Recepção

7 5 1
                                    

Faith.

Chego ao prédio dela e estaciono do lado de fora mesmo. Subo os poucos degraus que me levam a porta de entrada. Deparo-me com um senhor simpático.

— Pra onde pretende ir? — me pergunta com um sorriso no rosto.

— Vim buscar uma amiga, o seu nome é Marte. — respondo e tento ser tão simpático quanto ele.

— Dona Marte? — ele parece assustado quando entende o que eu disse, mas volta a sorrir — vou ligar para o apartamento dela, só um momento.

Não é difícil entender o porquê da feição assustada dele e no fundo eu não achava que ela ia aceitar sair comigo assim de prima. Espero que ela não esteja saindo comigo por achar que me deve algo.

— Ela disse que você pode subir... — ele diz e segura em meu ombro — ela é uma boa moça, tome cuidado com ela rapaz, ela é uma bela rosa, mas já tiraram varias pétalas dela e ela precise de alguém para rega-la e ai sim você vai poder voltar a vê-la em sua forma mais bela.

Uau. Ele parece conhecê-la muito bem, mas ele tem razão. Ela precisa ser cuidada por alguém e eu sei que posso cuidar tão bem dela quanto um jardineiro cuida de uma rosa.

— Obrigado. — é tudo que eu consigo dizer, mas não sei bem pelo que estou agradecendo.

— Nada, o elevador fica a esquerda e fica no terceiro andar. — da outra vez que eu vim ele não estava aqui.

Estou tão ansioso e a cada andar que o elevador desce meu coração acelera, minha mão está suando mais que o normal, até parece que estou subindo no palco pela primeira vez. O elevador chegou e chegou ao andar mais rápido do que eu esperava, o apartamento dela é um dos últimos do corredor e eu estou com vontade de dar meia volta e sair correndo como um garotinho. Paro em frente a sua porta e respiro fundo antes de apertar a campainha. Ela abre a porta e caralho!

— Oi — ela me diz e sorri virando o rosto — estou pronta na hora, viu? — ela sorri, o que deixa ela ainda mais linda!

Eu não tenho reação, o que posso fazer agora é admira-la, mas sei que preciso responder, mas minha garganta travou e eu estou quase sem ar. Essa mulher ainda precisa ser regada?

— Muito bem... — falo parecendo um gago. — você está linda! — era inevitável não dizer isso a ela, queria tanto toca-la.

— Obrigado, vamos? — ela está sorrindo e meu coração está a ponto de sair do meu corpo e sair correndo.

— Vamos! — saio da frente lhe dando passagem, mas ela ainda está fechando a porta e passa por mim, posso sentir seu perfume e é um cheiro tão bom que me da vontade de agarra-la aqui mesmo e ordenar que ela abra a porta de seu apartamento.

Ando por todo o corredor, ela está na minha frente e eu estou encostado na parede, não consigo tirar meus olhos dela, ela está tão linda que eu me sinto o patinho feio. O elevador chega, entramos e a porta se fecha.

Marte.

Ele não tira os olhos de mim desde que eu abri a porta e esse silencio dentro do elevador chega a ser ensurdecedor, mas eu não sei o que falar, não faço ideia. Ele também está tão lindo e eu queria tanto que ele me toca-se, mas ainda não estou pronta pra isso, não agora.

— No que está pensando? — deixo escapar, mas no fundo realmente queria saber.

— Estou pensando em quanto eu queria te beijar agora. — e eu no quanto eu queria que isso se acontecesse. — Quer dizer...

— Nossa... — não queria que ele tenta-se se explicar e o melhor que eu consegui pra interrompê-lo foi isso. — Não seria má ideia! — O que foi que eu falei?

— Sério? — ele está se aproximando e minhas pernas estão ficando fracas, não estou pronta pra isso. — Você realmente quer isso, dona Marte? — vejo um sorriso se formar em seus lábios. Ele está com as duas mãos do lado na minha cabeça me deixando "presa", mas ainda não tocou em mim. A porta do elevador se abre e eu fui salva por pouco. Ele me "solta" e nós saímos daquele cubo metálico.

Passamos por Isaac e ele abre o portão e sorri pra mim. Por que ele deixou o carro aqui fora? Ele abre a porta e eu entro no banco do carona. Ele dá a volta no carro e entra no lado do motorista. Ainda estou recuperando o folego do que aconteceu no elevador e estou segurando firme no banco do carro. Ele solta o freio de mão e foi o mais perto que ele chegou de mim até agora, exceto no elevador. Ninguém fala nada por todo o caminho, talvez ambos estivessem se recuperando do acontecido no elevador, talvez.

— Chegamos. — ele para na entrada do restaurante e ele é enorme. Ele desce, mas quem abre a porta pra mim é um funcionário. Faith lhe entrega as chaves do carro e me espera pra andarmos lado a lado até o balcão onde tem uma bela moça.

— Boa noite, senhor Faith. — ela sorri pra ele como uma criança quando vê um doce. — Já reservamos sua mesa.

— Obrigado, Michelle. — ele não sorri para ela e a trata de forma extremamente profissional.

— É a mesa 25. Está é a sortuda da vez? — ela parece sarcástica. — quero dizer, sua acompanhante?

— Ela é mais que uma simples companhia. Vamos? — ele abre espaço pra que eu passe e eu nem precisei me defender daquela vadia.

Esse homem me surpreende cada vez mais. Ele puxa a cadeira pra que eu sente e isso é raro de se ver hoje em dia, cavalheirismo. Além de lindo, é cavalheiro.

— O que ela quis dizer com "a sortuda da vez"? — solto assim que ele senta. — Você já trouxe outras garotas aqui?

— Sim. Minha filha é uma delas... — ele falou filha? Já posso desistir? — e já sai com a Michelle, mas você é a primeira garota que eu trago aqui!

Quando eu acho que ele já me surpreendeu de todas as formas, ele me diz que tem uma filha e que já saiu com a recepcionista do restaurante que ele frequenta. Não sei nada sobre ele.

Rose of FaithWhere stories live. Discover now