Epílogo

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Verdades. São sempre a pior parte das nossas vidas, elas são dolorosas mas fazem você ver como a vida, o mundo, realmente é.

O mundo está caótico, triste, cinza. As pessoas estão correndo contra o tempo para serem alguém pra no final virarem pó.

O mais triste de tudo isso é que você realmente tenta. Tenta ser feliz por alguns segundos, tenta ser... alguém.

Nas últimas semanas onde quase nada de errado acontecia na vida de Castiel ele acreditava que estava vivendo uma ilusão, que era apenas um sonho tosco, algo não real. Mas depois dos acontecimentos ele perdeu que talvez tudo realmente tenha sido uma ilusão.

Ele não conseguia fazer mais nada, ele não sabia se respirava ou deixava seu ar se esvair de seus pulmões. Ele não tinha mais água é muito menos força para chorar mais. Ele estava incapaz de fazer qualquer tipo de coisa, seja ela de levantar um dedo ou levantar da banheira gelada.

Ele sempre achou engraçado​ como a vida brinca com as pessoas, fazem elas felizes e depois destrói tudo.

Ele não fazia a mínima ideia se Dean estava ao menos vivo, ele não queria saber. Tudo foi tão difícil de aceitar, ele não sabe se pode passar por isso de novo, não sabe se consegue ir no hospital e ver ele numa cama e não chorar, ele não consegue ser forte.

Toda vez que respira seus pulmões doem, quanto mais ele encarava o teto braco mais ele sentia dores de cabeça, ele precisava fazer algo, mas não tinha forças.

Ele conseguia escutar os sussurros através da porta, mas sua cabeça estava longe. Ele sabia que alguém tinha entrado ali e sentado na tampa da privada e ficado ali, somente ali, sem dizer nada. Ele não tinha certeza se era seu pai ou seu irmão, ele não se lembrava.

Tudo corria em camera lenta, tudo estava tão devagar que o deixava sufocado, ele precisava respirar, precisava sair dali e correr o mais rápido possível para um lugar seguro, porém ele não sabe onde fica isso, ele não sabe nem como vai conseguir levantar.

Mais uma vez alguém entrou pela porta se sentando na tampa da privada e olhando pra ele. Como estava mais desperto pode perceber que era seu pai o encarando como se fosse um cachorro de rua sem dono e sem comida.

- Quando... - Ele começa a dizer, mas para e olha pra baixo - Quando eu perdi sua mãe, a última coisa que eu queria era aceitar a realidade. Eu não queria acordar e saber como é não ver ela no café da manhã. Entende por quê eu não conseguia te ver, ou sequer falar com você? - Ele pergunta o olhando e respirando fundo.

Castiel ouvia tudo mas continua a encarar os azulejos, também bracos.

- Você se parece tanto com ela, seu sorriso, até seu jeito de falar quando está nervoso - Ele ri um pouco e suspira - Cada vez que eu te vejo me dá vontade de voltar no tempo e ter aproveitado, mas aí, quando você fala comigo, quando eu vejo tudo o que você fez, eu sinto que... Eu sinto que perdi uma boa parte da sua vida, e que não tem como pegar de volta.

Mais uma vez um nó se forma em sua garganta, saber o outro lado da história pode ser mais doloroso do que só aceitar sua visão sobre as coisas.

- Eu sei exatamente o que está sentindo, sei como é o vazio, o sentimento de perda e a coisa mais difícil que você teve que enfrentar. Mas algumas vezes o mundo pode ser mais malvado do que pensa, e quando você acha que já sofreu tudo que devia, algo a mais acontece. Algo a mais sempre acontece.

As palavras parecia ser tão profundas, e vindas de uma parte dele que Castiel nem sabia que existia, mas nesse momento, ele simplesmente as apagou da cabeça.

Everything Has Changed {Destiel}Onde histórias criam vida. Descubra agora