Um momento...

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Cara, eu salivei e não foi pouco com essa mídia. Vou trocar de camisa tá tudo babado, kkkk

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- Usshh, vem morar lá em casa, tu esquece a peste em dois dias.

Já não era a primeira vez que ele me pedia isso e eu ignorava ou mudava de assunto.

- Charles, para no posto, tenho que comprar outro chip... aquele eu joguei fora para ele não me ligar mais.

- Ele sabe onde tu moras? – Eu concordei com a cabeça - Vais ter que te mudar lá pra casa, eu te sustento.

- Ahaha... tá, só tu mesmo. Mas vou pensar sobre morar contigo e não me pressiona, ouviu?

- Sei... aí em três ou quatro anos tu te decide né.

- É, bem isso.

- Agora chega desse papo. Vamo logo pra casa que hoje tô facinho, facinho... Quero muito dengo e fazer amor gostoso contigo a noite toda.

Ele sempre me fazia rir, oh bicho abençoado, um querido.

Durante àquela semana, fui na sex shop pagar meu fiado com o Abi e contei pra ele, sobre minha aventura no Pinho.

- Sério que eu perdi de teu macho pelado... vamo juntos num findi desses?

- Eu? Nem pensar. Nunca mais. – Senti outra mordidinha de ciúmes do Abi e prossegui sem me entender... 

A semana seguinte passou numa boa e dia 31 de dezembro fomos a Balneário, ver os fogos na praia. 

Em início de janeiro, após a entrevista na trade, eu fui contratado para uma experiência de 45 dias. Minha patroa do Pet me deu apoio, fez aviso retroativo e até acordo pra eu sacar o FGTS. Por isso, durante um tempo, eu ia ajudar nos sábados quando ela precisava. Ahhh, trabalhar num escritório em horário comercial, com ajuda de custo pra quem faz faculdade e plano de saúde era o auge.

Fevereiro, fiz o processo seletivo e comecei a faculdade, e pra acabar com a insistência do Charles de ir morar com ele, não renovei o contrato do aluguel, então até o final de abril eu tinha que me mudar.

Fui ver o pai, que teve uma excelente recuperação. Ambos queríamos nos aproximar e eu queria dissipar aquela mágoa profunda que ficou entre eu e o seu Manéu, como chamavam alguns seus amigos da obra (ele é pedreiro). Na sala da casa da mãe tem um monte de fotos dele conosco nas ocasiões mais marcantes de nossa vida, formatura da escola, aniversários e uma que eu adorava, minha com ele: tínhamos ido ver um jogo no Marcílio Dias, algo que eu não lembrava por ser muito pequeno, mas haviam fotos para me provar que tive um lar maravilhoso até... aquela vez.

Queria muito me reaproximar deles, só que precisavam me aceitar como eu sou ou  dessa vez, sumo de suas vida pra sempre.

- Mãe... – eu achei que estava na hora de comentar sobre meu namoro. – vocês sabem que um dia isso ia acontecer... é que tenho um namorado e será que dá pra ele vir aqui, queria apresentar pra vocês.

- Tu sabes o que teu pai pensa disso... - Ela atirou na minha cara.

- E a senhora? O que pensa disso?

Ela saiu de perto de mim sem responder.  Depois sentamos para almoçar num silêncio que dava pra ouvir o barulho das cores...

- Pai, posso trazer uma pessoa aqui? – perguntei na cara dura.

- Se não for ficar de frescura, pode vir. – ele respondeu sem me olhar.

Senti que eles ainda ficavam desconfortáveis com o assunto então preferi adiar mais um pouco a visita do Charles.

Amor "Peixeiro"Onde histórias criam vida. Descubra agora