Capítulo 40

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O dia mal havia começado e os problemas já começaram a surgir. Acordei há pouco tempo com Analee, ela estava se sentindo um pouco melhor, entretanto, ao lembrar do que ocorreu na noite passada, ela voltava a estaca zero. E agora, ao descobrir que alguém havia roubado o corpo de Elizabeth, eu não fazia a menor ideia do que fazer. Porém, precisamos tomar alguma providência quanto a isso, o mais rápido possível.

– Por favor, silêncio! – Diz meu pai, sem paciência alguma – Estou tentando pensar em algo.

Era cedo e já estávamos todos dentro da sala de reuniões, meu pai não estava nenhum pouco satisfeito com isso, o que era bem compreensível.

Quanto ao palácio, estavam todos muito eufóricos. Desde o ocorrido de ontem à noite, tudo ficou um tanto confuso, as pessoas não paravam de comentar sobre a pessoa que teve a audácia de matar a rainha da Inglaterra, sem contar que todos da aldeia estão revoltados com o que pode estar acontecendo e como não fazem ideia - assim como nós -, eles falam mal da liderança do meu pai, o que está criando uma grande desavença no conselho.

Contudo, não conseguia imaginar quem poderia ter a capacidade de roubar um corpo de dentro do palácio, com guardas por todo lado, sem ao menos ser visto por qualquer um. Mas confesso que isso era algo que eu gostaria de descobrir.

– Augustus, as pessoas estão comentando, temos que fazer algo e tem que ser agora – Diz um senhor, meu pai o encara por breve segundos, antes de se levantar e se apoiar na mesa, com uma expressão mais séria que o normal.

– Posso saber o motivo de estar se dirigindo à mim pelo primeiro nome? – Ele suspira – Nunca dei esse tipo de liberdade pra nenhum de vocês, eu sou o rei e exijo respeito, e esses ocorridos não devem prejudicar as minhas decisões, muito menos o jeito como eu governo o país e eu espero que esse tipo de comportamento não se repita, pois não estou em um bom dia.

Ele volta a se sentar, após deixar todos assustados com a sua atitude.

– Rei Augustus? – O chamo, ganhando a atenção de todos – Em relação ao que aconteceu nesta madrugada, devemos procurar pelo culpado, mas acima de tudo, devemos fazer um velório por causa da Anabeth e da Analee.

Digo pausadamente, com o intuito de deixá-lo mais calmo e ao ver sua expressão se aliviar, concluo que funcionou.

– Obrigada pela ideia, princesa Marlee. – Ele agradece – Quanto aos boatos, não quero que digam nenhuma palavra, amanhã irei a aldeia falar pessoalmente com todos e tratarei de resolver esse problema o mais rápido possível. Bom, por hoje é só, reunião encerrada.

Se eu soubesse que esse baile traria tantos problemas, eu não teria planejado e nem gastado o meu tempo com ele.

Eu só quero paz. Será que é pedir de mais?

– Marlee! – Saio dos meus devaneios ao ouvir a voz do meu pai – Agradeço de verdade pela ideia, estou tão perdido com isso, e agora, como se a morte dela já não fosse um grande problema, alguém resolve roubar o corpo dela no meio da noite. Isso é um absurdo.

– Concordo plenamente, pai. – Suspiro baixo – Mas devemos ser forte pelas meninas, elas estão sofrendo e precisam do nosso apoio.

Ele assente. Seu olhar era desespero total, ele parecia perdido em toda essa confusão e o fato do povo estar difamando ele, questionando o jeito que ele governa o país, não estava ajudando muito.

Penso em dizer algo para consola-ló, mas sou interrompida pela batida na porta.

– Entre! – Ele diz, com sua voz firme.

Me ajeito melhor na cadeira e sorrio ao ver os cabelos loiros da Lydia.

– Com licença, majestade... – Ela nos cumprimenta com uma reverência – Precisamos tratar daquele assunto... A sós.

Reinado (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora