"Flores" da primavera...

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Claro que ele ficou meio sem graça quando retirei a mão. Passou a comentar só o necessário até chegarmos ao pagode. Entramos e de leve, mas bem de leve e eu me soltei e comecei a dançar e empolgado me entreguei aquele momento, rindo, cantando e flertando. Engraçado eu não conseguir mostrar pro Adriano esse meu lado com mais atitude.

Percebi que o Charles tentava chamar minha atenção, chegando cada vez mais perto, cantando alguma frase mais sensual das músicas e sorrindo muito... Ele me transmitia alegria e uma energia boa, além de ser um cara bonito e charmoso.

Levei um tapa na bunda... dou um doce pra quem adivinhar. Dou até pista: o senhor mais discreto que conheço.

- Oi VIADOOOOOO.... - eu não emburrei quando ele gritou rindo, fiquei feliz em ver eles todos ali no Rancho.

- Cleyyy... - Eu tinha que gritar para ele ouvir. Nos abraçamos, ele deu-me uma piscadinha e saiu de perto.

Dancei, cantei, suei muito e bebi muita água. Não bebi um golinho sequer de cerveja. Como eu precisava disso, me fez tão bem que queria ficar até clarear o dia ali.

Eram cinco da manhã estava morto de cansado, Charles me dava 100% de atenção e até encarava quem olhava pra mim, me dando noção de que teria um "cara" ciumento se acontecesse.

Chamei ele pertinho e disse:

- Me leva pra casa.

- Ah, neném, você pedindo assim tão manhoso, não consigo dizer que não.

Eu sorri e peguei a mão que ele me estendeu, então foi me guiando para a saída, cumprimentando uns e me apresentando a outros.

- Tem certeza que quer ir pra casa?

- Não! Tava bom demais... dá vontade de voltar e dançar mais..

- Então a gente volta. - ele ficou empolgado.

- Outro dia.

- Olha que eu vou cobrar. Sabe dirigir?

- Não, eu tenho muito medo.

- Ah bobo... medo? Perde o medo, eu te ensino.

- Agora?

- Não né, hahaha... amanhã! Ou melhor hoje a tarde, depois do almoço. Quer ir almoçar lá na mãe?

- Calma moço do sorriso bonito - eu disse. - tenho medo da dona Rochelle.

Ele riu muito.

- Rochelle... É, parece com ela mesmo, pobre e soberba. Aquilo gosta dum barraco e é ela quem manda e desmanda lá, coitado do Ari. Mas pelo menos com eu e você ela não corre risco de ter que criar neto algum.

Rimos mais ainda.

Ele foi muito comportado e me deixou na frente de casa e sorriu chegando pertinho:

- Me comportei?

- Muito. - eu disse

- Mereço um beijinho? - ele fez um gesto com os dedos demonstrando algo bem pequeninho.

Peguei o rosto dele e puxei, beijei com vontade, mordi gostoso aquela boca sensual e quando ele deu um gemidinho eu o soltei.

- Gostou do beijinho? - Eu ri travesso.

- Neném, se te pego de jeito... - ele disse rindo alto.

Demos mais uns beijinhos e nos despedimos. Ele esperou eu entrar e foi embora.

Quinze minutos depois ele me manda uma mensagem.

"Bom dia, lindo. Sabia que um menino especial fez minha noite especial?"

Amor "Peixeiro"Onde histórias criam vida. Descubra agora