" A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. " - Antoine de Saint-Exupéry
Charlie Bennett
- Charlie! – Uma voz chama e tudo o que vejo são os braços fortes de Harry me segurar enquanto a sua boca devora a minha. – Charlie! Acorda!
Umas mãos abanam fortemente o meu corpo, percebo que estive a sonhar e quando abro os meus olhos deparo-me com o meu pai de semblante preocupado. Será que se sentiu mal?
- O quê? – Rapidamente me sento na cama, no processo piso a cauda de Granger com a mão e o gato mia esganiçado. – Ups, Granger... - Olho novamente para o meu pai. – O que houve? Sentiu-se mal? Que horas...
- Charlie! – O meu pai chama quando me levanto e tento ver se está com febre, alcança as minhas mãos e as beija carinhoso. – Estás atrasada.
Sinto o meu sangue fugir como se uma barata gigante tivesse aparecido á minha frente. Atrasada?
Desesperada corro até à casa de banho aonde escovo os dentes e seguidamente o cabelo. No quarto alcanço as primeiras calças de ganga que vejo e uma camisola de lã. Merda, Bethany vai matar-me!
- Que horas são? – Pergunto a meu pai quando enfio as calças nas minhas pernas que quase parecem não passar das coxas. Merda dupla em menos de um minuto!
- Oito e vinte. – Declara e fico aflita, o metro é as oito e trinta.
Visto às pressas a camisola de lã, pego num casaco aleatório bem como em umas botas de chuva. Desço as escadas a correr e decido comer apenas uma maçã. Avisto o guarda-chuva no hall da entrada e não perco tempo em segurá-lo quando mordo a maçã e a deixo pendurada na minha boca.
Sorte a minha!
- Volto à hora do costume! – Tento dizer com a maçã na boca em simultâneo que coloco a mala no ombro. – Qualquer coisa é só ligar. Volto à noite.
Aceno para o meu pai que abana negativamente a cabeça enquanto Granger espreguiça-se no sofá. A correr vou até à estação de metro e se eu me atrasasse mais dois minutos seria o meu fim.
Sinto-me cansada quando arranjo um lugar para me sentar no meio de todas aquelas pessoas. Ofego devido à intensa corrida pela manhã e acabo de paparicar a maçã.
Uma senhora idosa entra uma estação antes da que vou sair. Assisto-a um tanto cansada e cedo o meu lugar a ela. A mesma envia-me um sorriso cujo qual retribuo. Logo saio e corro até à loja.
Para minha sorte, sou a primeira a chegar. Aliás! Eu sempre tenho de ser a primeira a chegar, pois devo abrir a loja para os trabalhadores entrar. Apenas Bethany e eu temos a chave da loja.
Um minuto depois de abrir a loja, Norah e Poppy chegam. Dispo o meu casaco colocando-o no cabide.
- Bom dia Charlie. – Poppy direciona.
Levanto a minha cabeça num comprimento. As duas seguem para o atelier.
O sino da porta toca e mais outra pessoa entra. Dessa vez é Willow que parece feliz demais.
- Hey Charlie! – Cumprimenta e eu sorrio para ela. – Como estás?
- Willow! – Devolvo assim que me acomodo atrás do balcão. – Exausta da corrida matinal, e tu?
A coreana arregala o seu pequeno olhar e suspiro fundo. Ela não vai entender a ironia das minhas palavras.
- Exercício faz muito bem! – Apela debruçando-se no balcão. – Contudo não tenho energia para me levantar da cama e correr.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desenhos Solitários - Harry Styles PT
Teen FictionA história de uma jovem fora do comum aonde descobre que por detrás de uns simples desenhos está retratado a realidade de um sujeito rude e solitário. O que ela desconhece é que esse sujeito irá mudar a sua vida para sempre. ESTREOU DIA 21 DE SETEM...