Capítulo 35

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Perder alguém.

Quando se fala em mortes, geralmente pensamos em velórios, choros e despedidas. Mas o que vêm depois?

O que vem depois de todo aquele sofrimento? Será que iremos seguir a vida e esquecer aquela pessoa, que para nós, foi tão importante?

A resposta é não.

Tudo pode ter acabado, mas se tem uma coisa que não vai acabar tão cedo, é a dor. A terrível dor da perda.

Uma dor inexplicável, e, eu sabia que nada e nem ninguém, seria capaz de aliviar aquela dor. O único que poderia me salvar desse inferno, seria...

Então sou sacudida, e, quando abro os olhos, Luke está olhando para mim, a testa franzida e com uma expressão preocupada. O sol já está se espalhando pelo quarto.

O que aconteceu?

Luke.

Assim que meus olhos se encontram com os seus, meu coração se aperta, e, instantaneamente, meus olhos se enchem de lágrimas.

Ele está aqui. Está vivo, e bem.

– Luke... – Sussurrei seu nome.

Meu coração batia compulsivamente.

– Você está bem? – Perguntou com o cenho franzido.

– Eu... Bom... – Me sento melhor na cama e o encaro melhor – Você está vivo!

Ele se aproxima, vagarosamente, limpando as lagrimas que caiam contra a minha vontade.

– Sim. Eu estou vivo, por que não estaria? – Perguntou, confuso.

Observo atentamente cada pedacinho de seu rosto, desde as marcas de expressão até as pequenas rugas que se formavam perto de seus lindos olhos.

– Tive um pesadelo... Você estava morto... E eu... Sozinha. – Deixo um soluço escapar.

Não consigo mais me segurar, aquele soluço foi a brecha para que eu pudesse desmoronar, e acredite, eu desmoronei.

Chorei desesperadamente em seus braços.

– Eu não vou a lugar nenhum. – Garantiu, enquanto seus dedos acariciavam meus braços, em uma tentativa de me acalmar.

– Você estava morto... Eu vi você – Me agarro mais em seu corpo quente, enquanto as lágrimas rolavam livremente.

Ele ficou em silêncio. Ele sabia que nada do que ele dissesse iria me acalmar, então, fez algo melhor do que qualquer palavra, ele me abraçou.

Me abraçou fortemente.

– Eu te amo, meu amor – Disse com o tom de sua voz baixo – Nunca vou me permitir morrer, sabendo que não fizemos nada do que planejamos.

Ele diz, devagar e pausadamente.

Aos poucos as lágrimas vão parando de cair e os soluços diminuem.

– Todos esperam que eu seja uma rainha corajosa... – Murmuro – Sou apenas uma camponesa, Luke. Eu estou com medo, sei que não devia, mas estou e o meu maior medo é perder você.

Gentilmente, ele segura meu pequeno rosto entre as suas mãos e deposita um pequeno beijo na ponta do meu nariz.

– Você tem todo o direito de estar com medo, meu amor. – Ele me analisa por um momento, antes de prosseguir – Somos falhos, nunca seremos perfeitos, e além do mais, somos jovens, porém, jovens com mais responsabilidades.

Assinto vagarosamente.

– Obrigada... – Agradeço.

– De nada. Afinal, eu não morri, estou bem aqui, apenas esperando o dia do nosso casamento – Sussurrou bem próximo do meu rosto.

Reinado (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora