Insegurança

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Faith.

   Foi mais uma noite comum, mais um show como qualquer outro. Autógrafos pra fãs e venda de CD's. Mas eu sentia que aquela noite ainda me reservava algo, algo diferente ainda iria acontecer comigo, não acabaria por ali. Ao terminar de atender todos os meus fãs, fui em direção do meu DJ e disse:

— Vou ao banheiro e já volto. — ele acenou positivamente com a cabeça e eu saio pela porta indo em direção ao pátio que ainda a pouco estava lotado.

Esse salão é enorme e já estou a 10 minutos procurando o toalete até ver um rapaz sair de um corredor escuro arrumando sua calça e imagino que ali seja o banheiro, penso em chama-lo, mas noto que ele está com pressa e bem assustado. Entro no corredor e vou até o final dele, tem uma sala com algumas caixas e a porta está aberta, entro e olho ao redor e quando estou quase saindo escuto um barulho parece um gemido, como se alguém estivesse muito machucado. Volto para o quarto, que está muito escuro e tem muitas caixas empilhadas, escuto de novo o barulho e vejo uma mulher no canto da parede, sua camisa está rasgada e ela mal consegue ficar sentada. Corro em sua direção e tento por a mão em sua perna para me apoiar em quanto abaixo, mas ela esquiva do meu toque e tem uma feição bastante assustada.

— O que aconteceu com você? — sussurro com medo da resposta. — Como posso te ajudar? — tento olhar apenas em seus olhos, ela tenta responder, mas não consegue. — Tem alguém que eu possa ligar pra vir te buscar? — Ela faz que sim com a cabeça e eu pego meu telefone. — Qual o número? — Estendo minha mão querendo lhe entregar o celular e tudo que ela consegue fazer é tocar os botões na tela.

Espero pouco mais de um minuto e escuto uma voz feminina e desesperada do outro lado da linha.

— Não é uma boa hora, quem é? — Diz a moça.

— Sou o Faith e estou com sua amiga, eu acho. — respondo com duvidas no que acabei de falar — ela está na casa de show Up Recepções... — e antes que eu termine a mulher responde.

— Você está com ela? Onde? Estou procurando essa vaca a mais de 1 hora, isso aqui é enorme.

— Estamos em uma sala, no fim do corredor, ao lado do bar. Ela está muito machucada! — Respondo tentando parecer o mais calmo possível.

— Estou indo pra ai. — ela desliga o telefone.

Marte.

Aquele porco imundo saiu faz cerca de 2 minutos e eu não consigo sair do canto. Escuto passos no corredor e tento pedir ajuda, mas minha barriga dói e eu só consigo soltar um gemido fraco. È um rapaz, mas não consigo identifica-lo, está muito escuro aqui. Ele tenta me tocar, mas não posso deixar não depois do que aconteceu comigo, aqui neste mesmo local. Ele me faz varias perguntas, mas não consigo respondê-lo, estou com muita dor. Ele me estende o celular e consigo digitar o número da Níara, que me trouxe pro show, na verdade ela nem queria vir.

  Posso escutar ela me chamar de vaca do outro lado da linha, mas não consigo rir, não depois de tudo.

— Ela está chegando. — ele me diz com uma voz suave e tremula. Não sei porque ele ainda está aqui. Escuto passos apressados no corredor. Ele levanta e olha em direção a porta. — Estamos aqui! — Ele fala em bom tom e as luzes se acendem. Solto um gemido pois meus olhos ardem com a luz e Níara vem em minha direção com cara de assustada.

— O que você fez com ela seu idiota? — ela pergunta com raiva e agora que eu percebi que "ele" é o Faith, o cantor.

— Eu a encontrei assim... — ele responde e parece assustado. — temos que leva-la ao hospital. — Realmente preciso de um médico. Eu deveria está em casa estudando pra prova de amanhã.

— Eu vou leva-la e você pode ir. — ela responde com grosseria e arruma minha blusa cobrindo meu seio descoberto, mas ele nem notou isso, passou o tempo todo olhando em meus olhos. Ele é lindo!

— Eu posso ajudar, meu carro está ai, posso levar vocês. — ele fala com calma, ele só que ajudar, mas não quero que ele vá, na verdade nem queria que ele estivesse me visto neste estado. — Vamos!

— Não. — é a única coisa que consegui falar depois do acontecido.

— Viu? Ela não quer que você vá. — ele franze a testa, mas não vejo raiva em seu olhar. — O que ainda está fazendo aqui?

Vejo ele se direcionar a porta, mas ela não precisava trata-lo desta forma, até porque se ele não estivesse aqui, ela não teria me achado.

— O que aconteceu sua vaca burra? — ela me pergunta preocupada. — Depois você me explica. — ela tenta me levantar e eu me apoio nela. — Vou te levar no hospital mais próximo!

Rose of FaithWhere stories live. Discover now