XIV

108 19 85
                                    

NA.: MIL PERDÕES PELA DEMORA! Por que isso aconteceu? Porque eu tinha provas e tive uma ideia para esse capítulo, mas eu resolvi melhorar. Melhorei bastante. Nesse capítulo vocês descobrirão porque a Rosie quis se matar no começo. Espero que gostem!

2017 Rosie's POV

— Eu vou estar aqui por você, ok? Aconteça o que acontecer, eu estarei ao seu lado —falou ele.

— Obrigada, mas não há muito o que fazer agora, Carl.

— Rosamund Mary Watson? — Perguntou um homem num terno. Servo do Mycroft, provavelmente.

— O que o Mycroft quer comigo? — Perguntei.

— Temo que a senhorita terá de me acompanhar. Vamos — falou ele puxando-me pelo braço.

-Rosie, tá tudo bem? — Perguntou Carl.

— Sim, no meu mundo isso é rotina. Falo com você mais tarde.

Entrei na limusine com o cara de terno que gentilmente apelidei de Homem de Preto. Dirigimos por quase uma hora e quando cheguei no destino, lá estavam meu pai, meu tio e Mycroft. Certamente não era algo bom.

— Ele fugiu, Rosamund.

— Quem, Mycroft?

— Moriarty.

— Como assim ele fugiu? — gritei.

— Ele parece ter as mesmas habilidades da minha finada irmã.

— Que ótima notícia! Ele tirou meu BV e jogou uma bomba na escola da última vez. Agora vai fazer o quê? Me estuprar?

— Meus melhores homens estão atrás dele — disse Mycroft tentando manter a calma.

— Seus homens são uns bostas que nem você!

— Rosie, não precisa disso. Nós estamos indo para casa com seguranças armados agora — assegurou meu pai.

— Foi o que te disseram da última vez, não foi? Quando a irmã psicopata Holmes fugiu? A mamãe deve ter adorado o resultado — ironizei.

Depois disso fomos para a Baker Street num carro blindado. Eu tentei afivelar meu cinto de segurança, mas minhas mãos tremiam demais. Meu pai afivelou para mim e me deu um sorriso. Eu me sentia culpada em ser grossa daquele jeito com meu pai. Com Sherlock não. Este estava me encarando com suas mãos juntas tentando deduzir alguma coisa. Era surpreendente ele não ter entendido ainda. Estava tão óbvio, era só ver.

Chegamos em casa e o motorista abriu a porta para mim. Para minha sorte, minhas mãos não estavam mais tremendo e eu consegui tirar o cinto. Sherlock continuava a me encarar e aquilo já estava dando medo. Subimos e Carl me ligou.

— Você tá bem? — perguntou.

— Não muito, Carl.

Aquilo aconteceu de novo?

— Não só isso, Carl. Alguns homens irão para a sua casa agora e te explicarão tudo. Estão armados, não se preocupe.

— Armados?! Como assim?

— Tenho que ir. Se cuida.

— Não, não desliga! — falou nervoso.

— Eu tenho que ir. Vou jantar agora. Meu pai está me chamando.

— Foi o Moriarty, não foi?

— Sim.

— Ele não vai te fazer mal. Ele não pode. Eu não vou deixar.

— Carl, na situação que estou, seria melhor que ele me fizesse algum mal.

Desliguei segurando as lágrimas e desci para jantar. Meu pai estava cozinhando e isso era mau sinal, mas eu tinha preocupações maiores na hora. Meu tio estava querendo deduzir algo de novo. Aquilo já estava me incomodando, então falei:

— Qual é o seu problema?

— Por que você tentou se matar, Rosamund? — perguntou irritado.

— Eu te odeio! — falei.

— Meu Deus! Me odiar não vai mudar nada! Sua mãe está morta, aceite!

— O problema é que eu também estou.

Meu pai interviu e fez meu padrinho ficar quieto. Já era hora. Sherlock ficava mais confuso a cada segundo que se passava e sinceramente, eu queria que ele descobrisse. Queria que ele soubesse por que eu tentei fazer aquilo. Queria perdoá-lo e ser feliz como era antes. Queria jogar Detetive e vê-lo reclamar de Bob Esponja como fazíamos antes. Eu nunca tive uma mãe, mas eu tinha meu titio e era a criança mais sortuda da face da Terra por tê-lo. Só queria poder abraça-lo e dizer como estou assustada, mesmo que isso não mudasse nada. Eu só precisava do meu tio de volta.

Fui ao banheiro e comecei a hiperventilar e sentia que estava prestes a ter um ataque de pânico, mas eu fechei meus punhos com força até que minhas unhas furassem a pele. Limpei o sangue das mãos e fui à mesa de jantar. Papai me ofereceu um copo de suco e minhas mãos começaram a tremer, então derrubei o copo, fazendo um barulho incômodo.

— Rosie, meu amor, não precisa ficar nervosa assim — falou meu pai.

Meu tio deu uma risada alta e gritou:

— Por que você fez aquilo, Rosamund?

— Não seja tão estúpido, Sherlock. Você já tem todas as respostas. Faça jus ao seu título de melhor detetive.

Ele ficou com uma cara confusa e então falei:

— Lembra da tia Harry, papai?

— Ai meu Deus! — exclamaram os dois.

— Pois é. Huntington. Degeneração das células nervosas. Começa causando tremores, e vai piorando. Piorando a ponto de não poder nem ao menos se mexer sem dar terríveis espasmos. Uma hora chega ao momento em que você não pode sair para lugares sozinha, ir ao banheiro sozinha ou ao menos ficar sozinha. Mas essa é a parte boa. Tudo piora quando a doença chega a sua parte final. E essa parte é interessantíssima: Perder sua consciência e morrer da forma mais dolorosa possível.

Os dois já estavam com lágrimas nos olhos e eu falei:

— Eu não queria me matar, tio. Só queria não ter uma morte tão dolorosa. Queria poder ainda ter consciência quando me fosse. Deve ter voado na hora, mas eu escrevi uma cartinha dizendo que te perdoava, titio, e que amava você, papai, mais do que tudo nesse mundo. Mas aí eu sobrevivi e percebi que não estava pronta para perdoá-lo. Deu para entender, tio?

XXXXXXXXXXX

E aí? Gostaram? Espero que sim! Não se esqueçam de votar. :3

Lie To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora