Tal pai, tal filho

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Kevin seguiu seu pai para um quarto enorme  e com janelas que davam para ver todo o reino mergulhado em escuridão, o jovem estava preocupado com os elfos, não contava que seria mantido no castelo de Ignis, porém queria conhecer seu pai e por algum motivo, queria saber sobre a magia dele.

- Tudo bem meu filho, o que quer aprender? Magia ou combate? Posso ensinar os dois.

O jovem olha para seu pai. 

- Me ensine os dois.

Nerus, bateu palmas e dois servos com capuzes que tampavam seus rostos, mas deixava á vista seus punhos mostrando queimaduras de terceiro grau, trouxeram uma mesa com várias espadas uma delas era a de Kevin e outras feitas na lava do vulcão. O jovem escolheu a sua espada e Nerus escolheu aleatoriamente, preferindo uma espada negra de corte simples.

- Filho, sua técnica não é ruim. Você tem um talento natural para a luta e para a magia, graças a mim e a sua mãe. Eu sei que te contaram sobre a morte de sua mãe; mas Lira tentou proteger as pessoas erradas, ninguém além de mim estava encarando aquele projeto, como uma forma nos dar um poder que seria útil para colocar nosso clã como o mais importante, queriam somente proclamar uma "Paz" que não teria mais distinções de reinos ou qualquer outro tipo de diversidade, eu não concordei com isso e no meio do ritual eu era o pedinte aos deuses e fui contra tudo e todos e quando fiz a ligação com os deuses, pedi a eles uma forma de conseguir poder o suficiente para exercer a influência que era necessária, quando acabou nada mudou e todos perceberam e tentaram me condenar, porém eu consegui drenar o mantra de todos na sala e quando Lira soube ela tentou me prender, mas não tive o controle dessa magia que me foi concedida e quando soube da traição dela, drenei o mantra dela e ela ainda sim, lutou com fervor, até ficar totalmente sem magia e morrer, porém os deuses não aceitaram como eu estava usando o dom que me deram e fizeram eu adormecer, por conta deste poder consumir minha alma e não me matar, essa.. magia, esse mantra ficou acumulado e só foi crescendo, até que com uma explosão de magia, meu mantra conseguiu me libertar, mas para eu conseguir a liberdade que preciso para enfim conquistar meu plano  e o que até hoje os reis buscam... Eu preciso da sua ajuda , filho. Seu poder junto ao meu, nós seriamos imbatíveis! Contra qualquer um até mesmo contra os deuses.

Kevin escuta toda a história e segura suas lágrimas não sabia qual versão era a verdadeira, mas ambas as que foram contadas, faziam sentido.

- Tudo bem, filho... Não precisa me responder agora, vamos treinar e depois podemos voltar neste assunto. Olha só, a espada ela precisa ser uma extensão de seus braços, a leveza de seu corpo é o que impulsiona um bom ataque e uma efetiva defesa, quando você entra em uma luta, o que você tem que ter em mente não é contra quem você está lutando, apesar de ter conhecimento do seu adversário é muito importante, mas é ainda mais importante arranjar uma forma de terminar a luta, sem gastar muito tempo e é aí que sua agilidade e seu dom entra, observe. 

Nerus se concentra e começa a emanar uma energia negra e perversa em sua volta e quando a solta, aparece uma sombra do demônio que vive nele. O feiticeiro entra na frente de seu filho e aquele monstro o ataca, porém, Nerus com facilidade se desvia dos golpes do monstro colossal e desferindo vários golpes com sua espada, com tanta rapidez e perfeição que em cada som da espada dava para ver faíscas soltando do ferro escurecido, até que o escudo que a pele do monstro proporcionava foi quebrada e mostrado seu ponto fraco, fazendo o feiticeiro ir com mais agilidade e ao se desviar de um dos golpes com as unhas do demônio, perfurou a carne de seu adversário, o destruindo e fazendo a essência voltar para ele.

- Note Kevin, eu não usei da magia, somente da minha habilidade. Esvazie a sua mente, é a sua vez.

Nerus se concentra novamente e forma o mesmo demônio. O jovem olha para seu adversário e espera uma oportunidade, a qual apareceu no primeiro golpe desferido pela besta, porém o jovem foi muito devagar, ele desviou, mas ao atacar a fera foi recebido com um soco que o arremessou para outro lado. O feiticeiro olhou para ele com uma cara de desaprovação. 

- Kevin... Levante. Kevin! Levante! 

O jovem se levantou e seu corpo começou a esfumaçar, porém o jovem controlou sua transformação e foi em direção a besta, deu um pulo sobre ela e cravou a espada na clavícula da besta, região que se encontra na parte traseira do pescoço. Nerus se surpreende com o feito, o jovem não só controlou sua transformação, como também conseguiu ferir a besta. O jovem, no entanto foi mandado para longe deixando sua espada cravada no monstro. Kevin se concentrando estendeu as mãos e puxou outra que estava na mesa, a besta atordoada e tentando tirar a espada cravada em seu corpo não notou que Kevin estava indo ao seu encontro, o jovem passou com tanta rapidez pela besta, que parecia um raio. Sua agilidade tinha aumentado e seus golpes estavam sendo eficazes, fazendo a besta cair, porém viva. Nerus, começa a bater palmas, surpreendido.

- Ótimo filho! Agora, termine.

O jovem olhou para seu pai e depois para a besta.

- Filho, termine! 

Kevin subiu em cima da besta e empurrou a espada para dentro, fazendo-a dar um rugido e desaparecer. 

- Parabéns filho, você conseguiu. Isso está no seu sangue! Vamos para a próxima lição, acho que esta eu terei que lhe ensinar mais coisa, mas tudo bem.  

Os quatro reinos- O início da escuridão.Onde histórias criam vida. Descubra agora