"James abriu a tampa azul do copo e bebeu todo o suco de laranja que sua irmã ignorou no almoço. Seu rosto retorceu com o sabor azedo, não era surpresa que a criança tivesse rejeitado
A casa estava silenciosa, seu pai ia ficar orgulhoso quando chegasse com Albus. Tinha feito tudo que estava na lista grudada com imãs coloridos na geladeira.
- Dar almoço e por Lily pra dormir, remédio da mamãe, lavar a louça. - Leu satisfeito. O relógio parou em 15:30. Seu pai estava atrasado, com certeza o irmão do meio fez o rapaz passar em vários lugares antes de voltar pra casa.
Um grito assustado alertou James. Largando o copo sujo em cima da pia, correu pelas escadas até o andar de onde vinha o som.
Sua mãe estava parada na porta do quarto de Lily, as mãos na cabeça. Ela balbuciava coisas em um som muito baixo, chamando alguém.
- HarryHarryHarry...
James estava acostumado com cenas assim. O tumor deixava Ginny confusa e esquecida, havia dias que ela não se lembrava dos filhos e vagava como se aquela casa fosse desconhecida. Ver um bebê adormecido e o fato de ela estar aparentemente sozinha, foi assustador.
- Mamãe, está tudo bem. É a Lily, lembra? Sua bebê. Está tudo bem. - James disse em voz baixa.
Ginny levantou o rosto cansado, com bolsas roxas ao redor dos olhos. Não mais os cabelos ruivos longos e brilhantes, tão pouco o sorriso quente nos lábios rachados de remédio. James sabia que sua mãe já havia ido embora a muito tempo dali. Dor era tudo o que ele conseguia sentir.
- HarryHarryHarry - Repetia, sendo levada pelo filho de volta para o quarto.
- Ele já volta, mamãe. - Respondeu, não tinha muito jeito para consolar. Não era tão bom quanto o pai, que mesmo em crises assim conseguia arrancar alguns sorrisos da esposa.
O garoto se deitou ao lado da mãe, que com muito esforço, encostou a cabeça no peito magrelo do filho.
- James...
- Sim? - O coração palpitou, mas ao mesmo tempo sabia que talvez ela não se lembrasse dele, apenas do nome.
A mulher não respondeu, suspirou alto. James passou a mão na cabeça raspada da mãe, sentindo como aquela doença era real e devastadora. Se ele olhasse para o lado, conseguiria ver os cartões coloridos que as vezes ela usava para se comunicar com Harry. O vermelho estava na frente.
O cartão vermelho significava dias realmente difíceis.
James só queria que seu pai voltasse pra casa logo."
-x-
- Você não pode faltar na escola pra ficar comigo.
James não podia acreditar em como Teddy conseguia ser tão convencido. Seus olhos rolaram com tanta força que ele conseguia ver o próprio cérebro.
- Eu não dormi direito essa noite, por isso fiquei em casa. Além do mais, ainda estou preocupado com Draco.
O outro rapaz soltou o balde de metal com a comida para as galinhas em um gesto - esperado por sinal - dramático.
- Você. Preocupado. Com. Draco. Eu apenas-- Espero que só comece a chover depois que a gente terminar isso aqui.
James fuzilou o rapaz com o olhar.
- É claro que estou preocupado, Edward. A culpa foi minha dele ter escorregado.
Teddy mordeu o lábio. Draco estava indisposto naquela manhã, não quis comer e Harry pediu para que eles ficassem prestando atenção em qualquer anormalidade com o rapaz.
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the kids are alright » au drarry mpreg
FanfictionTreze anos atrás, Draco Malfoy deixou sua cidade natal para se encontrar e fugir das amarras de sua família. Agora ele tem basicamente tudo em ordem, uma casa longe de todos, seus livros como autor de Terror publicados e criando seu filho em paz. M...