Mesmo depois de todo o apoio dos meus amigos, se torna necessário digerir tudo o que está acontecendo na minha vida.
Nessa altura do campeonato, eu já estava usando minhas redes sociais, onde falei da minha volta e que estava bem. Recebi muito apoio de fãs, mas nada emails ou mensagens de ninguém da Dior. Inadmissível que ninguém da empresa tivesse visto os textos que estavam sendo postados a todo o momento.
Achei necessário ligar para a minha mãe. Talvez ela não conseguisse pensar bem na minha situação, mas ela precisava realmente saber tudo o que havia acontecido.
-Mãe, quanto tempo! Precisamos conversar sobre tanta coisa... Me ligue assim que puder, por favor!- falei, quando a ligação foi para a caixa postal.
Me senti solitária em ver que minha mãe não me atendeu, mas deve estar bastante atarefada. Resolvi descer as escadas para talvez tomar um chá ou um chocolate quente. Chegando lá na sala, silenciosamente, pude escutar Luck conversando baixinho no telefone com alguém.
-É pai, isso mesmo... Eu não quero saber... Você não precisa participar, não estou te obrigando... Dane-se que você vai odiar a criança, ela é minha e de Flah, você não precisa toca nela, nem mesmo vê-la... Me deixa, vou assumir e pronto. Não sou uma criança. - desligou e foi beber água.
-Amor?- falei.
-Oi.- sorriu fraco.
-Está tudo bem?- perguntei.
-Eu vou ser um bom pai? Só diz sim ou não.-respondeu
-Não.- ficou triste.- Você vai ser um ótimo pai, o melhor que essa criança poderia ter.
Ficamos um tempo deitados no sofá, até que Thiago aparece falando:
-Churrasquinho agora, em uma casa com piscina. O local fica a quarenta minutos daqui, se quiserem ir, se arrumem que já vamos sair.
-Vamos. Corre para se arrumar Luck. -falei levantando animadamente.
-Mas Amor, você não está cansada?- perguntou preocupado.
-Não, vamos!- respondi já subindo pro quarto.
É lindo ver o jeito que Luck se preocupa comigo, principalmente agora que estou grávida! Peguei uma roupa qualquer. Um vestido florido e longo, uma sapatilha bege e Voilà, estava pronta, nada de maquiagem. Fui para a cozinha e peguei uma caixa de barrinha de cereais, me sentei na bancada e comi, até que Alice chega falando:
-Nunca achei que estaria viva para ver Flávia comendo barrinha de cereais! Uau!
-Cala a boca, eu estou com vontade, isso que importa.- respondi, mas já me levantando e correndo para o banheiro, estava prestes a vomitar até meus órgãos.
-Amiga, você está bem? Se quiser, a gente fica em casa mesmo, sem problemas!
-Menina fica quieta! É normal que se tenha enjoos durante a gravidez. Nós vamos sim! Vou só pegar meu celular. - falei, escovei os dentes novamente e subi procurando meu celular.
Ao chegar no churrasco, me deparei com um lugar totalmente reconfortante; achei que ali seria o momento que eu esquecia o que aconteceu comigo nesses últimos dois meses, mas não foi muito o que eu esperava.
-Olá pessoal, sejam bem vindos! A casa também é de vocês.- falou o dono da casa, até que ele olha diretamente para mim com uma feição que não pude decifrar se era felicidade ou espanto, mas decidi ignorar. - Oi, Flah! Quanto tempo, tudo bem? Olha só, parece que alguém está com a barriguinha maior!
Se eu dissesse que eu não gelei e que não fiquei nervosa, estaria mentindo. Não havia contado para ninguém da minha gravidez, pretendia contar após a Dior entrar em contato comigo. Não gostava de ser ignorante com ninguém, tratava exatamente todas as pessoas da melhor forma possível, mas foi necessário ignorar o que aquele homem estava falando. Apertei, bem firme, a mão de Luck e o olhei pedindo para sair dali; nos dirigimos até uma mesa grande, onde acomodasse todos do nosso grupo, sentamos e eu comecei a digitar um pequeno texto para postar no meu Facebook, estaria relatado tudo o que aconteceu:
"Me perdoem por tudo, desde o meu primeiro erro!
Como a maioria das pessoas sabem que passei dois meses desaparecida, irei contar realmente o que aconteceu comigo.
Estava no casamento de um amigo próximo(no mesmo dia que fiquei noiva, mas em outra , até que me puxaram para fora e me jogaram em um carro. Estava ali, Bryant Wood, um homem que sempre era o primeiro da lista de pessoas que haviam comprado ingressos para os desfiles que eu participei! Ele me deixou presa por um bom tempo, e bem no início do período ruim que passei lá, ele me estuprou. Eu só consegui sentir nojo. Depois de dois meses, ainda presa, descobri que estava grávida; Bryant me fez muito mal, mas eu o perdoei. Ele se matou, coisa que deixaria qualquer pessoa feliz mas me deixou super mal, me liberando de volta pra casa.
Aqui estou eu, junto dos meus amigos, pronta para criar e amar o meu bebê! Caso estejam se perguntando 'Essa criança vai crescer sem pai?' Não! Luck, apesar de não ser dele, vai assumir o meu filho. Vocês também são minha família, espero que também amem muito o meu bebê!
Beijos!
Já já trago mais notícias!
Amo vocês!"
Postei, sem pensar duas vezes. Postei e desliguei o celular para não chorar com a mensagens e comentários, pois a gravidez faz isso, deixa a mãe mais emocional.
Antes de sair de casa, eu não estava nem um pouco cansada, mas agora eu só preciso deitar e me aconchegar nos braços de Luck.
-Amor, o que você acha de colocar minhas coisas pro seu quarto?- falei baixinho, para que ninguém ouvisse.
-Depois eu vejo isso!- respondeu seco.
Uma lágrima desceu, como eu já havia contado, estou bem emocional.
-Claro!- respondi o mais seca que pude, para não demonstrar a tristeza, e levantei.
Fui em direção a um banheiro, mas fiquei com medo e voltei para chamar Alice. Luck estava com uma feição não muito boa, parecia estressado, mas não seria motivos para descontar em mim.
-Alice, vem cá.- Sussurrei, assim que cheguei perto da loira. Ela se levantou com cara de questionamento e foi me arrastando para o jardim da casa.
-Vai, me diz o motivo de você ter me tirado de lá! Estava prestes a ver um briga e você me chama.- falou.
-Briga? De quem?- perguntei.
- Luck e um carinha que estava te comendo com os olhos. Como tu não percebeu? Tu é lerda hein, garota!
-Vamos voltar para lá agora! Vou dar um jeito nisso.- falei com meu sorriso um pouco malicioso e voltei para a área que estava acontecendo o churrasco.
Fiquei parada, encostada em uma árvore, esperando no momento certo de agir! Fui até a cadeira de Luck, sentei de ladinho, no seu colo e sussurrei:
-Não precisa ficar com ciúmes, Anjo!
-Sabia que eu te amo? - sussurrou de volta, deixando um beijinho no meu pescoço e dando uma piscadinha com o olho direito para o homem que estava nos encarando desde sempre.
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Amour Français [Parada]
De TodoTrês garotos e três garotas que saem do Brasil, vão para a França, ficam famosos, conhecem outros novos amigos e tentam seguir seus sonhos! Uma gravidez impede de viver? Dividir a casa com todos dá certo? Não poder sair na rua sem ser reconhecido é...