Capítulo 42

1.3K 95 86
                                    

- Você tem alguma outra roupa? Tem com ficar aqui?

Louis pergunta. Estávamos ainda no sofá, deitados juntos e assistindo qualquer coisa na televisão.

- Tenho uma. - encaro-o. - O que é totalmente contraditório com o surto que eu tive colocando várias roupas numa mala antes de vir pra cá.

Ele acaba rindo e beija minha testa.

- Sobre ficar... Não sei, Lou. Digo, não é como se eu realmente tivesse onde ficar, além do mais... Não seria justo com você.

- Hey, está tudo bem. - ele responde. - Eu sei que disse que precisava pensar, mas não quero ficar longe de você agora, Mary, não nessa semana. Sei como é para você.

Franzo a testa. Essa semana?

Como um lembrete atrasado, arregalo os olhos, sentindo-me imensamente mal.

- Eu esqueci. - sussurro. - É no fim dessa semana. Como eu esqueci?

- Mary... Está tudo bem. Eu estou aqui, ok? Vou ficar com você o tempo todo, por isso que quero que fique aqui essa semana. Tudo bem?

Assinto. Não é como se eu conseguisse falar, ou fazer alguma coisa. Com tudo que aconteceu, eu esqueci da morte de meu pai, e eu não me perdoaria tão cedo.

[ ... ]

- Hey, mãe. E todos os barulhos de fundo. - acabo rindo.

E ouço risadas, também. Era de se esperar que minha mãe não ligasse sozinha.

- Oi, querida. Está tudo bem?

- Sim. - olho para Louis, que comia algo que eu havia comprado mais cedo. - Agora está.

- Queremos ouvir tudo?

- Na verdade, não. - rio. - Não tudo.

- Uh, Mary... Eu preciso perguntar, filha. Como você vai fazer? Digo, você saiu daqui com pouca coisa, e...

- Não sei. - suspiro. - Louis disse que posso ficar até... Você sabe. Mas não tenho certeza, não queria te deixar sozinha.

Meus amigos falam algo entre si, ou foi minha mãe pensando alto, não sei. Porque nessa hora, Louis aparece atrás de mim e abraça-me, tirando minha concentração.

Sorrio, recebendo um delicado beijo na bochecha.

- Diz pra ela vir também. - ele sussurra.

- Sério? - o moreno assente. Sorrio. - Obrigada.

O resto da chamada foi mais longo do que imaginei. Convencer minha mãe de vir aqui foi fácil, entretanto. Convencer meus amigos a ficarem quietos e pararem de fazer graça é que foi difícil.

- Ok, ideia louca. Topa?

Louis propõe, assim que desço as escadas.

- O que é?

- Confia em mim?

Sorrio de lado. - Não sei... Eu deveria?

Ele puxa-me plea cintura. - Ah, eu acho que sim. - diz, baixinho. - Vamos, vai ser legal...

Acabo cedendo. - Ok, mas só se você pedir do jeito certo.

Louis levanta a sobrancelha, desafiado. Ele sorri, e junta seus lábios nos meus, tornando tudo mais perfeito ainda.

E disso eu nunca mais esqueceria.

[ ... ]

Também nunca mais esqueceria o que veio depois. Porque o ser iluminado quis trazer-me para a casa de sua família.

Return || L. T.Onde histórias criam vida. Descubra agora