XI

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NA.: Olá! Desculpem a demora. Para compensar, vim com um capítulo com momentos bonitinhos entre Rosie e Sherlock, além dos momentos destruidores. Espero que gostem!

Rosie's POV Julho, 2014

— Eu sinto muito pela sua tia, Rosie — disse Irene.

— É. De qualquer forma, acho que foi o melhor. Quer dizer, ela estava sofrendo muito.

— Oi, Rosamund. Eu soube que sua tia morreu — falou a vaca, perdão, Sally.

— Tá fazendo o quê aqui, Donovan? Anderson te largou por outra? — perguntei.

— Nossa, que grosseria! Só ia dar meus pêsames e...

— E o quê?

— E perguntar se era verdade que você matou sua tia — falou rindo. — Pera aí, mas você não lançou uma bomba perto dela, lançou?

— Vadia, a Rosie é uma pessoa boa demais para fazer mal a alguém. Ela é um pouco sem noção e é grossa com as pessoas de vez em quando, mas tem um coração bom. Ao contrário de mim, então sugiro cair fora e nos deixar em paz antes que se arrependa.

E aquele foi o ápice do meu dia. Vi a nojentinha da escola boquiaberta e sem jeito. Não podia pedir por coisa melhor! Depois da minha amiga ter dado aquele fora, ela falou que depois teria algo para me dizer. Pareceu preocupada, mas disse que depois iria para minha casa para explicar.

Meia-hora depois meu tio veio me buscar para ir ao enterro da tia Harry. Estávamos mais próximos agora, mas mesmo assim não era como antes. Há dois anos ele não me chamava mais de "Mini-Watson" ou reclamava de desenhos animados comigo. Eu sei que ele era uma pessoa incrível e eu não devia ter me fechado como fiz, mas eu era a única que sabia como era ver um homem morrer por culpa minha. Não era uma coisa besta que se resolvia com um abraço. Não era uma coisa que se resolvia.

Chegamos ao cemitério e lá estava o papai cumprimentando nossos familiares. Assim que nos viu, escapou da multidão em que estava e veio me abraçar. Perguntou se eu estava bem e eu menti que sim. Ele me disse que sabia que não éramos mais próximos como antes e queria que voltássemos a ser. Acho que ele apenas não queria que nos afastássemos como ele e a Harry fizeram.

O reverendo pediu que todos se sentassem e meu tio ficou ao meu lado me consolando.

—... não posso dizer que tivemos um bom relacionamento a vida toda, pois em seus últimos anos Harry tomou decisões erradas. Muitas delas. Mas mesmo assim era minha irmã. Lembro-me de todos os momentos de nossa infância e também me recordo de quando minha querida filha nasceu. Harry ficou tomando conta dela e realmente a amou. Foi uma tia maravilhosa e uma irmã também. Espero que Deus a tenha acolhido bem.

E então comecei a chorar. Era verdade o que o papai falou. Tudo era verdade. Tia Harry foi maravilhosa para mim enquanto pôde. Meu tio percebeu que não estava bem então me abraçou e disse:

— Tá tudo bem, Mini-Watson. Eu estou aqui por você. Não chore, por favor.

E realmente parei de chorar. Me senti confortável pela primeira vez em tempos.

Quando o funeral acabou, o papai continuou conversando com o resto da família. Eu ainda estava um pouco triste, então o titio ficou tentando conversar para me distrair.

— Então, Mini-Watson... Está com algum pretendente na escola?

— Realmente voltou com esse apelido, não foi?

— É claro! Eu te chamo assim desde que você nasceu e nada vai mudar isso. Mas está com algum pretendente mesmo?

— Não. Depois de experiências anteriores, comecei a achar que toda essa história de namoro é muito explosiva.

Ele cuspiu a bebida que estava tomando e começou a ter uma crise de riso. Comecei a rir também e as pessoas apenas ficaram olhando horrorizadas.

— Não podemos rir. É um funeral! — sussurrou ele rindo.

— É que temos que lembrar dos momentos felizes com a Harry. Os momentos em que sorríamos...— tentei disfarçar inutilmente.

O papai apareceu depois para nos buscar. Apesar de termos saído de um velório e termos acabado de perder um ente querido, as coisas não estavam tão más assim. Voltamos num táxi com meu pai me abraçando e meu tio olhando para mim feliz. Sentia que estávamos juntos novamente. Mesmo que fosse um momento de dor.

Chegamos em casa e o papai quis ficar sozinho, o que era compreensível. Meu tio foi resolver um dos seus milhares casos que o pobrezinho do Greg não conseguia resolver. O titio disse que quando eu crescesse, ele me ensinaria a ser uma boa detetive, para que eu não ficasse igual ao tio Greg.

Umas duas horas depois a Irene apareceu. Fomos direto para o meu quarto, para não incomodar meu tio. Perguntei-lhe porque estava tão preocupada. A resposta não foi lá muito agradável.

— Você vai se mudar? Como assim?! — exclamei.

— Rosie, você sabe que meu novo padrasto é militar. Ele é transferido com certa frequência. É uma surpresa, na verdade, termos ficado por tanto tempo aqui.

— E o que eu vou fazer da vida agora? Rene, você é minha única amiga. Você acha que eu sei socializar ou conversar com outras pessoas? Acha que eu era feliz na escola antes de você ter virado minha amiga?

— A gente ainda vai conversar pela internet e tenho certeza de que você fará outra amiga!

— Mas eu não quero outra amiga, eu quero você!

Ficamos num silêncio estranho por um tempo. Ela sabia que eu estava dizendo a verdade. Ela era a única pessoa que me defendia e me fazia sorrir na escola. Ela foi minha melhor amiga por muito tempo e não queria que parasse. Não era justo ela ir embora e me deixar sozinha.

— Rosie, olha...

—"Olha" nada! Você não pode ir! Não antes de...

— De o quê? — cortou.

— De eu fazer isso, sua idiota!

E então aproximei meu rosto ao dela e a beijei. Surpreendentemente o beijo foi retribuído e finalmente ela percebeu que não era qualquer uma para mim.

Nos afastamos uma da outra, mas sem quebrar o contato visual. Estávamos bem assim, até que meu tio apareceu e viu tudo.

— Irene, acho melhor se retirar agora — falou.

— Sr. Holmes, eu...

— Saia agora! — gritou.

— Meu Deus, tio! Que merda foi essa?

— Você vai terminar esse namoro com ela agora! Não vou tolerar isso!

— A gente nem tá namorando! Puta que pariu!

— Você vai se afastar dela agora! Não cometa os erros que eu cometi, Rosie.

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