XIII

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NA.: Foi mal mesmo pela demora! Então, esse capítulo é mesmo o que vocês estão pensando. Já foi revelado anteriormente que Sherlock, Mary e John estudavam juntos na adolescência. Também foi dito pelo Sherlock, quando a Rosie estava com a Irene, que ela não devia cometer os mesmos erros que ele. Eis as respostas:

Setembro, 1990

— Eu te amo, Mary.

A loira riu e fez uma piadinha:

— Pode isso, produção? Acabei de receber um "te amo" de Sherlock Holmes?

— Ei, você é a primeira pessoa para quem disse isso, exijo respeito! E não foi um "te amo", foi um "eu te amo", pois "te amo" seria gramaticalmente incorreto...

— Okay, nerdão. Você tem que corrigir os outros, não tem? — cortou.

— Não é culpa minha se os outros falam errado — disse com desdém.

— E é por isso que eu sou a sua única amiga da escola.

— E daí que você é? Os outros da escola são fúteis, imbecis e preconceituosos. É sério, Mary. Duvido que se eu contasse aos outros que sou homossexual, eles reagiriam como você.

— Você tem razão. E, Sherlock, não há nada de errado em ser homossexual, okay? Você é mais do que perfeito do jeitinho que é — falou Mary apertando as bochechas de Holmes.

Sherlock corou e deu um beijinho na bochecha de sua amiga. Ela era a pessoa mais importante na vida dele. A única pessoa para quem falou sobre sua sexualidade, suas inseguranças e especialmente sua irmã. A família Holmes teve de sair da cidadezinha onde viviam porque lá todos sabiam de Eurus. E do que ela fez com Victor Trevor.

O rapaz se despediu de Mary e fugiu pela janela, para que os pais da menina não o vissem. Como a família Holmes era homofóbica, os dois fingiam ser namorados para que assim os pais parassem de importuná-lo. Mary achava graça disso, apesar de ainda sonhar com um namorado de verdade. Era difícil arrumar um desses enquanto fingia ser namorada de outro cara. Mas ela era a típica garota sonhadora e romântica, e sabia que um dia seu príncipe chegaria. E ela estava certa.

No outro dia da escola, Mary e Sherlock estavam conversando sobre cinema como sempre até que os dois olharam para a porta e lá estava um novato. Baixinho, porém forte. Loirinho e com olhos azuis. Logo chamou a atenção de Morstan e Holmes, que pararam de conversar para admirar o novato.

Ele se aproximou. Parecia um pouco inseguro e nervoso, mas mesmo assim resolveu perguntar algo a Sherlock:

— Oi! Ahm... Eu sou Watson. John Watson. Nossa, eu pareci o James Bond agora — falou rindo nervoso. — Enfim, eu tenho que ir para a aula de literatura inglesa do professor Cumberbatch, e eu realmente não sei onde fica a sala. Será que você pode me ajudar?

— Eu... Ahm... — gaguejou Sherlock.

— Eu sei onde fica! Posso te levar até lá — disse Mary entusiasmada.

— Perfeito! — falou e ela segurou sua mão e foi andando.

Holmes ainda estava tentando entender o que havia acontecido. Do nada chega um menino novo e ele já faz amizade com a Mary. Ele era bem bonito, para falar a verdade. Mas tudo havia acontecido rápido demais.

Depois de sair de seus pensamentos, Sherlock percebeu que tinha que ir à aula de literatura também. Correu tropeçando e quando chegou, o professor já havia entrado. O que lhe rendeu um momento um tanto vergonhoso, em que todos na sala riam dele. Não o incomodou tanto, porque não era a primeira vez.

Sentou-se perto de John e Mary. No meio dos dois, mais especificamente, separando-os e interrompendo a conversa.

O sinal tocou e John foi almoçar ao lado dos dois amigos. Tentou conversar com Sherlock, mas este só o respondia com monossílabos ou gaguejava. Ele estava nervoso, porque ninguém além de Mary socializava com ele. E jamais havia visto um outro garoto tão bonito quanto John.

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