Plano

247 31 5
                                    

Francis encarava a situação de ver Josafá e Roger apertando as mãos, e tudo apenas piorou quando Gregório interrompe a conversa, ela soube de cara que não era Nicolau e sim sua outra personalidade que estava presente, aumentando assim o seu nervosismo.

Greg tinha uma expressão aparentemente tranquila, mas vê Casa Grande tão perto, depois de tudo o que houve, suas mãos ficaram trêmulas.

_Minha nossa... - diz o recém chegado cruzando seus braços. - Isso é o que chamo de "coisa do destino". Não concorda, Francis?

Josafá e Roger soltam as mãos encarando Greg sem entender o maldoso comentário, mas Francis não perde tempo e tenta distrair a atenção deles.

_O que quer? - Francis parecia acuada atrás dos homens que ela amava.

_Bom te ver também, querida - Greg faz cara de dor. - Preciso de um curativo para esses machucados.

_Não faça isso. - Roger fica na frente da mãe como um gesto protetor.

_Isso... O quê?

_Ela está muito abalada... Todos estamos, a Becca... Ela não está aqui... - O jovem força a voz para não chorar. - Sem cena... Por favor.

_Ah, é bom que o senhor...

_Qual é, Casa Grande? Não sou tão velho assim. Nossa diferença de idade não é...

_Sim, é sim - desta vez é Casa Grande que interrompe sem culpa, e continua. - É bom o senhor estar aqui, pelo menos assim pode falar com os pais do Laerte.

Greg franze o cenho sem entender.

_Mas o que eles estão fazendo aqui?

_Todos entreolham-se, mas é o olhar de Francis que chama a atenção de Greg, parecia que ela divertia-se com algum tipo de piada nas palavras de Casa Grande e na reação de Greg.

Se deu mal. - Pensa a primeira dama.

_Não está sabendo? - Questiona o Investigador seriamente. - O rapaz sobreviveu ao acidente... Ele está vivo, não é ótimo?

- Vivo? - Desta vez é a voz de Nicolau que surge na mente presa à Greg. - Mas, e a minha Becca!?

- Não pode ser... Não pode ser, não pode.

_Está bem, Nicolau? - Pergunta Francis divertindo-se internamente com a preocupação de seu marido e inimigo. - Parece pálido.

Greg entra no jogo.

_O que acha? Estou arrasado com a situação de minha filha e agora fico sabendo que o infeliz responsável por toda essa bagunça está vivo... - Greg senta-se ao lado da esposa e segura a mão dela que tenta discretamente e inutilmente livrar-se do toque, mas é em vão. - Estou... Aflito.

Francis abaixa a cabeça, sentindo um misto de ódio e vergonha. - Sínico desgraçado.

Greg dá um abraço robótico na esposa que treme ao toque do inimigo íntimo. Vendo aquela cena, Roger sente uma raiva subir por seu corpo. - Isso é demais pra mim. - E assim o jovem caminha decididamente até à porta, mas para sua surpresa Greg aparece à sua frente.

_Quanto tempo... - Greg tentava parecer sensato, mas sabia que essa palavra não existia quando estava relacionada à Greg/Nicolau e Roger. - meu filho.

Roger o fuzila com o seu olhar azul intenso.

_Sai. Da. Minha... - Roger diz as palavras pausadamente enquanto dá um passo à frente. - frente. Agora.

PAI NOSSOOnde histórias criam vida. Descubra agora