15. Festa e Irresponsabilidades.

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"O pecado vem no sangue, a salvação vem na alma." - Claudiney Ribeiro

Charlie Bennett

A minha cabeça roda conforme uma montanha russa dolorosa. A dor amenizou, mas as tonturas permanecem bem como o mau estar. Sabia que não deveria ter ingerido tanta vodka, mas eu necessitava dela para cometer uma loucura da qual jamais irei arrepender-me.

Ao atravessar a sala avisto Granger a encarar-me em um canto do compartimento. Aperto os meus olhos na direção dele e quase posso apostar que ele sabe que estou a esconder algo. Claro que não pretendo manter a tatuagem oculta tanto de Granger como do meu pai, contudo eu acho que talvez deva esperar um pouco antes de lhe mostrar.

- Bico calado, G. - Digo para o gato. - Samuel não pode saber agora, ao invés de estares aí especado poderias ir dormir com ele agora mesmo.

O gato manhoso nem mexe um centímetro. Bufo irritada, estou com uma dor de cabeça enorme, não necessito que o gato me deixe mais agoniada. Após tomar um medicamento e ingerir água saio de casa rumo á Old Art.

Como sempre, no metro é uma confusão logo pela manhã. Mas mais uma vez consigo sobreviver aos apertos abafados cujos quais enfrento.

Entro na loja e começo a fazer o habitual. Não tarde e os trabalhadores começam a chegar. Uma hora mais tarde vejo uma loira entrar pela porta com um sorriso amarelo. Zoe Stevens.

- Bom dia Charlie enviaste-me uma mensagem sobre o meu quadro. - Avisa e aceno positivo.

- Bom dia Zoe, o quadro está pronto. Só um momento, por favor. – Peço e dirijo-me ao atelier.

Depois que alcanço o quadro retocado de Lady, a caniche que perdeu feio para Granger, entrego à dona.

- Muito obrigada. – Zoe agradece. – Hey, hoje à noite vai haver uma festa na fraternidade de uma amiga, gostarias de comparecer?

Estou prestes a dizer que não vai dar, porque a minha cabeça está a estourar no momento quando me lembro que eu realmente preciso de sair um pouco mais de casa. Abro e fecho a minha boca algumas vezes e, por fim, decido confirmar a minha presença.

- Envia-me o endereço e lá estarei.- Anúncio simpática.

Reparo que Zoe permaneceu um tanto surpresa, mas logo apressou-se em sorrir de contente.

- Certo, começa às dez da noite. Até mais.

Despede-se após retirar um chocolate do pote proibido. Quando a loira sai da loja faço o mesmo e deixo o chocolate derreter suave na minha língua.

O sino da porta soa e assisto Bethany entrar com uma expressão dura. Ela nem sequer me cumprimenta, simplesmente me ignora. Pergunto-me se voltei à Charlie invisível dos primeiros dias de trabalho aqui.

Alguns minutos depois e ela volta com pressa. Para na minha frente e limito-me a sorrir de forma educada.

- Amanhã é a tua folga. – Conta e pisco os olhos.

Desde quando eu tenho folgas? Não que eu esteja a reclamar, obviamente.

- Ah... hm, ok. Certo! – Gaguejo pela surpresa da novidade. – Obrigada, Bethany.

A mais velha sorri falso e sai da loja sem mais nenhuma palavra. Não sei o que há de errado com ela, mas fico feliz por ter ganho uma folga sem ao menos ter pedido. Não é um máximo?

Novamente, o maldito sino soa e dessa vez Harry Styles adentra o lugar com uma expressão calma e com um sorriso no rosto. Não estou a ver mal, de verdade que ele está sorridente nesta manhã nublada em Manchester. O meu coração salta por achar que a sua felicidade provém de mim.

Desenhos Solitários - Harry Styles PTOnde histórias criam vida. Descubra agora