Capítulo 24

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Anahí

Encaro meu pai e a fotografia na lápide.

- Você tem certeza?

- Você pode não se lembrar do rosto dele, mas eu lembro, não é o Arthur. E olha o ano em que ele morreu.

Me viro e só então percebo a data de nascimento e a de morte. Esse garoto nasceu no ano de 2001 e morreu em 2010. Se fosse meu irmão o ano de nascimento seria 1994.

- Não é o Arthur. - me dou conta e encaro meu pai.

- Vamos sair daqui, eu vou ligar pro laboratório agora mesmo e descobrir o que foi que aconteceu.

- Não é o Arthur! - suspiro e as lágrimas voltam, mas dessa vez de alegria. - Não é o meu irmão!

- Não Any, não é! - Samuel sorri pra mim. - Eu tenho certeza que ele ta vivo e vocês vão achá-lo.

Abraço Samuel, enquanto choro sem acreditar no que está acontecendo. Uma esperança se renova dentro de mim e tenho quase certeza que meu irmão está vivo e uma hora vou achá-lo.

No caminho de volta Nicolas fica o tempo todo no celular, tentando descobrir o que deu errado com o exame de DNA. Sam está ouvindo música no banco de trás e eu fico outra vez, encarando a paisagem, tentando descobrir onde pode estar o meu irmão.

Quando chegamos ao apartamento mal me despeço dele e já desço do carro.

- Eu te mando notícias Anahí.

- Ta! - aceno com a mão.

- Tchau Samuel. - meu pai aperta a mão dele.

- Tchau! - ele faz um aceno com a cabeça.

- Você quer subir? - pergunto quando meu pai vai embora.

- Não, eu já vou e não quero que pensem mal da gente.

- Não seja tonto, você é meu amigo e tem praticamente uma namorada. - reviro os olhos.

- Amanda e eu não somos namorados. - ele revira os olhos.

- Ah não, tem certeza? - cruzo os braços.

- Vamos parar né? Vem cá, você e seu pai... Não são muito calorosos né?

- Ele é um cretino idiota, Sam.

- Nossa o que ele fez pra você falar isso dele?

- Ele abandonou minha mãe quando ela estava doente, com uma doença terminal.

- Poxa, que barra.

- É, parece que a doença dela não significou nada na hora dele pular a cerca e significou menos ainda quando ele simplesmente saiu de casa pra morar com a amante, deixando eu e minha mãe pra trás.

- Nossa, você nunca tinha me contado essa parte.

- Eu não gosto de me lembrar dele, por isso evito falar no assunto, e também pensar nisso me enche de raiva. - suspiro. - Eu quero que ele e a família nova dele se explodam.

- Ele tem filhos com essa mulher?

- Não sei e não tenho interesse de saber. Eu só tenho um irmão, ele se chama Arthur e... Ta em algum lugar por ai e um dia eu vou encontrá-lo. - respiro fundo.

- Vai sim e se for com a ajuda do Nicolas, que seja. Pelo menos é algo de bom que ele te faz.

- Sim!... Sam, obrigada por ter ido lá comigo hoje.

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