VII

171 23 116
                                    

Abril, 2012 Rosie's POV

-Você vai sair com ele! –Disse Irene.

-Não vou não! –Respondi sentando-me no sofá.

-Ah, vai sim, moça!

-Sair com quem? –Perguntou o papai.

-Carl Powers tá pedindo para sair com ela há séculos e a Rosie nunca aceitou, então ele cantou para ela hoje no show de talentos!

-De burro que ele é –falei.

-Ele te ama, Rosie!

-Problema dele –retruquei.

-Por favor, você ainda não está sendo trouxa pelo Jim Moriarty, não é? Eu sei que ele tirou seu BV ano retrasado, mas...

-Rene, eu tenho 12 anos e eu nunca gostei daquele ridículo do Moriarty. Também não gosto do Carl, só um atleta metidinho. Que clichê, Senhor!

-É tipo o Troy e a Gabriella, que fofo!

-Não achei fofo –falou o papai.

-Obrigada, papai.

-O que está havendo? –Perguntou o titio.

-A Rosie está apaixonada! –Falou Irene.

-Irene! Cala a boca!

-Espera, deixe-me ver se isso é verdade –disse meu tio que começou a me analisar. –É verdade, ela está afim dele.

-NÃO ESTOU NÃO!

-Está na defensiva, outro sinal! –Falou meu padrinho rindo.

-Não, ela não está afim dele –disse o papai.

-Ai meu Deus! Ele está ligando para você agora, Rosie! –Afirmou a Irene pulando.

-Ah não! –Reclamei.

Irene pegou o celular e o atendeu enquanto minha vontade de cometer homicídio aumentava a cada segundo.

-Atende, Rosie.

-Eu não vou atender essa porcaria, Irene Adler! –Falei antes dela enfiar o celular na minha cara.

-Olá, anjo –falou Carl ao telefone.

-"Anjo"? Está achando que é quem, o Patch de Hush Hush?

-ELE CHAMOU ELA DE ANJO! Põe esse negócio no viva-voz agora! –Ordenou Irene de forma ameaçadora e obedeci com medo.

-Bom, querida, não sei quem é esse, mas se quiser eu me transformo nele agora.

-Olá, Carl Mowers. Sou o pai dela, John Watson. Quer falar comigo? –Falou, melhor, gritou o papai.

-Sim! Gostaria de saber se posso sair com a sua filha. Não vou beijar ela nem nada, eu juro!

-Ele deixa, sim –disse meu tio.

-Sherlock, por que você está dando corda para isso?

-Deixa a garotinha aproveitar a vida! Eu deixo ela lá

Desliguei o celular e aceitei o convite. O encontro era no cinema ao lado da escola. Acho que só concordei em ir porque iríamos ver um filme de super-herói.

Deu para ouvir o papai resmungando a noite inteira do meu quarto. Virei a noite conversando besteiras com a Irene tentando esquecer do elemento que pediu para sair comigo.

Quando acordei, papai estava reclamando do Carl enquanto meu tio ria dele. Foi assim o dia inteiro, até que a noite chegou e eu tive que ir ao maldito encontro. A Senhora Hudson acabou descobrindo do evento e fez questão de me maquiar. Ninguém havia me maquiado antes. Bom, a mamãe nunca esteve aqui para fazer isso. Terminei de me vestir e o tio me levou até o cinema. Lá estava Carl com o maior sorriso no rosto.

-Você veio! –Falou ele.

-Não, Carl, estou em casa. Esse aqui é só um holograma.

-Comportem-se, crianças. –Disse o titio voltando para o carro.

-Onde estão as entradas? –Perguntei.

-Nós não vamos ao cinema.

-Como assim? Só concordei em sair com você para ver o filme!

-Essa doeu. Nós vamos à escola, querida.

-Você percebe que é sábado à noite, não é?

-Sim, mas eu roubei as chaves e te fiz uma surpresa.

-Eu não vou invadir a escola, Carl Powers!

-Ah, vai sim. Vamos –falou ele segurando a minha mão.

Ele realmente tinha roubado as chaves. Entramos escondidos no colégio e fomos até o jardim da árvore torta, como gosto de chamá-lo. O Carl tinha posto luzes de natal na árvore e flores no chão. Às vezes ele esquecia que era só uma criança...

-E se fomos pegos? E se nos suspenderem? E se nos expulsarem? Isso não vai dar certo! –Falei quase tendo um ataque de pânico.

-Calma! Adivinha quem é o filho do inspetor da escola? –Disse ele sorrindo.

-Não creio!

-Pois é. Agora relaxe, porque eu fiz isso aqui para você.

Sentamos embaixo da árvore conversando. Passamos a noite toda assim e foi muito divertido! Ele me perguntou sobre minha mãe e falei que ela não estava mais comigo, assim como a dele. Meu amigo segurou minha mão e disse que eu era a única pessoa que realmente o compreendia. Permanecemos sentados por um tempo, até que ele se levantou e resolveu falar.

-Rosie, ahm... Eu sei que disse que não ia te beijar, mas eu posso? –Perguntou ele inseguro.

-Mas e se eu ficar grávida, Carl?

-Eu beijo bem rapidinho, assim você não engravida.

Dito e feito. Ele me beijou de olhos fechados bem rapidinho e depois beijou de novo. Ouvi um barulho de dentro da escola e fiquei com medo. Comecei a me perguntar se havia alguém nos vendo. Decidi que era hora de sair, então ele ligou para o seu pai que me deixou em casa. Quando abri a porta lá estava a tia Molly, Senhora Hudson, papai, titio e até o Greg me olhando ansiosos.

-Até tu, Brutus? –Perguntei apontando para o Greg.

-Quando vi a mensagem que seu tio me enviou, tive que vir aqui.

-Então, Mini-Watson, vejo que o encontro foi bom pelo seu sorriso –falou meu tio.

Não conseguia conter o sorriso, mas mesmo assim disse que não foi legal. Subi para o meu quarto e continuei ouvindo o papai resmungar. Dia legal esse...

XXXXXXXXXXXX

Oie! Digam-me o que acharam! Votem e comentem. Tchau!!!

Lie To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora