Harry se lembrava da primeira vez que Albus teve uma crise séria de asma. Ele havia se escondido embaixo da cama empoeirada na casa dos avós, estava fugindo de James que queria morder o seu corpo gordinho. Ele tinha dois anos. Quando Harry o encontrou ele não estava respirando. Os médicos disseram que se demorassem mais alguns minutos ele e Ginny teriam perdido seu filho.
Desde então, Harry cuidava para que isso não acontecesse de novo. Ele checava a respiração do filho todos os dias ao acordar, e enquanto ele dormia. Era um hábito acordar no meio da madrugada para certificar se o filho estava respirando. Ele não deixava que Albus corresse por muito tempo, ou fizesse qualquer atividade que desencadeasse aquela maldita falta de ar. Mas infelizmente ele havia se esquecido que quanto mais o garoto crescia, mais independente do pai ficava e foi exatamente o que aconteceu hoje. Albus não achava que era tão claustrofóbico, ele ficava sufocado em lugares fechados, mas era controlado. Nada comparado com o que estava sentindo agora. Ele tentava não chorar porque sabia que isso só pioraria o chiado em seu peito.
Do lado de fora os gritos de James chamaram atenção de uma multidão, crianças e adultos que aproveitavam o festival se aglomeraram em frente ao brinquedo esperando o desfecho do incidente.
Harry se espremia por entre as pessoas em completo desespero, flashes daquele dia de primavera há oito anos atras, pipocavam em sua cabeça. Ele não podia ter a ameaça de perder seu filho de novo, havia prometido a Ginny que cuidaria das crianças, que seria o melhor que conseguisse. Isso não podia estar acontecendo.
O segurança reconheceu Harry pela semelhança entre o garoto histérico a sua frente e o menor preso na casa de espelhos.
- MEU FILHO NÃO PODE FICAR MAIS UM SEGUNDO LÁ DENTRO! – Berrou ao ser impedindo de tentar abrir a porta. O segurança tentou explicar a Harry que estavam fazendo o melhor que podia, mas a porta de saída estava travada e que havia outras pessoas no labirinto igualmente presas.
O rapaz segurava a cabeça com as mãos, em completo desespero, todo seu corpo estava tenso e ele não conseguia tirar os olhos dos homens que tentavam abrir a porta.
Draco queria passar pelo portão, tentar acalmar Harry de alguma forma, mas não era possível com todas aquelas pessoas atrapalhando sua visão e ainda precisava manter Lily no colo.
- Eu quero ficar com o meu pai. Eu quero. – Esperneou levemente, um choramingo longo e manhoso se intensificou quando Draco a segurou com mais firmeza nos braços. – Não! Deixa eu ficar com o meu papai!
- Tudo bem, Lils. Calma. – Draco murmurava na orelha da garotinha que choramingava, esfregando o punho nos olhos. – Papai está bem ali, está vendo? Ele foi buscar o Al.
Lily acenou com a cabeça para aonde Draco apontava. Ela estava enxergando seu pai de costas, mas ele parecia triste, Lily não queria que seu pai ficasse triste como antes. Seu choramingo estava aos poucos se transformando em um choro real.
- Quero meu pai e Albie. – Scorpius que estava no colo de Teddy, pediu para que o garoto o soltasse, indo para de junto do pai. Lily pareceu se acalmar um pouco mais com o garoto por perto, ele abraçou o quadril do pai e consequentemente estava abraçando as pernas da menina.
O som de algo se quebrando deu um susto na maioria das pessoas mas em Harry e James foi o verdadeiro som de alívio. A porta finalmente tinha sido arrombada. O homem correu para dentro da casa de espelhos, encontrando Albus muito próximo a porta de saída, sentado, claramente com dificuldade para respirar.
Foi tudo muito rápido, ele já estava sentindo um cansaço extremo e ficava cada vez mais difícil se manter respirando devagar. Sentia muita dor nas costas também. De repente se sentiu puxado pelos braços, suas mãos seguraram o pescoço de alguém e ele pode sentir a textura dos cabelos da nuca. Ele sabia quem era, as mãos em suas costas massageando em círculos, a voz dizendo que ele estava bem, para continuar respirando. Era seu pai, ele ficaria bem. Se permitiu fechar os olhos.
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the kids are alright » au drarry mpreg
FanfictionTreze anos atrás, Draco Malfoy deixou sua cidade natal para se encontrar e fugir das amarras de sua família. Agora ele tem basicamente tudo em ordem, uma casa longe de todos, seus livros como autor de Terror publicados e criando seu filho em paz. M...