De carne e osso

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O celular de P. C. tocava mais uma vez, no visor aparecia o nome de seu tio e parceiro, mas ainda pensativo com a informação que acabara de receber, ele deixa o aparelho tocar no banco de passageiro enquanto dirigia o seu carro - qual é a ligação entre esse casal desaparecido com os outros rapazes também desaparecidos, e agora essa com Becca e Laerte? - O jovem investigador procurava mais detalhes sobre a ligação entre os casais, mas algumas respostas não foram extraordinárias. O neto da senhora Mariá, estudou em outra cidade com Laerte, no caso eles foram o elo entre Becca e Nádia, mas a avó do rapaz deixou claro que as duas garotas não eram grandes amigas, apenas namoradas de amigos em comum.

Agora Paulo César dirigia até o local onde Luca e Nádia acamparam, ele sabia onde era o lugar, já que acompanhava sempre que possível o trabalho do tio junto com o falecido Lion. O jovem investigador sabia de alguns detalhes, mas precisava chegar até lá, até porque ele ainda tinha mais três lugares para visitar, de um jovem chamado Alex Amorim que está desaparecido há três meses, a casa de Vitório Vilar, desaparecido há algumas semanas e o mais recente, Bruno Mendes.

***

Paulo César já esteve naquele lugar antes quando o seu tio Josafá e Lion foram com uma Equipe de Resgate. O lugar era muito bonito, não tinha como negar. O frio aconchegante era ideal para uma noite com fogueira, o céu estava iluminado pelas estrelas depois de uma noite chuvosa, iluminando também as grandes árvores que circundava todo o perímetro. O lugar apesar de agradável era pouco visitado, ficava a mais de uma hora de distância do Centro da cidade de Bosque dos Anjos e mais duas horas da casa de Luca. O local era cercado por uma floresta densa que exala a um cheiro de plantas molhadas, os cricrilar  doa grilos misturava-se com o pio da coruja solitária, o jovem investigador também notou que o sinal de seu celular estava fora de área e lembra-se que o pai da moça chamada Nádia ouviu o casal falando algo sobre "em busca de aventura".

_Acho que eles encontraram. - Dizia Casa Grande quando leu o relatório pela primeira vez.

P.C. sorrir ao lembrar-se das palavras de humor negro do tio.

A floresta ficava em média de 50 à 60 metros de distância de onde o jovem casal havia acampado. Quando a polícia junto com a equipe de resgate chegaram ao local para uma averiguação e encontraram apenas uma sacola de lixo contendo uma carteira de cigarros Mallboro vazia, seis latas de cerveja e uma Coca Diet, também duas embalagens de Cheetos e dois preservativos usados (que os exames constataram ser de Luís Carlos). Agora, andando de um lado para o outro P.C. começa a sentir frustração por não encontrar mais nenhuma pista ou algo que lhe desse uma luz ou um fio de esperança - nada. - Com a lanterna extra power ele conseguia visualizar tudo com facilidade e sem falar na luz dos faróis do carro que ele havia deixado ligado para ajudar ainda mais.

Paulo César já havia caminhado pelos arredores por quase meia - hora e já cogitava em voltar, mas enquanto estava exatamente em cima da marca da fogueira onde possivelmente o casal Luca e Nádia estavam, ele vira sua lanterna à 180° e a luz da lanterna se depara com uma imensa e sinistra árvore à uns 20 metros de distância e no centro da grande árvore havia um buraco que dava à árvore um aspecto agourento de desenho animado, ele imaginou que seria perda de tempo, mas ainda assim caminhou até o local e assim que chega P.C. encontra uma embalagem de pastilhas de menta - nada de anormal. - Mas logo ele percebe uma estranha marca ao pé da árvore bem abaixo do buraco que ficava no centro, e moldada pela lama devido à chuva e tamanha foi sua surpresa quando ele percebe que aquela marca na verdade tratava-se da marca de um joelho, ele arregala os olhos e com a ajuda de sua potente lanterna ele observa uma pegada ao lado da marca que havia encontrado antes, estava ao contrário da primeira marca, estava danificada e mau podia enxergar. Ele olha ao redor desesperado e percebe que havia rastros que levava até à estrada - alguém estava aqui. - P.C. dobra o seu joelho direito em cima da marca que havia encontrado, seja lá de quem era aquela marca era maior que o jovem investigador que fica de joelhos no chão e ao levantar a cabeça ele conseguia perfeitamente vê através do buraco na árvore (um tipo de janela) onde estava minutos antes perto da fogueira. - Meu Deus... Alguém estava aqui... Observando o casal... O tempo todo.

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