.
-Sai daqui. Eu quero trocar de roupa. - falei pausadamente por conta das minhas risadas.
-Chata. -bufou e saiu.
Me vesti, saí e vi a discussão na mesa entre Luck e Alice, onde ela reclamava sobre eu mal ter aparecido e Luck já estava me sequestrando dela.
-Vem logo, Lucas! Amiga, depois eu fico contigo por um bom tempo, mas eu preciso resolver uma coisa. - falei.
Fomos para uma pracinha afastada, onde eu pudesse resolver tudo.
-Lucas, é o seguinte. - respirei fundo. -Como você já sabe, eu fui sequestrada...
-Sei. - me interrompeu.
-Cala a boca, deixa eu falar logo tudo. Estou com medo... Enfim, eu fui totalmente desobediente às ordens de Bryan, meu sequestrador. Ter sido assim, resultou numa fúria enorme dentro dele e eu acabei sendo estuprada. - caiu uma lagrima e Luck foi começar a falar. - Não fala nada. Passei dois meses presa naquele lugar e sempre que comia algo, eu colocava para fora, então resolvi conversar seriamente com Bryan e ele me deu alguns testes de gravidez que todos deram positivo. Hoje, bem cedo eu fui liberada para voltar pra casa, mas fui obrigada a ver o pai do meu filho morrer, pois mesmo que eu não o amasse, eu estava me sentindo mal.
-Amor, você vai vencer esse susto. -Falou.
-Estava pensando em voltar para o Brasil, lá poder criar meu filho junto com os meus pais e dar a ele uma vida decente. pretendo ir daqui a dois dias.
-Você não vai a lugar nenhum! Vai ficar aqui comigo, vou assumir esse filho e nós vamos criar ele juntos, em um lar onde ele possa ter amor pois isso é o que importa. - Respondeu, me abraçando em seguida.
Fomos para casa, onde eu pudesse contar tudo para todos e anunciarmos que sairíamos daquela casa e iríamos criar a nossa própria casa. Chegando lá, demos de cara com Cavani e Bruna se agarrando no sofá.
-Ô casal, vão se agarrar no quarto que tem criança na casa. -Gritou Luck.
Na mesma hora, Bruna se levantou e veio correndo na minha direção, mas eu empurrei Luck pra cima dela.
-Nossa, Flávia! Tu passa um tempo fora e quando volta e eu vou falar contigo, tu se esconde? - Dramatizou, Bruna.
-Lógico, tu tava se agarrando com Ed e depois quer que agarrar? Nada disso!- Falei rindo e abraçando-a.
-Gente, não é por nada não, mas eu ainda estou procurando a criança que impede que possa me agarrar com Bruna, aqui nessa sala! -Falou Cavani, com uma expressão indecifrável.
-Longa história. Contaremos no jantar.- Respondi.
Chegada a hora do jantar, estávamos todos, sentados em cadeiras em volta da grande mesa, felizes pela minha volta até que resolvi contar minha história e a proposta da nova casa com Luck.
-Gente, quando eu fui sequestrada, eu fui estuprada e estou grávida. Lucas me falou que criaria a criança junto comigo. Então queria dizer que talvez nós vamos nos afastar do grupo um pouco, mas vamos continuar sendo amigos, para termos nossa própria casa! Me falem o que acham...
-Acho que o desgraçado que fez isso deveria morrer! -respondeu Cadu.
-Ele já está morto, infelizmente, não queria que ele morresse, apenas que tivesse uma punição... Mas é sobre a nova casa que estamos pensado em fazer que nós queremos saber o que vocês acham.
Todos ficaram em silêncio, creio que estivessem pensando no que fossem responder, até que Alice levanta e fala:
-Não, vocês devem ficar!
Os outros começaram a levantar, também, e falar que deveríamos ficar.
-A nova família vai ser criada aqui, junto com todos! Vamos ajudar na criação também, somos todos uma família. -Disse Cavani, me fazendo chorar.
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Amour Français [Parada]
RandomTrês garotos e três garotas que saem do Brasil, vão para a França, ficam famosos, conhecem outros novos amigos e tentam seguir seus sonhos! Uma gravidez impede de viver? Dividir a casa com todos dá certo? Não poder sair na rua sem ser reconhecido é...