14. O Limite da Loucura.

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"Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem." - John Dryden

Charlie Bennett

Após confirmar, avisto Harry sair do conforto da minha cama e capturar as suas roupas. Fico intrigada com o que raio ele está a fazer. Puxo os lençóis e escondo o meu peito que anteriormente estava exposto para o moreno.

- Aonde vais? - Questiono de sobrancelha erguida.

Olhos verdes sorriem para mim. Harry aperta o cinto das suas calças e vasculha aonde possa estar a sua camisola juntamente com o casaco de couro.

- Veste-te. - Pede e continuo na cama. - Eu talvez possa ter algo para ti.

- O quê? - Questiono ao levantar-me, o seu olhar aprecia-me de cima a baixo.

Quente. O clima está a ficar quente novamente.

- Não comeces a ser irritante agora. - Pronuncia ao enfiar a camisola pela cabeça.

Reviro o meu olhar e sigo para o armário da roupa, nem sequer penso sobre o que vou envergar e somente retiro umas calças, camisola e um casaco quente. Após vestir-me sobre o seu olhar curioso fico de frente para o sujeito rude. Eu ainda não estou ciente do que ele quer fazer às quatro da manhã, mas tudo bem seja o que for estou dentro.

Harry abre a porta da minha varanda, eu o sigo. Assisto-o aproximar-se da beirada e começa a colocar-se em cima para depois descer.

- Que estás a fazer? - Resmungo baixinho. - És doido?

Em resposta recebo um sorriso tão bonito que as minhas pernas só não falharam por sorte. Meu Deus!

-Vamos testar os teus limites de loucura, Charlie B. - Infere e desaparece do meu ponto de vista.

Bufo irritada, nós não temos mais dez anos, mas óbvio que não vou ficar aqui parada. Executo o mesmo que anteriormente ele fez. Com facilidade desço e Harry está á minha espera com as mãos dentro dos bolsos.

- Certo e agora? - Questiono.

O sujeito rude vira-se costas e começa a correr, não vejo outra solução senão o seguir. Assim o faço. A corrida cansa-me e ainda estou confusa sobre a nossa fuga. Onde raio ele vai levar-me? Abro a minha boca para perguntar quando o som de um alarme de um carro soa. Percebo que trata-se do seu Range Rover negro metalizado e o bicho da curiosidade acorda.

- Vais raptar-me? - Questiono divertida ao adentrar o carro confortável.

O aquecimento envolve o meu corpo e fico agradecida, nem percebi que lá fora o tempo está realmente muito gelado.

- Vieste até aqui por livre vontade, então não será considerado um rapto. - Comenta ao ligar o carro. - Agora para com as malditas perguntas.

Dou por mim a rir, antes eu achava-o irritante por não me responder, agora que ele responde manda-me parar de fazer questões.

A noite escura é iluminada pelos faróis médios do carro. O vazio das ruas deixa vislumbrar as almas perdidas em cada esquina da cidade de Manchester.

A música Green Light da Lord soa baixo e preenche o lugar. Arrisco olhar para Harry e fico surpresa por não saber que ele ouve esse tipo de música. Assim que vou falar, ele antecipa-se e desde logo esclarece que não gosta da cantora e que somente não há melhor para se ouvir na rádio.

Alguns minutos depois e absorta ao caminho aonde passeamos, o motor desliga-se e ficamos em silêncio. Encaro Harry alcançar o seu telemóvel e segundos após conversar com alguém do outro lado olha para mim.

Desenhos Solitários - Harry Styles PTOnde histórias criam vida. Descubra agora