Capítulo 17

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Sem correção... 

Dezessete

Sophia

Três semanas depois, minha filha ainda estava preocupada comigo. Passava a mão em meu rosto secando minhas lágrimas e entre um carinho e um beijo em meu rosto perguntava...

- Papai, mamãe? – Ela queria dizer que sentia falta dele. Era sábado e geralmente eles brincavam no parque.

Por fim, me levantei. Não ficaria me lamentando o resto da vida. Havia tido um mês ruim, mas agora quem decidia se continuaria ali, com pena de mim ou não, seria eu.

- Dona Sophia, aquele moço... – Ana era a cozinheira que trabalhava com a gente. Um amor de pessoa e de coração enorme. – Senhor Lucas. Mas o porteiro não quis deixa-lo entrar.

Com certeza o Alec deveria ter proibido sua entrada. Fui até a cozinha tomei o interfone e pedi que o deixassem entrar.

Quando ele apareceu em minha frente, devia ter estranhado me encontrar de cabeça erguida, e um meio sorriso no rosto.

- Bom dia Lucas. – Ele até que tentou dar-me um abraço, mas ainda não estava preparada para esse contato mais intimo. E não precisava de outro homem para tomar minhas decisões ou tentar coloca-las em prática.

- Bom dia Sophia. Eu pensei... Pensei em passar para ver como estava.

- Estou bem! – Apontei a poltrona à sua frente para que se sentasse.

- Sei que tem me evitado.

- Mesmo? – Ironizei.

- Estou tremendamente envergonhado, mas não me arrependo do que fiz. Faria novamente. Não poderia deixar que continuassem enganando você.

- Lucas... Me conta como isso começou? – Com o passar dos dias, minha mente estava tendo um novo prisma sobre a situação.

Sem fazer-se de rogado, e demonstrando saber todos os detalhes ele me contou. Contou sobre as dívidas do amigo, e sua "doença", assim ele se referiu ao vício do Dalton. Não poupou ao outro, Phel.

- É outro. Tudo o que ganha na mesa fica no bar. Não que ele seja um alcoólatra, mas as mulheres praticamente bebem tudo.

- Entendo. – O que se passava em meu coração, era a noite em que o rapaz havia acordado a irmã pediatra para que atendesse a Bebel. Claro que à pedido do Alec. Se fosse um pedido nosso, talvez nem abrissem as portas, mesmo assim, quando uma pessoa fazia um bem a mim, eu não poderia deixar passar despercebido. – Havia mais uma assinatura no documento.

- Nick. Na verdade Nicolas. Mas ele é muito tranquilo. – Ele saiu de sua poltrona e sentou-se próximo a mim no sofá. – Sophia. Eu não queria que me levasse à mal. Não era daquela forma que eu pensei em contar para você. Tinha pensado durante o almoço, mas você convidou a Allana. Eu queria ter preparado seu coração e...

- O que você faz Lucas? – Deu um sorriso irônico.

- Eu já te disse, ainda estou em discernimento de vocação.

- Aos vinte e...

- Vinte e seis anos.

- Eu trabalho desde os catorze acredita? Já fui babá. Depois passei a ser doméstica. Trabalhei como frentista em um posto, e lá tive não só que abastecer como aprender a lavar carros e encerar. Chegava ao fim da semana com os braços todos doloridos.

- Desculpe Sophia, é uma história linda, mas não sei o que tem haver com a gente. Eu vim aqui porque sei que devia ter vindo antes, mas quis respeitar seu tempo. Eu tinha que reforçar o que se passa em meu coração. Peguei você de surpresa eu sei, mas posso te prometer também que não passará por mais nenhum tipo de dificuldades caso me tenha ao seu lado. – Segurou minha mão. – Minha família é de posses, e tudo isso que você disse que fez, não terá que fazer mais. Eu nunca me senti assim na vida Sophia. Dê-me uma chance.

A Aposta.  - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora