- Isso é sério mesmo? Mary, já é a quarta caixa que você tira daquele sótão.Katie para-me, no meio da escada.
Minha situação não era uma das melhores. Uma camisa xadrez meio amassada por causa de caixas cheias de porcarias guardadas, o cabelo amarrado de qualquer jeito num coque totalmente desregulado, e ofegante de descer e subir escadas.
Mas minha prima errara. Aquela era a quinta.
- Eu já tentei a fazer parar. - comenta Toby. - Ela é totalmente a prova de chantagem emocional.
Toby é... Incrível. Nunca pensei que poderia considera-lo como irmão tão rapidamente. Ele é divertido e conseguiu me tirar de duas crises de choro como apenas minha mãe conseguia. Nós realmente nos demos bem nesses dias que Katie me deixou ficar aqui. Ele, assim como minha prima, era engraçado é alegre, o que facilitou muito.
- Isso porque você nunca tentou as minhas. - ela pisca para o esposo, que ri. Acabo fazendo o mesmo.
- Sério, Katie, eu quero ajudar. - argumento. - Preciso fazer algo, é o mínimo.
- Claro que não, Mary. Você veio aqui para descansar, querida. - ela tira a caixa de meus braços. - E por mais que eu fique agradecida por você ter coragem de tirar todas aquelas tralhas do sótão, eu não posso te deixar fazer tudo desse jeito.
Suspiro. - Eu só... Achei que precisava pensar, mas ficar parada o dia inteiro me faz mal, eu preciso me distrair de vez em quando.
Sempre fui assim, mas agora estava muito mais. A menor passagem de tempo em que eu não tinha algo para fazer, eu enlouquecia pensando em tudo o que aconteceu, lembrando de coisas inicialmente sem nexo, mas que se juntavam rápido demais.
- Isso é porque você já está melhor, prima. - diz ela. - Sei que faz só uma semana, mas no dia que você chegou aqui, Mary, nem pensar direito você conseguia, era muita informação de uma vez só. Agora você já conseguiu organizar uma grande parte.
- Eu só... Eu não sei se estou pronta para falar com mais alguém. Quando penso que sim, olho meu celular cheio de ligações e tudo volta, a necessidade de pensar em outra coisa me consome e... Bem, sua casa está bem mais arrumada.
Nós duas rimos, o que me ajuda. Mas eu sabia o que deveria fazer.
- Não quero que pense que estou te expulsando, mi casa es su casa. - sorrio. - Mas eu realmente acho que você precisa enfrentar isso agora, prima. O tempo de pensar já foi. Além do mais, tenho certeza que todos vocês precisam conversar.
E ela tinha razão.
Naquele mesmo dia, Katie, Toby e eu saímos pela velha Doncaster mais uma última vez, já que eu realmente decidi tomar o conselho e voltar de uma vez para o mundo real.
Não lembro exatamente o nome do lugar, provavelmente era estrangeiro, mas foi uma ótima válvula de escape pela última vez.
Até a quinta música. Mas eu tinha noção que não poderia fugir para sempre.
[ ... ]
Mala. Táxi. Casa. É fácil.
Bom, deveria ser fácil. Numa situação normal seria fácil. Mas eis o ponto: não é mais uma situação normal.
Pela segunda vez, estava indo para casa. Eu tinha algumas explicações para dar, tanto no trabalho, quanto para minha família.
Mas chegar em casa nunca foi tão difícil. Porque na minha cabeça, eu iria descer do avião, pegar minhas malas, chamar um táxi e ir.
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Return || L. T.
FanfictionAmor, se for aquele verdadeiro de que todos falam, não muda. Nem depois de sete anos. Nem se ela esquecer, e ele não deixar de lembrar. Mary e Louis seguiram por caminhos diferentes durante sete anos, mas agora que um retornou à vida do outro, será...