Capítulo 16

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Anahí

Acordo naquela manhã com insistentes batidas na minha porta, mas decido ignorá-las, então puxo a coberta e cubro minha cabeça. É domingo de manhã e pra ajudar é meu aniversário, então não tenho vontade nenhuma de ficar na cama, tudo que eu quero é dormir até o dia de hoje acabar.

- ANY ABRE ESSA PORTA! - ouço a voz da Dulce gritar. - Você escapou de nós ontem, mas não vai escapar hoje. Se você não abrir, eu vou chamar o sindico.

Não respondo, me encolho na cama, me cobrindo até o pescoço. Está frio e é um motivo a mais pra eu não sair da cama.

- ANY EU VOU ARROMBAR ESSA PORTA! - ela grita e começa a dar chutes. - NÃO ME FAÇA CHAMAR A POLÍCIA OU O CORPO DE BOMBEIROS.

- VAI EMBORA! - grito e cubro minha cabeça com o edredom.

- EU SABIA QUE VOCÊ ESTAVA ME OUVINDO. ABRE A PORTA ANAHÍ, EU NÃO VOU PEDIR DE NOVO! - a ameaça está clara e pelo que conheço da minha amiga, ela vai por essa porta abaixo se eu não abrir. Quando ela diz "eu não vou pedir de novo" é bom obedecê-la ou então terá que enfrentar as consequências.

Bufando, afasto as cobertas e me arrasto até a porta.

- Meu Deus você ta horrível. - Dulce arregala os olhos ao me ver. - Parabéns! - ela sorri e me abraça.

- Dulce para, eu quero ficar sozinha hoje.

- Qual é o problema com você? Está fazendo 23 aninhos hoje, precisamos comemorar.

- Eu quero ficar sozinha! - respondo um pouco mais firme.

- Você ficou estranha a semana inteira, sabemos que era porque o dia de hoje estava chegando, mas qual é o problema? Você ainda é nova pra lamentar aniversários. Liguei pra Angelique e vamos almoçar no shopping, depois podemos fazer umas comprinhas, juro que não terá bolos, nem velas, só queremos passear e animar seu dia. - ela sorri animada.

- Dulce eu agradeço de verdade, mas quero ficar aqui hoje, sozinha.

- Nada disso Any, vou salvar você de si mesma. Anda, vamos trocar de roupa, ajeitar esse cabelo e dar uma volta.

- Dulce eu não to afim, por favor.

- Any, não vou deixar você ficar sozinha hoje, ainda não entendo porque você não curte comemorações, mas sozinha hoje você não vai ficar. - ela responde e me arrasta pro quarto.

Suspirando troco de roupa, apenas porque ela está me forçando. Dulce me coloca sentada na cama e ajeita meu cabelo. Quando me encaro no espelho, até me surpreendo com o resultado.

- Vem, vamos nessa! - ela puxa minhas mãos e me força a ficar de pé.

- Espera! - pego um blusa de frio e me cubro.

Dulce me puxa animada e no elevador me diz que vou tomar café da manhã no apê dela e depois ela e Angelique vão passar o dia me mimando. Não presto atenção às suas palavras e quando saímos do elevador, ela me arrasta pra fora do prédio e chegamos a escada que dá no pátio.

- Espera Dulce! - agarro seu braço, impedindo-a de continuar descendo as escadas.

- Ei Any, o que foi? Você ta pálida, ta se sentindo bem?

Sem conseguir responder, faço que não com a cabeça.

- Ai, meu Deus, você ta com cara de quem vai desmaiar. - sua voz está cheia de pânico.

Me jogo sentada nos degraus e enfio minha cabeça entre as pernas, também achando que vou desmaiar.

- Me dá um segundo! - sussurro.

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