Dia 21, o que acontece?

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A brisa estava gelada, o corpo de Any estava imóvel, congelando por dentro e por fora. Quando Alra morreu tudo mudou, as perseguições começaram, revelações foram feitas. Tudo estava confuso e obscuro. Como essa noite, estava fria, confusa e escura. Any não sabia o que pensar, como agir, não sabia se corria ou continuava imóvel bem ali na frente de um estranho em pleno escuro com pequenas partes iluminadas pela luz da lua.
- Só corra... - Disse o estranho do bar.
- O que acontece? - Disse Any suavemente.
- Só corra.
- O que acontece. O que acontece se eu não correr? - Any falou quase como um susurro calmo e mistério. Poderia ser descrito como frio e suave, como um sorvete de baunilha em um verão.
- Só corra.

Any se virou, e no mesmo instante empurrou o estranho. Virando de volta e correndo sem olhar para trás.

Ela corria ofegante mas parecia tudo em câmera lenta, passou por três, e parou em um sinal. Ofegante, ela respirava e rapidamente soltava o ar, segurou sua bolsa fortemente.

Olhava para um lado e depois o outro a procura de um holtel ou qualquer outra coisa, começou a andar procurando e procurando até escutar um som estrondoso e uma luz forte em um lado do rosto. E um corpo junto ao seu caindo em um chão frio e úmido.
Era o desconhecido, o salvador de sua vida. Mais uma vez ela foi salva por uma pessoa estranha e desconhecida. Quem era dessa vez?
Any sentiu sua cabeça doer e seu corpo pesado. Sua cabeça doia porque tinha um corte em sua testa, seu corpo pesava pois o misterioso estranho estava em cima de seu corpo, a travando de qualquer movimento. Tentou abrir seus olhos devagar mas a dor não a deixava se concentrar em nada estava tudo turvo e distorcido. Acabou adormecendo com a dor.

Dando tempo do misterioso, desconhecido homem do bar se levantar de cima de Any e a pegar no colo a levando para um hotel próximo. Era um hotel classe média, a recepcionista era educada e gentil. Atendeu atenciosamente o misterioso do bar que escolheu a suíte luxo do hotel uma das mais caras. A recepcionista deu as chaves para ele que imediatamente entrou dentro de um elevador, Any ainda estava em seu colo adormecida em seus pensamentos.

Ao entrar no quarto fechou a porta com o pé direito, botou Any em cima da cama, tirou a alça da bolsa de seu ombro e a colocou em uma poltrona ao lado esquerdo da cama onde Any agora se encontra adormecida.
Olhou para ela concentrado, a cada movimento não tirava os olhos dela. Tirou sua blusa, suas calças, tirou todas as suas roupas e foi dobrando cada peça de roupa e colocando em cima da cama ao lado de Any. Foi até o armário e pegou um roupão para o banho, fechou o armário de correr, abriu a porta do banheiro e quando ia entrar virou seu rosto e olhou para Any antes de entrar no banheiro. Depois disso prosseguiu com seus passos calmos até dentro do banheiro. Abriu a torneira de água quente da banheira e deixou a encher, tirou seu roupão e entrou na banheiro primeiro um pé depois o outro, relaxou na banheira e fechou a torneira. Fechou seus olhos e acabou dormindo com a cabeça para cima em direção do teto.
Enquanto ia adormecendo, Any foi acordando devagar se acostumando com o novo lugar não familiar.
Levantou seu corpo, colocou seus pés no chão sua mão para sua testa onde estava machucada.

- Aah. - Gemeu de dor.

Tirou rapidamente a mão de sua testa. E escutou barulho de água vindo do banheiro, levantou e foi em direção do barulho. Abriu a porta do banheiro e devagar foi olhando as coisas com receito viu o misterioso homem dormindo na banheira. Era um misterioso e belo homem, com cabelos preto escuro, corpo saudável em média uns 28 anos.
Any ficou surpresa, voltou ao quarto devagar observando tudo lentamente chegou a cama, sentou-se e começou a pensar sobre o que aconteceu para tudo mudar. Suas atitudes, sua vida, sua casa... O que acontece agora? Vai ter que fazer mais um apagar para poder sair, esses pensamentos não paravam de rodear Any.

Como tudo começou? Como tudo aconteceu? O que acontece agora? Eu já não sei o que falar, muito menos o que pensar. Não sei como agir nem o que falar, muito menos sei o que dizer para mim mesma, como me conter?
Tudo começou no ano passado, foi quando aquelas palavras saíram da minha boca, "Não vou seguir seus passos mãe, nem os passos dessa família."
Eu lembro muito bem, minha mãe tinha bebido demais. Me ligou e começou a me bombardear de perguntas de como seria o meu futuro, me irritei e essas palavras foram ditas e aqui eu estou. A morte da minha mãe não ficou clara para mim, eu ainda não chorei.
Estou cansada, mas me lembro que meus avós pediram e pagaram quase todas as entrevistas, jornais, reportes, qualquer coisa de divulgação e reportagem foi pago para ficarem calados.
O corpo da minha mãe não foi encontrado o caixão ficou vazio, não entendi muito bem o por quê.
Meu pai não foi enterrado, qual foi dessa vez o por quê?

"Faça o bem porque o mundo vai mal."

"Não seja alguém que não é, seja você."

"O que acontece"

"O que acontece se eu não for?
O que acontece se eu deixar ir
O que acontece a todo tempo aqui
O que acontece comigo
O que acontece comigo, será culpa minha?
O que acontece, se eu deixar acontecer
O que acontece se eu continuar a escrever, a investigar, a descobrir, a ser
O que acontece ao anoitecer?
O que pode ou não acontecer?
Só sei que eu quero ver...
O que vai acontecer, se acontecer
O que acontece?
O que acontece depois do amanhecer?
O que acontece depois disso..."

Por que nossas mentes lembram de coisas ruins e esquecem coisas boas?

Um bom tema para um livroOnde histórias criam vida. Descubra agora