Seu olhar me encoraja...

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Por Eliseu...

Enquanto o elevador sobe, eu penso, bem que eu queria me empolgar no final de uma segunda-feira cansativa, depois de um beijo ardente, dado por um cara que beija com vontade. Gente, ele mordeu meu beiço, chupou minha língua com força e amassou minha cintura até ficar dolorida. Ai que delícia!

Me jogo na cama de roupa, só percebendo que dormi de jeans quando acordo cedo pra fazer meu café. Dou uma espreguiçada com gosto, me sentindo de repente muito sensual e excitado. Quando termino de mijar, noto que minha ereção matinal não baixou e não "toco" uma porque não posso me atrasar hoje.

Aplico prova com consulta, um absurdo que a orientação, junto com supervisão e outras criaturas que não estão em sala, decidem que é bom pro aluno. Não concordo, na minha visão fica difícil de avaliar como está o aprendizado, mas na visão do aluno:

"Esse professor viado só quer ferrar com a gente."

Vamos à prova com consulta numa oitava série, aí eu ouço:

"A gente pode fazer em dupla?"

Me faço de surdo dessa vez ou dou um peteleco na orelha de alguém.

No recreio eu corro pra sala dos professores, pra tomar um cafezinho e ler minhas mensagens que recebi no whatts, que são várias de um mesmo cara, um PM que conheço apenas pelo sobrenome e que está marcando forte.

São mensagens que me fazem rir, tipo:

"bom dia td bem contigo aí?"

"ontem queria ficar mais tempo abraçando vc."

"to ansioso pra ti ve hoje de noite."

"hoje to de folga porque domingo trabalhei."

Mas rio é da fofura disso e disso também:

"sou louco pelo seu sorriso, cara fiquei maluco, seu beijo me deixou quente."

"ah desculpa, não quero que fique parecendo que não to ti respeitando."

"ainda bem que to de folga, não parei de pensar em ti."

"vc não responde porque tá dando aula?"

Ele tá de folga então decido que vou ligar de volta e me tranco no banheiro.

— Oi Marçal, tava em sala de aula sim.

— Ô Eliseu, fiquei com vergonha de enviar todas aquelas mensagens. Hoje a noite fica aqui em casa?

Opaaa!

— Calminha, PM. Sou menino de família. — Não é mentira, porque tenho uma família muito carinhosa e sou comportado... até que provem o contrário.

— Mas é só pra conversar, eu te respeito, é que na correria da semana é complicado.

— A gente sai na sexta... — De novo minha boca fala sem eu ter permitido.

— Fechado! Aí, dorme aqui... sábado e domingo não tô escalado.

—Marçal...— Suspiro com a forma descarada dele me paquerar, mas um filho da puta bate na porta do banheiro pela segunda vez e eu perco a concentração na conversa. — Espera só um segundo Marçal. PORRA, usa outro banheiro!

Alguém responde: — Tá no telefone e usando o banheiro, apura, né.

— Querido, deixa eu descobrir o dia que você tá cagando... vou esmurrar a porta até você sair.

O PROFi E O POLiCiALOnde histórias criam vida. Descubra agora