Sei lá... três meses é espaço grande de tempo pra gente partir pra outra e se não, pelo menos tentar esquecer, mas porque a dor não me abandona?
Nos dias em que eu não tinha aula, carcava pro ponto do ônibus e nessas ocasiões, ficava conversando com o Fabiano, (um cara hétero de quem fui afim, mas que nunca rolou). Bom, a gente conversava sobre o curso dele, Direito, aí comecei fazer um montão de perguntas para ver se me interessava na área. Era o primeiro dia da primavera 22 de setembro e parou um Palio no ponto onde aguardávamos os ônibus.
Baixou o vidro e uma mulata poderosa sorriu para ele do banco do carona.
- O seu curisco, quer carona?
- Opa, claro. – mas ele hesitou e me olhou sorrindo - Tu mora lá pra Itaipava, né?
- É... é longinho, haha – respondi.
Ele falou algo com o motorista e me mandou entrar.
- Não né, é fora de mão. O meu busus já vem, obrigado mesmo.
Então o motorista, um pretinho lindo, com um sorriso largo da boca bem carnuda se esticou todo e disse:
- Vem.... a gente te leva, larga mão de fazer charme.
Eu sorri e entrei.
- Essa é a Bruna... – Fabiano me apresentou – e o nego feioso é o Charles.
Charles virou para traz me dando mais um sorrisão.
- Beleza, é um prazer Advirgulino.
Eu ri com eles, da brincadeira e me apresentei.
- Davi.
Então a Bruna disse:
- Não liga, meu querido, esse caiu do colo e bateu a cabeça.
- Credo. Tadinho – eu disse.
- É verdade. – disse ela que levou um peteleco do motorista. – eu mesma te deixei cair a mãe sempre disse.
- Ah vocês são irmãos? – eu perguntei.
- É, nem todo mundo tem sorte. – ele respondeu e levou um "pedala Robinho".
Antes de pegar a BR, Charles parou para abastecer e saiu do carro para passar o débito.
Que corpão,, pela misericórdia! Oh genética privilegiada. Bunda boa, redonda e bonita, boca linda, alto, dentes brancos e muito bonitos, sorriso maroto, a cor dele era maravilhosa...
Ele voltou, entrou no carro e me encarou pelo espelhinho dando-me um sorriso. Abobei mais ainda quando passou um dos rapazes que estava na lojinha de conveniência ele se torceu todo para olhar e disse:
- Oh lá em casa.
Bruna deu um tapa no braço dele e riu.
- Sossega o facho, coisa tola...
- Que tem? Tô solteiro...
Tá... ele deu um pouquinho de pinta depois que a Bruna chamou sua atenção, mas não se notava muito. Depois começou a batucar com os dedos no volante um samba que tocava.
- Então Davi. Tu te escondes mesmo né? – ele riu.
- Não precisava vir tão longe. - Eu retruquei.
De repente os três cantaram o um pedaço de uma música que tocava:
"Eu disse coisas que não era pra dizer e pude perceber que se arrependeu te culpei por não me amar como eu te amei, mas me precipitei e quem errou fui eu....."
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Amor "Peixeiro"
RomanceFinalizado! Romance ambientado no litoral Catarinense entre dois "peixeiros" que dão algumas voltas e reviravoltas juntos e separados. Conteúdo Adulto. LGBT Se você estiver lendo esta história em qualquer outra plataforma que não seja o Wattpad, pro...