Despertar

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Enquanto Mirna pisava fundo no acelerador, Josafá tem a impressão de ter visto uma luz o longe na velha usina - foi um breve, porém, importante segundo. - Ele apanha o rádio do veículo de Mirna e pedi a posição da primeira viatura que havia partido no comando de sua ex amante antes mesmo dele chegar.

_Já passamos da divisa -informa a voz do homem do outro lado.

_Então não vão vasculhar a usina?

_Negativo - o rádio chia. - Pegamos um atalho até a cidade vizinha.

_Entendido! - Josafá desliga e volta-se para Pacheco. - Vamos para Usina.

Ela o encara por um instante em seguida concorda com um meneio de cabeça enquanto passa a mesma instrução para a viatura que os seguiam.

_Desliguem os giroflex - acrescenta Mirna. - Sejamos discretos.

***

A pequena fazenda de Nicolau estava submersa na madrugada, apenas os animais da noite quebravam o suposto e agourento silêncio que logo é quebrado por um ranger distante e indistinto. Na varanda da casa, uma figura balançava-se categoricamente numa cadeira de balanço, envolvida por um lençol grosso.

Com as olheiras profundas em volta de seus olhos denunciando a falta de sono, ela se pegava pensando em seu passado, de como foi fácil para o seu pai lhe entregar aos cuidados daquele monstro. O Carcereiro havia pago muito bem para que o homem levasse a filha enganada filha a agencia de modelos pela gerenciada por uma famosa Senhora da Alta Sociedade Francesa.

Foi como todo o pesadelo de Vanda começou. E quando por um momento pensou encontrar a paz e um recomeço, mas mais uma vez, ela é enganada e entra numa relação com um psicopata.

A primeira dama estava com o olhar perdido na escuridão da fazenda, como se procurasse um vestígio da filha ou como que se a guardasse cruzar o velho portão de madeira.

Mas o que Francis não imaginava era que seu tormento não havia cessado. Ela se assusta quando o telefone da sala começa a tocar, deixando o lençol cair no assoalho ela sai correndo para dentro da casa que parecia acordar com o inesperado barulho, mostrando seu corpo em forma dentro de uma camisola de seda branco coberto por um roupão felpudo preto.

_Alô? - Sua voz parecia cansada, demonstrando que havia corrido para atender. Seu coração ansiava por noticias de Becca.

_Francis... Oh graças a Deus! - Diz uma voz feminina que passou despercebida para Francis - desculpe ligar essa hora... Sou eu, A Yumi... Yumi Nakamura.

Francis conhecia a filha de seu colega que havia abrigado seu filho Roger quando este saiu de casa. Ela não entendia o que acontecia, parecia embriagada, tonta, mas seja lá o que fosse não lhe parecia nada bom.

_Yumi... Deus, o que aconteceu?

_Francis... Oh Deus, Francis é o Roger... - havia dor na voz da garota asiática e ela caía no choro. - Venha agora para o Hospital do Centro... Agora!

Por um instante a mulher sente o chão sumir de seus pés, sente-se tonta e que pode cair a qualquer momento enquanto pressionava com as mãos suadas o fone no ouvido com uma expressão pálida.

_Estou... Estou indo - a voz embargada de lágrimas saiu num sussurro com dificuldade.

Ela desliga o telefone ainda parecendo sem acreditar, quando volta - se para subir seu olhos encontram os de Greg no alto da escada que segurava o pequeno Plínio que mostrava ter acordado com o barulho. Ela sobe as escadas às pressas, pega o menino dos braços dele e sem dizer uma palavra vai até o quarto e coloca o primeiro vestido que encontra, o suficiente para manter-se aquecida e coloca uma roupa no menino que chorava impaciente.

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