18. Atitude Irresponsável.

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"A medida do amor é amar sem medida." - Santo Agostinho

Charlie Bennett

A febre do meu pai baixou consoante a semana passou. Isso traz-me alívio em saber que não estava a acontecer algo de grave com ele. Tenho consciência que a qualquer momento ele poderá ter uma recaída devido ao problema de saúde que descobrimos ano passado. Contudo, mantenho a esperança. Samuel Bennett já esteve muito pior, em uma dor de sofrimento puro. Contudo, isso é passado e o que realmente importa é que a sua saúde tem melhorado.

Uma vez que ele esta bem decido vestir-me para sair com Zoe e as minhas colegas de trabalho. Desta vez nada de Lori's com o cheiro intenso a cerveja. Esta noite combinamos de ir á Six Flags, a melhor discoteca das redondezas.

Observo atentamente o meu vestido. Em primeiro lugar, devo confessar que odeio vestidos bem como saltos altos. Em segundo, acrescento que me sinto ridícula, porém acho que já é altura de usar um vestido. Faz tanto tempo desde a última vez que usei que penso que, por uma vez, posso deixar o meu estilo de lado e usar um outro. Embora o vestido seja preto e aberto com tiras nas minhas costelas acho que não se afasta de todo do meu estilo diário. Ele ainda é curto e muito honestamente é isso que me faz confusão: usar algo tão minúsculo. Contudo, como eu costumo dizer, só se vive uma vez então vou aproveitar a minha noite com um vestido que nunca mais irei usar na vida. Aliás, se não fosse por Zoe eu nunca tinha comprado. Maldita a hora em que aceitei ir ao shopping com ela ontem. A loira influenciou-me na compra. Só sei disso.

Abro a primeira gaveta do meu móvel e vejo alguns cosméticos nunca antes utilizados. Respiro fundo. Acho que vou aproveitar que estou com um vestido que odeio para maquilhar-me. Alcanço o lápis carvão negro e em frente ao espelho passo nos meus olhos, seguidamente rímel e, por fim, um batom vermelho. Ao encarar-me admito que até me sinto bonita, só não tão confortável. Respiro fundo, há sempre uma primeira vez na vida, não é?!

Decidida desço as escadas e avisto o meu pai sentado no sofá com Granger no colo enquanto assiste o seu clube de coração jogar. Porém a sua atenção desvia-se para mim quando fico parada na sala de estar.

- Nem pareces tu, minha filha! – Pondera ao observar-me. Visto o meu casaco vermelho de couro. – Estás fabulosa!

Conheço-o para afirmar que não parece muito contente com a minha roupa.

- Eu sei que estás a mentir, pai. – Devolvo e alcanço a minha mala de ombro. – O vestido é um tanto curto, não é?

- Sim. – Decide contar. – Como te disse, nem pareces tu.

Mordo o lábio. Mudar de estilo é realmente uma merda. Mas não desisto da ideia e hoje vou assim.

- Pelo menos ninguém me vai reconhecer. – Tento brincar com a situação.

O meu pai ri com o meu comentário enquanto afaga os pelos de Granger.

- Mas agora de verdade, estás muito bonita. – Elogia e fico feliz por ele achar isso, afinal sempre acha o melhor da sua filha. – Apenas tem cuidado, os homens de hoje em dia...

Tapo os meus ouvidos. Não vamos ter essa conversa, não agora. Por duas vezes ele tentou, uma quando tinha treze anos e tornei-me mulher ao ter o meu primeiro ciclo menstrual e outra quando atingi os dezoito anos.

- Pai! – Resmungo e vou para a porta, ouço a buzina de um carro apitar. – As meninas já chegaram, talvez durma em casa de uma delas, qualquer coisa...

- Eu ligo, já sei! – Comenta aborrecido. Atiro um beijo para ele na saída. – Apenas tem cuidado com os homens eles...

- Boa noite pai. – Interrompo e saio de minha casa para enfiar-me no carro de Willow.

Desenhos Solitários - Harry Styles PTOnde histórias criam vida. Descubra agora