Adeus

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Faith.

Três semanas depois...

Já me recuperei por completo do que aconteceu na noite do assalto, mas agora estou ferido por dentro. A Níara acordou e já saiu do hospital, o estado dela não era tão grave, mas por mais que os médicos tentaram minha irmã não conseguiu resistir e hoje será o velório dela. Não consigo entender o porquê dela querer ser enterrada aqui em Pernambuco, mas seja feita sua vontade. Não tenho ressentimentos com a Níara, mesmo assim ela já me pediu perdão e tentou se explicar centenas de vezes. Sei que ela não teve culpa, minha irmã estava na contramão, só não entendi o motivo e o porquê dela está em alta velocidade. Tem gente da família que vem hoje que faz anos que não tenho contato. Já estou próximo à igreja onde vai ser o velório. A Marte está no banco do carona, mas ela veio o caminho todo em silêncio, mas sua mão alisa minha coxa por cima da calça. Tem muita gente na frente da igreja e percebo que alguns são meus fãs. Estaciono o carro próximo ao meio fio, respiro fundo porque me dói pensar que vou dá um último adeus a minha irmã, percebo lágrimas se formarem em meus olhos e pisco com força pra afasta-las.

— Você está bem?

— Não, mas tenho que suportar. Tinha de acontecer. — Me inclino e beijo seus lábios rapidamente.

Solto meu sinto e desço do carro. Imediatamente dezena de fãs vem até mim e dizem que lamentam muito o ocorrido, de certa forma, isso me conforta um pouco. Seguro a mão de Marte e entro pela porta da frente da igreja, olho em volta e vejo meus dois irmãos sentados em um dos primeiros bancos.
Aproximo-me e sento junto a eles, aperto a perna do Bacco que é o mais velho. Aceno pro Luca que é o mais novo e ele acena de volta. A cerimônia começa e o pastor não para de falar, mas ele fala coisas como aproveitar quem ainda está aqui e fazer o bem ao próximo. Marte está chorando e eu esfrego meu polegar no seu rosto afastando suas lágrimas dali.

A cerimônia mal acabou e ela levanta e vai em direção ao meu pai, abraça-o e ele encosta a cabeça no ombro dela. Bacco me cutuca.

— Quem é ela? — ele pergunta e eu continuo olhando aquela cena. Ela é a mulher da minha vida.

— Minha namorada — respondo com um sorriso nos lábios — por enquanto.

— O que você quis dizer com isso? — Luca me pergunta com a sobrancelha arqueada.

— Vou pedi-la em casamento, ainda hoje. Preciso ir. — Levanto e escrevo o endereço da Marte em um papel — leve-a em casa pra mim? Por favor. — digo entregando o papel a ele.

— Aonde você vai?

— Só faça! — ele concorda e eu vou em direção à porta.

Marte.

Enquanto conversava com o Sr. Muniz o Faith saiu sem que eu percebesse. O pai dele me leva até seus outros dois filhos e me apresenta ao Bacco e ao Luca, parecem ser gêmeos, mas é fácil perceber que o Bacco é mais velho. Ambos beijam minha mão e eu percebo a Níara sentada no fundo, com suas muletas ao lado escoradas no banco. Vou a sua direção e ela levanta pra me abraçar.

— Quem aquele que o pai do Faith te apresentou? — ela fala com a boca próxima ao meu ouvido, da pra perceber um sorriso em seus lábios.

— Qual? — também estou rindo e nem sei o porquê.

— O de verde, sua anta.

Olho discretamente e percebo que é o Bacco.

— É o irmão do Faith. — ela se afasta e me olha com se estivesse desconfiada.

— Irmão? Por que você nunca me falou que ele tinha irmãos? — percebo malicia nas suas palavras e ela está rindo. — Qual o nome?

— Eu também não sabia. Bacco, quer que eu apresente? — ela me dá uma tapa no braço.

— Já deveria ter apresentado! — ela ri

— Você sabe onde o Faith foi?

— Verdade... Cadê ele?

— Não sei, ele saiu enquanto eu falava com o Sr. Muniz.

Bacco se aproxima. E toca nas minhas costas.

— Licença... — ele ri e o sorriso dele é tão bonito quanto o do Faith — Meu irmão me pediu pra te levar em casa, então quando quiser ir é só me chamar.

Concordo e Níara não diz uma palavra se quer e quando ele está quase indo embora, seguro seu braço.

— Bacco! — falo e não faço ideia do que falar quando ele olha pra mim. — Deixa eu te apresentar minha amiga... — O sorriso que Níara tinha no rosto sumiu e ela me encara com uma carranca.

— Prazer, eu sou o Bacco. — ele diz rindo.

— Prazer, Níara.

Ele pega a mão dela e leva até os lábios tocando-a sutilmente. Tão cavalheiro quanto o irmão. Logo em seguida se despede e se afasta de nós.

— O quero pra mim. Ele é tão... — ela parece procurar uma palavra adequada — que sorriso é esse, meu Deus?

— Ele parece ter se interessado também. — Olho na direção de Bacco e ele está olhando pra cá, Níara acena e ele acena de volta. — ele está interessado! — confirmo.

Quero saber onde o Faith foi ele não é de sair do nada e não me avisar. O que será que aconteceu com ele? Respiro fundo e mando uma mensagem.

Eu: Onde você está? Está tudo bem?

Faith: Não se preocupe. Vá pra casa com meu irmão, ele está com endereço.

Eu: A Níara se interessou nele.

Faith: Bom saber. Logo mais te respondo, tenho que ir.

Eu: Ok.

Se a curiosidade me matasse, estaria morta agora! 

Rose of FaithWhere stories live. Discover now