Capítulo 41

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Estávamos abraçados agora, deitados na cama. Louis segurava minha cintura e eu depositava meus braços em seu tronco, brincando com os dedos de sua mão desocupada. Aparentemente, eu fazia muito isso.

- É estranho... - começo, baixinho. - Porque mesmo todo esse tempo longe, não acho que ficamos realmente separados. Parecia... Parecia que alguém sempre estava lá, e agora eu sei que era você.

Ele segura minha mão e a beija. - É porque eu estava.

Franzi a testa.

- Até agora, tudo o que te contei, todas as coisas estranhas nesses anos estavam ligadas a isso.

- Mas não tem mais nad... - paro. É claro que tinha. - Era no meu aniversário, não era?

Ele sorri.

- Então, quer dizer que todos esses anos, aqueles presentes... Foram todos seus? - questiono-o, com um sorriso nos lábios.

- Todinhos.

- Mas, por quê? - ele sorri e coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

- Meu anjo, você podia até mesmo não lembrar de nós, mas eu nunca esqueci. E você me conhece... - seu dedo toca meu nariz, fazendo com que meus olhos se fechem involuntariamente. - ... Eu nunca perderia uma chance de te fazer sorrir, mesmo que eu não estivesse lá para ver isso.

Nós continuamos naquela posição, apenas brincando um com a mão do outro.

- Em 2010 eu ganhei uma pulseira, delicada e com alguns pingentes. - começo. - Minha mãe disse que foi minha prima, mas ela não estava tão confiante. Era seu, não era?

Louis assente, e dessa vez eu que beijo sua mão. - Pedi para ela não dizer meu nome, achei que seria melhor desse jeito. Acabou virando um costume.

- Você é louco. - brinco, ele ri de leve. - E no ano seguinte?

- Adivinha.

- Besta. - Louis sorri. - Eu não sei, não lembro direito... - ele levanta a sobrancelha. - Não brinca. Não pode ser, você...?

- Eu não sabia o que dar. - ele dá de ombros. - Então comprei tudo.

- Você é louco!

- Você já disse isso, morena.

- Mas você é! Aquilo com certeza foi uma fortuna!

- Está tudo bem, Mary. - ele sorri, tentando tranquilizar. - E já foi, de qualquer modo.

Deposito minha cabeça em seu peito, sorrindo também.

- Meu aniversário de vinte foi o mais estranho, não foi?

Ele sorri. - Demorou para conseguir tudo aquilo.

- Qual era o motivo, afinal? - questiono. - Eu nunca entendi. Vinte buquês, tudo bem, vinte anos, mas... Uma tulipa no meio de dezenove rosas?

Louis ri, com vontade dessa vez. - Uma vez, no dia em que você me contou que estava se mudando, nós estávamos andando pelo parque... Bem, pelo parque onde tudo aconteceu e eu quis te deixar menos assustada por passar lá, e...

- Você me deu uma flor. - sussurro. - Colheu uma tulipa no parque e me deu chamando-a de rosa. E eu dei risada.

Meu sorriso aumenta a cada segundo. Era uma lembrança. Uma das muitas boas que eu agora sabia ter com o moreno.

Encaro-o, depositando um rápido beijo em seus lábios antes de o abraçar apertado.

- E eu te dei um anel também. - acabo rindo, chegando a gargalhar com o moreno depois do comentário descompromissado. Como se um anel fosse necessário depois daquela lembrança maravilhosa.

Return || L. T.Onde histórias criam vida. Descubra agora