Sem pressa agora...

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Esse é um pedacinho da Praia Brava - Itajaí SC, essa praia o povo usa mais pra surfar, mas de noitinha é perfeita pra parar o carro e ficar conversando do lado de cá desse trapiche aí...

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- Ah deixa te apresentar o Fê, Davi Luiz esse é o Fê, Fê esse é o Davi, minha mana do coração.

Cumprimentei ele meio enciumado, afinal Abi era meu amigo e o tal do Fê estava ganhando toda a sua atenção só pra ele. Imaginem que ele me deixou em casa só pra ficar com o outro. Senti que não tinha mais tesão em fazer esse tipo de farra e "pegar" macho, tinha que ir com a turma da bagunça, curtir e tirar do meu foco: o conhecer alguém.

Há uma semana do casório da Ana, eu me tornei uma pecinha que não encaixa em lugar algum. Era só Ana, Diego, a mãe do Diego, o Pedro(quem?), Joaçaba, Jaborá... cada nome de cidade! Eu podia sumir que nem ia fazer diferença, até que a dona Denise (mãe do Davi) me lembrou de um detalhezinho: EU.

- Já comprasse uma calça, nego? Tem que levar na costureira e ajustar. E só tem mais quatro dias porque sexta a gente carca pro oeste.

Eu tava numa "empolgação" que só vendo ainda mais com a mãe me aporrinhando que queria ir junto. 

- Não nem pensar teu gosto é duvidoso, mulher. Tem que ser social? Vou ficar todo rengo...

- Rengo tu já anda, seu triste. Olha pra ti... parece que anda morrendo, que as calça vai cair. Bom, isso é bem melhor que aquelas calça justas que tu usavas...

- Eu emagreci, não visse? Mas deixa eu ir, nem me espera pra almoçar que como qualquer coisa por aí.

Eu amo olhar vitrine, falo mesmo! Fiquei sassaricando um tempão até encontrar a calça social. Naquele calor dos infernos e tinha que ir com essa roupa, usshh fiquei arrenegado! Mas eu tinha que dar uma causada e quem sabe arrumar um colono rico pra casar por lá. Sonha este ser! Meu celular vibrou, mas como o número era estranho não atendi, tocou de novo e de novo, então atendo...

- Oi..

- Quem? – a pessoa perguntou.

- Davi.

- Oi pequeno, te achei. Trocasse de número? Então por isso que não me atendias? – Meu corpo todo reagiu e despertou ao som da voz do Adriano.

- Adriano, como tens meu número?

- Conhece um tal Avilson? Eu te vi com ele algumas vezes e tive meio que perseguir o cara pra conseguir teu número. Tás bem?

Eu comecei a rir.

- Sim.

- Onde tás agora? Posso te ver?

Queria dizer que não, mas e como que faço isso?

- Não dá hoje... Eu tenho que ir pra casa. A minha mãe anda surtando porque a tata vai casar sábado e acabei de comprar a calça.

- Quero te ver agora, por favor... bem rapidinho, sem loucuras dessa vez... – ele repetiu com um tom de voz que não dava pra dizer não. - Davi?

Eu sou dele, meu corpo e minha alma... tinha que tirá-lo do coração, mas como? Não paro de me perguntar... Enfim, eu o quero. Mas... mas agora é como eu quero! 

- Tá vou comer um pão de queijo na padaria da Schmithausen... lá a gente conversa rapidinho e olha, se demorar muito vou embora. – não creio que disse isso, ai sério, se quer quer, senão tem quem quer...

Amor "Peixeiro"Onde histórias criam vida. Descubra agora