O beijo

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Faith.

A Michelle não foi nem um pouco profissional. Não tivemos nada além de uma noite. Fique bravo mais consegui responde-la com o mínimo de grosseria. Percebi o quanto ela ficou surpresa quando mencionei minha filha, só não sei se isso foi uma coisa boa ou ruim. Conversamos a noite toda e descobri que ela é filha única, sempre quis ter um cachorro e sua mãe morreu há uns dois anos. Seu pai é bem sucedido, trabalha em uma construtora famosa aqui do estado e ela trabalha em uma academia, dando aula de jiu-jitsu e faz faculdade. O porteiro de seu prédio realmente conhece-a muito bem, ela o tem como um pai. Terminamos de jantar e já estamos no fim da sobremesa, não queria que essa noite termina-se tão cedo, mas ela ainda não me deu espaço para toca-la e isso era tudo que eu queria no momento. Já rimos, contamos coisas um do outro, mas de duas horas de conversa, mas nenhum contato físico. Peço a conta a um garçom e pretendo deixa-la em casa, mas tudo que eu queria era passar a noite com essa garota, nunca quis tanto passar a noite com alguém como quero agora. Levantamos e meu carro já está do lado de fora, percebo a carranca que ela faz em direção à Michelle, ela está com ciúmes? Escapa um sorriso de meus lábios ao me deparar com meus pensamentos.

— Do que você está rindo? — me pergunta olhando nos olhos. — Senhor Faith.

— Nada, dona Marte. — ela insiste em me chamar de senhor, mas vindo dela eu acho até engraçado. — Vamos!

Abro a porta do carro e espero ela entrar, fecho a mesma com delicadeza e dou a volta em todo o carro para entrar no lado do motorista.

— Você sabe dirigir? — só por curiosidade.

— Não, nunca tive interesse em aprender.

— Posso te ensinar se quiser. — ela faz que sim com a cabeça e sorri pra mim, esse sorriso me desmonta.

Chegamos ao seu prédio e eu vou encostando o carro no mesmo local que estacionei quando vir busca-la.

— Por que você não entra com o carro?

— É preciso? — isso é um convite com um sentindo a mais?

— É mais seguro, senhor. — ela rir, pois sabe que eu não gosto de ser tratado com tal.

Entro com o carro na garagem do prédio e descemos do carro, mas dessa vez ela não me espera para abrir a porta. Subimos uns lances de escada e damos de cara com o Isaac.

— Boa noite, Jardineiro. — digo sorrindo e ele sorri de volta de forma espontânea.

— Boa Faith. — ele não se esqueceu do meu nome, as pessoas costumam esquecer. — Dona Marte. — ele a cumprimenta.

— Seu Isaac. — ela devolve sorrindo. — Vai subir? — ela realmente está me convidando?

Marte.

Não entendi o porquê ele chamou o Isaac de jardineiro, mas também não quero saber o porque. Sem querer acabei convidando-o pra subir, na verdade, eu quis. Seu Isaac está me olhando sorrindo, mas espantado. Ele também me trata como uma filha, uma filha que já é madura o bastante pra tomar suas decisões, então ele não interfere.

— Vou... — ele responde minha pergunta enquanto já se encaminha pra o elevador. — logo estarei de volta. — ele acena pra seu Isaac que ri.

— Boa noite e bom trabalho, seu Isaac.

— Boa noite e bons sonhos, dona Marte. — o elevador chega e aqui estamos novamente, onde quase aconteceu o que eu mais quis a noite toda.

— Onde nós paramos mesmo? — ele volta pra mesma posição de quando estávamos descendo, só que desta vez ele direcionou o elevador para o decimo segundo andar, que por sinal é o ultimo.

— Faith... — deixo escapar, mas minha voz falha.

— Marte... — sua boca está tão próxima da minha que até posso sentir sua respiração, sinto suas mãos descerem ao lado do meu corpo, até minha cintura — vou te tocar ok?

— Cer.. — e antes que eu termine suas mãos já estão em minha cintura e seus lábios já se encostam aos meus, sinto sua língua invadir minha boca e parecer estar brincando com a minha. Ele morde meu lábio e solta devagar até a porta do elevador abrir e ele solta-lo. Aperta o botão do terceiro andar e quando a porta se fecha, ele me olha e eu puxo seu queixo trazendo sua boca até a minha, sinto sua mão deslizar pela lateral do meu pescoço e se prender aos meus cabelos um pouco a cima da nuca. Sinto todo meu corpo se arrepiar e puta merda, esse foi o melhor beijo da minha vida. Eu o interrompo e tento me arrumar. Estou procurando um pouco de ar dentro desse cubo de metal, mas parece que todo ele se foi, até chegar ao meu andar.

— Boa noite, dona Marte. — ele diz quase sem folego.

— Ótima noite, senhor. — saio e percebo que ele me olha até a ultima brecha deixada pela porta do elevador. Preciso contar pra Níara, mas antes preciso me recompor.

Entro no meu apartamento e sento no meu sofá, respiro fundo, pego meu telefone e ligo pra Níara que por sinal demora pra me atender.

— Alô — diz ela com voz de sono.

— Já estava dormindo? — não acredito, mas sempre ouvi dizer que galinhas dormem cedo.

— Estava quase, espero que seja importante!

— O Faith me beijou... — ela fica calada por alguns instantes — Níara?

— Como isso aconteceu? Você deixou? Você está bem? Amanhã quero saber de tudo.

— No elevador. Claro que deixei e sim estou bem. — sempre parecendo minha mãe.

Rose of FaithWhere stories live. Discover now