Leo sai correndo, em direção a qualquer lugar receptivo; mas ele só via areia e água.
Depois de dois minutos correndo, percebe espantosamente que, não tinha noção de para onde ele iria. E nem sobre o que iria fazer.
Aquela tarde a seguir estaria lotada de carros de força carregando os milhares de reais em bebidas fora.
E foi isso o que viu: Ao longe, uma barraca vendendo bebidas como cerveja e pinga na praia, foi abordada por duas mulheres de preto; engraçado que, parece que elas não davam a mínima para os dois tiros bastante altos há minutos atrás.
Leo realmente não estava para investigações, mas ainda sim, sua curiosidade vencia essa batalha interna entre correr pra longe dali, e ver no que aquilo ia dar.
A mulher claramente se recusava a dar suas mercadorias, mas as duas não deram muita atenção. Leo se aproxima da barraca e vê que uma das mulheres, loira e alta, tem uma agulha azul na mão - a que fez com que Leo caísse inconsciente - pronta para simplesmente desmaiar a vendedora por seis horas.
Elas entram na barraca, e a vendedora, baixinha e um tanto gorda, começa a gritar com as duas, pedindo seus direitos. Leo, que estava atrás da barraca apenas escutando aquilo, vai para a frente secretamente para ver o que estava acontecendo. As duas mulheres continuam a ignorando, até que seus gritos começam a ficar irritantes para os ouvidos delas.
Leo, olhando de esgueira por uma fresta da barraca de madeira (enquanto percebia que os clientes se afastavam, e se perguntava porque era louco de não fazer o mesmo) viu a troca de olhares entre as duas mulheres. A loira um pouco mais baixa acena para a mais alta, a que estava com a agulha na mão sem o mínimo de cuidado. Ela entende o recado enquanto tinha um rosto arrogante pelos gritos da vendedora. Direcionando o olhar para a senhora irritada que já parecia ser de idade, puxa seu braço e enfia a agulha com precisão. Pronto. Em segundos, a mulher estava caída.
Leo permaneceu atento e um tanto assustado vendo as mulheres jogando litros de garrafas e latas de bebidas alcoólicas dentro de um saco. Em seguida. A loira mais baixa pega um telefone que com certeza ainda não havia chegado na ilha, e para Leo, em lugar nenhum do mundo. Era azul e tão fino como uma folha, não havia tela e nem botões, e sim hologramas. Em uma série de toques "no ar", uma voz agradável que sai do aparelho lhe avisa: "Contabilizado. Automóvel a caminho, senhora."
- Mal educados, não é? - a mulher que enviou a agulha na vendedora comenta com a outra, olhando para o mar.
- Nem me fale, Vívian. E temos que aturar esse povinho e fazer todas essas leis por causa dessa busca pelo tal pigmento. Em pensar que poderia estar treinando para ser uma bela capitã da Marinha
- Pigmento? Ele ainda está com essa obsessão com o Salão das Memórias?
Leo tem um breve choque. E medo. Se elas o vissem, ele estava literalmente morto.
Sentiu um barulho de passos atrás dele, até que de súbito, por pouco não engoliu o grito de tanto susto.
- Achei você. - ela fala, com alívio, sussurrando. Era a louca da pistola, Úrsula.
- Por favor - Leo responde, aos sussurros - Não me mate.
- Eu não vou te matar. Eu só preciso esclarecer tudo pra você. E vamos sair daqui, antes que elas nos vejam. - ela avisa, prendendo seu cabelo ao deixar a arma no bolso, rapidamente, e colocando a arma novamente na mão.
- Eu tenho medo de você. - ele diz. - Tenho medo que atire em mim, eu nem te conheço.
Então, Úrsula suspira e parece novamente ter 14 anos. Ela parecia mesmo ter uma idade indeterminada.
- Eu te conheço, Leonard. Antes mesmo de você saber que eu existia. - ela explica, adotando agora uma maturidade de uma mulher. - Mas antes, preciso que a gente saia daqui.
Leo estava muito confuso: Primeiro, uma anotação sobre um portal; segundo, esse portal existia; terceiro, um ditador estava a procura desse portal.
Ah, e quarto: uma garota muito bonita que possuía uma arma estava ao seu lado.
Cara, ela tinha uma arma.
Isso não é legal.
- Tudo bem, mas...
"Contabilizado. Senhora, perigo iminente."
Era o holograma falando novamente dentro da barraca. Úrsula aperta seu braço.
- Temos que ir agora.
"Dois indivíduos. Porte de armas."
Elas haviam os localizado?
Leo começa a correr, correr e correr. Assim como deveria ter feito desde o início. Corrido e voltado para a lanchonete, mas não...
As mulheres saíram da barraca anunciando tiros para todos os lados, não pareciam ser boas de mira. Já Úrsula era o contrário: Apesar de o moreno estar ocupado correndo, ao virar-se para trás conseguiu ver um tiro direto em uma das pernas da loira mais baixa. Deixando esse trabalho para as três resolverem, corre com tudo até que percebe que já não estava mais em um lugar vazio: Haviam crianças brincando na margem, e algumas outras barracas que estavam entregando suas mercadorias.
É, ele havia corrido muito. E agora estava exausto.Porém, o objetivo agora era sair da praia. Ele não havia percebido que tinha andado tanto com Úrsula até a barraca daquele velho.
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INK
AdventureDepois que o governador havia criado novas leis de cidade "teste", os moradores de Nuvai ficaram indignados por não poderem simplesmente sair do território de lá, a única fonte de lazer que eles tinham na cidade minúscula. Leonard, trabalhando ap...