Sozinho, mas tranquilo...

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Esse é o Hospital Marieta de Itajaí, onde em anexo funciona o UNACON, no qual tratam os pacientes com câncer. 

Câncer é pesado de ouvir, mas também é força! Pois quem o tem ou teve, é guerreiro!!

Muita força a quem tem contato com essa doença e abracem a quem vocês conheçam pra passar muita energia boa! Acreditem, essa energia tem poder curativo!

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Eu continuei trabalhando bravamente na trade até dia dez de novembro. O clima andava tenso desde que a Sol soube do fim do meu namoro com o Charles e tivemos uma discussão no setor, onde atirei na sua cara que ela era a culpada pelo fim do meu relacionamento.

- Vai a merda garoto, claro que falei pra ele! Se tu te colocasse no lugar dos outros antes de fazer tuas cagadas... depois, ele não merecia andar todo feliz do lado de uma pessoa que não o valoriza.

- Não acha que isso é problema meu? Nunca errasse... por que não cuida da tua vida? – Eu podia ter errado, mas ela também errou e nossa! eu me alterei mesmo. – Pior que o beijo que o Adriano me deu, foi essa facada nas costas que tu me desse.

- Por isso que os gays não conseguem ser respeitados ficam se oferecendo pra qualquer um... – ela falava alto o suficiente para fazer vários colegas pararem com seus afazeres e se voltarem pra nossa cena.

- Você é preconceituosa e infeliz. Não fica generalizando...e nem vou mais discutir contigo!

- O Marcelo mandou os dois irem na sala dele. – Lara veio interrompeu a gente.

Levamos uma mijada do chefe e a Sol disse que em quase dez anos, nunca se desentendeu com ninguém e que a empresa a conhecia bem e mais um monte de merda... E como a corda "rebenta" no lado fraco,  fui dispensado com aviso indenizado porque soube através de fofoca que a Solange ameaçou de sair da empresa porque se sentiu humilhada pelo que EU fiz. O Ulisses do RH que era um homofóbico, foi acertar comigo no sindicato e nem apertou minha mão no final como geralmente o pessoal faz. Que se foda! Arrumo outro emprego.

Longe de mim ficar feliz em ganhar a conta com 30 dias indenizados e sacar o FGTS, é bom sim, mas me senti envergonhado por ter sido despedido. Dei entrada no seguro desemprego e fui espalhar curriculum pelos escritórios. Sem grana eu não podia ficar.

Ali pelo dia 15 de novembro eu resolvi deixar o Abi em sua privacidade outra vez e voltei a morar na casa do seu Manéu (o pai). Quem diria, fui expulso quando assumi minha homossexualidade, agora me pediram pra voltar. Também não foi de uma hora pra outra que perdoei o pai, levamos 5 anos para chegar onde chegamos e as coisas estavam muito diferentes entre nós. Diferentes e melhores.

Que clima de alvoroço, credo! Porque a perua da minha irmã tinha que querer ir morar tão longe? A mãe ficou bem mais tranquila quando percebeu que eu me acomodei por ali outra vez, assim pode ir pra Joaçaba com a a Ana.

Falei algumas vezes com o Charles agora pelo whatts e até por telefone. Relembramos nossa aventura na Praia do Pinho e caímos na risada.

- O neném lindo, que saudade dessa tua risada.

- Saudade de sair contigo pra pagodeira, a gente tem tanta coisa boa pra lembrar né – Eu respondi.

- Eu lembro de ti o tempo todo. Vamos dar esse tempo pra nós né, mas ainda tenho minhas esperanças.

Eu achei melhor ficar com minha língua bem presa atrás dos dentes pra não falar bobiça e dar esperanças que não devia.

Ana e a mãe se foram, agora só eu e o pai em casa... bem...não tínhamos muito assunto e minhas últimas lembranças de cinco anos atrás não eram boas. A gente procurava falar sobre o tratamento, ele sobre o Vasco, eu sobre a faculdade e quando eu falava isso, seu Manoel se emocionava e olhava pro lado pra disfarçar.

Amor "Peixeiro"Onde histórias criam vida. Descubra agora