12. Conversa Embriagada.

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"As pessoas são uma pilha miserável de segredos." - Conde Drácula

Charlie Bennett

Assim que troco a minha roupa por uma camisola velha de pijama, um barulho soa de forma a assustar-me. Salto de susto e reparo imediatamente na varanda do meu quarto. Através do vidro transparente observo a silhueta morena de Harry bem como o tecido escuro das suas roupas. A primeira pergunta que surge na minha mente é o que raio ele faz aqui. Porém, o meu cérebro atropela-se todo e somente me obriga a abrir a porta para ele.

O vento frio da noite corta a minha pele quando abro a porta, rapidamente o sujeito rude entra e apresso-me em fechar para manter o compartimento quente. Corro até á porta do outro lado do quarto e tranco, não vou querer uma surpresa de Samuel com Harry dentro do meu quarto.

Os seus olhos verdes avaliam o meu corpo, os meus olhos azuis esverdeados fazem o mesmo com ele. Noto os seus olhos injetados de vermelho, uma vez mais, bem como sinto o cheiro de nicotina forte misturado com o seu odor natural a menta e hortelã. O que eu não desconfiava ou sequer poderia saber era que a combinação não ficou horrível, muito pelo contrário. Odeio admiti-lo, mas a combinação é excelente e não tinha noção de que poderia gostar tanto. Apesar de ser errado, eu sei. Mas estar com Harry Stytles já é errado, aliás. Desde o primeiro momento em que nos tocamos ou beijámos foi errado, mas ninguém se importa com isso. Pelo menos não eu ou ele. E isso basta para nós.

-O que estás aqui a fazer? – Sussurro o mais baixo que consigo. – Deixaste os teus amigos fumadores?

É inevitável, eu não consigo controlar uma pequena raiva na minha voz dirigida áqueles que estavam com ele na avenida dos bares.

-Vi que me fotografaste. – Indica e não parece incomodado com isso. – Porquê?

Não há maneira alguma que eu vá dizer o que penso sobre ele acerca da sua beleza dura e tão bonita.

-Eu tiro bastantes fotos. – Pontuo. – Sou fotográfa, tirei um curso sobre.

Harry pisca os seus olhos um tanto impressionado, eu diria. Talvez a informação o tenha apanhado de surpresa, uma vez que ele sabe tanto sobre mim como eu sei dele.

Assisto-o sentar-se no meu tapete felpudo. Abre o seu casaco negro de couro e retira uma garrafa de vodka pura. Ergo a sobrancelha um tanto curiosa sobre o que ele faz aqui com uma garrafa de álcool na mão.

-Senta aqui. – Ele pede e vejo-me a realizar o seu pedido ao sentar-se a seu lado. – Parece que há bastantes coisas sobre ti que eu não sei. – Avisa, abre a garrafa e sem mais despeja uma boa quantidade pela garganta abaixo. Seguidamente ergue para mim. – Vai em frente Charlie B.

Não tenho a certeza, mas acabo por pegar na garrafa e beber do gargalo da mesma somente um gole. O álcool arranha e arde na minha garganta, faço uma careta ao sentir o forte líquido descer.

-Também há muitas coisas sobre ti que eu não sei. – Contraponho e passo-lhe de novo a garrafa.

Depois de beber uma boa dose, ele tira algo que também estava dentro do casaco de couro. Pergunto-me se tem algum bolso de magia que transporta todas as suas coisas. Reparo que é o caderno cujo qual ele utiliza para desenhar. Imediatamente fico curiosa, desejo muito ver as suas obras.

Harry olha para o caderno de capa preta um tanto pensativo, vejo a forma como ele parece ponderar se é uma boa ideia abri-lo. Para minha surpresa ele passa para as minhas mãos e fico com o caderno em minha pose. Olho de soslaio para Harry que ingere novamente o líquido ardente.

Desenhos Solitários - Harry Styles PTOnde histórias criam vida. Descubra agora