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NA.: Oie! Finalmente um POV do John! Quase chorei escrevendo esse negócio. Vai ter muito da relação do John e da Rosie e também da Rosie e da Irene. *carinha safada* Boa leitura!

Setembro, 2012 John's POV

As coisas não estavam indo bem. Desde o acidente na escola, a Rosie não falava mais comigo nem com o Sherlock. Também não a via chorando, era como se ela tivesse se fechado. Minha filha sempre fora uma garotinha inocente e meiga, mas naquela época estava completamente fechada e diferente. Saía à tarde num dia com a Irene e voltava à noite do outro. O que mais me surpreendia era o fato dela não falar nem com meu amigo, quem ela sempre chamou de "titio" e parecia amar mais do que eu. Em janeiro deste mesmo ano ela havia me dito que só beijaria um garoto quando fosse adulta, porque não queria engravidar. Então simplesmente esse louco aparece e deixa minha bebê assim . Queria minha garotinha de volta! Pelo menos eu tinha a satisfação de que Moriarty fora posto em um manicômio.

Como se não bastasse o drama que estava a acontecer com a Rosie, havia a questão da Harry. Minha querida (?) irmã que estava doente. Eu realmente a amava, mas ela cresceu e se tornou uma bêbada que sempre agia mal com sua esposa. A coisa ficou tão feia que Clara, sua mulher, fugiu sem ao menos deixar um bilhete. Não podia culpá-la, mas não era justo ter que ver minha irmã morrendo aos poucos sozinho.

Saí de onde estava e caminhei até casa. Quando cheguei, lá estava Sherlock assistindo a um filme, o que ele nunca faz. Perguntei-lhe o que estava acontecendo e ele falou que não havia nada. Mentira. Se isso estivesse acontecendo meses atrás, ele estaria brincando algum jogo de tabuleiro com a Rosie ou tomando sorvete, mas desde o acidente eles estavam assim.

Subi ao quarto de minha filha e bati na porta.

— Tô ocupada agora!

— Rosie, vamos lá, abra a porta! Eu estou ouvindo você chorar. Diga-me o que aconteceu!

Ela abriu a porta e me abraçou soluçando. Ela não me abraçava a meses, então algo havia acontecido. Pedi que ela dissesse o que foi, mas continuou a chorar. Pedi de novo, até que ela respondeu:

— Eu sabia que não devia ter voltado para a escola! Eu quero estudar em casa agora. Me deixa estudar em casa, por favor!

— O que foi, querida?

— Eu entrei na escola e ninguém olhava para mim, estava tudo normal, e eu fiquei um tanto aliviada por isso. Aí eu esbarrei na Sally Donovan e ela começou a gritar que achava que eu estava envolvida. Que só uma aberração como eu podia ter feito aquilo. Que eu havia explodido a bomba. Todo mundo na escola ficou me olhando estranho depois daquilo e no último horário ela disse "O que foi, Watson? Chateou-se comigo? Vou ter cuidado, senão você vai me matar também, não vai?".

Eu falei para ela que estava tudo bem, mas não estava. Pedi para irmos caminhar até o McDonald's e esquecer disso tudo e ela concordou.

— Para onde estão indo? – Perguntou Sherlock.

— Estamos indo ao McDonald's.

— Ah, nesse caso eu...

— Só nós dois, Sherlock.

— Ah, tudo bem – respondeu decepcionado.

Fechei a porta e fui andando com Rosie. Nenhum de nós falava nada e tudo estava num silêncio mortal. Depois de termos pedido nosso lanche, sentamos e decidir falar.

— Okay, esse silêncio está me assustando. Vamos falar sobre alguma coisa! Vamos falar da Irene.

— Minha única e melhor amiga.

— É. Você gosta muito dela, não gosta?

— Pode-se dizer que sim.

— Só amigas ou algo mais?

— PAI! Pelo amor de Deus!

— Você acha que eu não notei, Rosie? Posso não ser Sherlock Holmes, mas eu percebo as coisas...

— Talvez eu tenha uma quedinha por ela...

— Então não rolou nada ainda?

— Anteontem estávamos numa festa e rolou algo, mas provavelmente ela não se lembra.

— Por que ela não se... Meu Deus, Rosamund!

— Foi mal, pai.

— Mais tarde a gente resolve isso. Agora fala pra mim, por que você não abre o jogo com ela?

— Porque toda essa história de amar alguém e se importar estraga tudo. Não quero cometer esse erro novamente.

— Não parece a minha filhinha romântica de sempre.

— Porque eu não sou mais ela! Importar-se com alguém é inútil e um gasto de energia à toa! Uma enorme perda de tempo e você sabe!

— Discordo.

— Mas é verdade! Você se importou com a mamãe e olha o que aconteceu!

Fiquei sem palavras. Não fazia ideia do que dizer e continuei assim até chegar em casa. Acho que ela tentou se desculpar, mas não falei nada. Sim, eu me importei com a Mary. Sim, isso me machucou muito no final, mas se não fosse por ela, não teria minha Rosie.

Quando entramos no apartamento, ela subiu rapidamente para seu quarto. Eu estava pensando na Mary. Em como a amei e ela se foi.

— John, o que foi? Você está bem? – Perguntou Sherlock.

— Não. Eu a quero de volta! Como faço para tê-la de volta? – Falei soluçando.

Meu amigo me abraçou e me deixou chorar no ombro dele. Desde a adolescência foi assim: Não era necessário falar nada, um entendi o outro apenas com o olhar e acho que ele entendeu o que havia acontecido. Chorei no ombro dele por mais um tempo e depois subi ao meu quarto. Olhei para os porta-retratos que tinha da minha antiga esposa, da Harry e da Rosie e percebi que nada seria igual novamente.

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Oie! Sentiram minha falta? E aí, o que acharam desse capítulo? Comentem, votem e me digam o que acharam! Beijos e tchau!

Lie To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora