16. Intimidade e Perdão

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  "Jamais podemos entrar na intimidade de alguém sem sermos convidados ." - Patricia

Charlie Bennett

- De que forma pretendes passar a tua folga? – Ouço o meu pai perguntar assim que termino o meu pequeno-almoço às dez da manhã.

Bocejo. Sinto sono ainda, porém não podia ficar naquela cama – por mais que fosse a minha vontade – pois, não quero dar motivos para o meu pai achar que estou de ressaca. Mesmo que esteja.

O meu pai sabe sobre Harry, quer dizer, superficialmente. Ele sabe que estou a sair com alguém, talvez a palavra adequada não seja "sair", mas a verdade é que estou a ver alguém e ele sabe disso, afinal aquela conversa que tivemos parece estar impregnada na lista de coisas mais importantes a serem lembradas.

- Ainda não sei. – Admito, talvez eu fique na cama e beba muita água.

Os olhos azuis do meu pai inspecionam-me curioso. Lavo a minha caneca de ursinhos para depois limpar e colocar no sítio.

- Estás estranha. – Pondera avaliador. – Charlie, filha, aconteceu algo?

Aconteceu. Embriaguei-me na noite em que, supostamente, deveria ser responsável.

- Nada pai. – Encolho os ombros, odeio ocultar coisas a ele mesmo que ultimamente só tenha feito isso. – Foi uma noite e tanto apenas, sinto-me cansada.

O suspiro longo do meu pai mostra que compreende o que falei.

- Normal. – Confiro a suspeita. – Talvez seja melhor descansares.

Concordo, beijo o seu rosto e dirijo-me para o quarto. No momento em que retiro o meu pijama para tomar banho, o meu telemóvel toca anunciando uma mensagem de texto. Reviro o meu olhar enquanto puxo a última meia que está presa no meu pé.

Alcanço o aparelho móvel e denoto que é de um número desconhecido.

"Hey. Apenas quero saber como estás...? H xx." – Leio a mensagem, nesse momento o meu coração pula de felicidade.

Involuntariamente, um sorriso desenha o meu rosto. De madrugada eu não duvidei da sua preocupação em relação a mim e, agora com esta mensagem, é a certeza que eu precisava para alegar com todas as minhas forças que sou algo para ele.

Harry Styles sente algo por mim, de uma forma positiva. Está claro para mim.

" Heeey, preocupado com a irritante mais sensual da Terra?! Charlie, x" – Apresso-me em escrever.

Depois que nos beijamos à porta de minha casa, Harry pediu-me o número de telemóvel. Nunca cogitei a ideia de que ele iria mandar mensagem no dia a seguir.

O meu telemóvel toca e abro a mensagem quase de imediato completamente ansiosa.

"Vejo que estás bem. Soube da tua folga através de B.K. O que vais fazer hoje? H"

Este não se parece em nada com o Harry que eu conheço.

"Dormir? Eu não sei, ainda não refleti sobre isso." – Envio, mas decido escrever mais. – "Porquê a pergunta? Interessado em algo empolgante que esteja na minha casa? Chalie x"

Aguardo a sua resposta, contudo ela demora e bufo em irritação. Dou de ombros e decido tomar banho. Adoro o facto de o meu quarto ser do estilo suíte com direito a casa de banho. Somente de roupa interior sigo em passos desajeitados quando ouço alguém bater na minha porta da varanda. Os meus olhos encontram Harry por trás do vidro e estaco na hora. Estou a ter ilusões? Antes que considere essa hipótese vou até lá e abro a porta para ele entrar. Reparo nos seus olhos verdes investigarem a minha pele. Arrepio-me devido ao vento que entra no compartimento, mas também pelo seu olhar depravado sobre mim.

Desenhos Solitários - Harry Styles PTOnde histórias criam vida. Descubra agora