Ele se joga no chão, balançando os braços como se fosse fazer um salto daqueles ridículos que se fazem na piscina.Cai ajoelhado, rasgando a calça jeans. E a pele também. Levanta e sai correndo para a única direção livre, mesmo sabendo que não vai ganhar dos agentes de lei.
Corre, sentindo os passos atrás dele, procurando não morrer até às cinco da tarde ao menos.
Ele vira para uma esquina que por sorte não tinha mais nenhum agente, mas já haviam uns quatro atrás dele. A sensação de estar sendo perseguido por algo que você nem sabe direito o que fez era horrível, porque na realidade ele só tinha escutado uma conversa boba... E estava no lado de uma rebelde do governo.
Okay. Era compreensível.
Ele bruscamente para.
Os agentes param também.
Era tão imprevisível que eles ficaram se olhando por dois segundos.
— Ei, agentes de lei, e tal — Leonard começa — Eu sei que vocês acham que eu não gosto de vocês, mas na verdade... É que...
— Matem esse cara logo. Ou desmaiem-no. — um homem diz, ainda não se dirigindo a Leo.
— Espere. Ele pode falar algo importante. — o outro responde.
Um alívio toma conta do rapaz.
— A verdade é que... Eu sou um espião. Entende?
— Como? — um dos homens fala.
— Quieto, Roger. — o homem que parece o chefe, careca e branquelo, manda. — Continua moleque.
— Eu? Moleque? — Leo solta uma risada irônica. — Sou um dos espiões mais bem treinados. Aquela cena no telhado pra pular? Vocês deveriam entender que era para vocês me reconhecerem! Aquela rebelde? Estava na mira!
Leo começa a inventar, e o chefe parece ainda desconfiar, mesmo surpreendentemente acreditando.
— Vejam se ele tem o sensor. Se ele for espião não foi rastreado pelo computador das irmãs Kelly. — ele falou, provavelmente se referindo às duas agentes loiras do tiroteio.
Um cara negro e careca também chega um metro a frente dos outros e liga o seu celular, tão estranho quanto o daquelas mulheres, e arregala os olhos, surpreso.
— Ele não está sendo rastreado.
Santo foco de magia que seja abençoado. Ele pensa. A magia realmente inibe qualquer rastreamento de Dionísio.
— Ei, cara. Desculpe. — o chefe fala. — Como pedido de desculpas, deixe que a gente pegue a garota.
Leo arregala os olhos assim como o agente anterior, mas logo engole seco e continua mantendo a atuação.
— Não precisa de desculpas, você só estava fazendo seu trabalho, assim como eu. — ele limpa o suor da testa. Sua barba estava incomodando ele demais pelo suor. — Deixe que eu pego a menina. Ela ainda pensa que eu sou um cara comum. Posso extrair mais informações, e não preciso ter pressa por enquanto.
— Tem certeza, cara? — o chefe pergunta.
Leo vê seu nome no uniforme preto.
— Claro... Edward.
— Awn. — ele diz, um enorme contraste pela sua voz grossa. Liga um botão no relógio. — Atenção, equipe. Voltem para seus trabalhos. Há um espião treinado cuidando de tudo isso. Vamos coletar as bebidas.
É escutado um resmungo de quem estava gostando de fazer seu real trabalho: perseguir e matar. Pelo menos foi o que Leo deduziu pelo empenho tão bom deles.
— Hey, cara. — Roger diz. — Você pode passar qualquer vez lá na central pra ver a gente.
— É isso aí. — o outro careca diz. — até mais.
— Até mais, pessoal. — Leo responde. Quando eles seguem até virarem a esquina enquanto Leo finge estar andando tranquilamente. Até que eles finalmente somem da rua.
E Leo explode de rir.
Ainda sem acreditar, grita de alívio, sozinho.
Ele não sabia como encontrar Úrsula. Na verdade, ele nem sabia mais o que fazer!
Ele procurou nos bolsos o papel que parecia ter feito aquilo tudo ter válido a pena: precisava encontrar a pessoa que sabia de tudo isso. E precisava ir para aquela barraca daquele velho de novo.
Se ele havia entrado nessa, acreditava que não existia mais chances de sair.
Coloca a carta de volta no bolso após examinar ela novamente e sai andando em passos rápidos, como se a qualquer momento aqueles homens pudessem ter falado entre si, "Hey, pedimos alguma identificação pra ele?" "Fomos burros e agora devemos voltar?" "Vamos dar uma punição ainda pior pra ele?"
Leo estava tão aliviado que respirar parecia ter sido o maior prêmio por tudo aquilo. Seguiu, no final das contas, para o caminho de onde tinha saído.
Afinal, tinha prometido ao seu chefe.
— Leo, POR QUE CARALHOS VOCÊ ESTÁ COM ESSE CHEIRO DE PÓ?
— Oi, Dayana.
Leo fala, e se senta num banco. A sujeira estava quase toda limpa.
— Você deveria perguntar porque ele está com esses machucados nas pernas e nas mãos, e porque as pernas dele estão sangrando, e porque ele resolveu ir para uma guerra civil ao invés de sair pra praia.
— Vocês precisam me ajudar — Leo fala, a cabeça encostada na mesa. Percebe que está cheia de areia por onde ele tinha dormido. — Antes eu vou tomar um banho, e depois disso... Eu vou dormir. E depois vamos entrar naquele buraco. E depois vamos procurar Úrsula. E depois... — Leo suspira, falando ofegante. — depois eu posso ter algumas chances de morrer. E, Jão, por que você não traz um copo de água, no mínimo, pro seu melhor amigo que está em decadência?
O coração de Leo estava apertado como se tivesse corrido uma maratona. E sem água, não sabia nem como estava tão tagarela. Deveria ser a adrenalina, o medo, a pressa.
— Um copo? Você precisa de uma caixa d'água de água pra ficar bom! — Dayana fala, mexendo nas suas madeixas recém-loiras.
João vai buscar água enquanto Dayana se aproxima de Leo, tirando um pouco do pó do seu rosto.
— Coitadinho. — ela fala, com um olhar preocupado e aflito, como se Leo não estivesse ali pra ouvir.
Mas ele não estava mais ali: seus olhos caíam, e logo ele estava dormindo, ou talvez desmaiado.
João volta, mas Leo já tinha apagado. Os dois amigos se olham, cúmplices, com medo pelo amigo.
Eles também estavam protegidos pelo foco de magia.
Mas não por muito tempo.
-×-
Atualizei.
Não revisei. Tive que correr.
Se tiverem visto algum erro ortográfico avisem.
Beijo! ❤❤❤

VOCÊ ESTÁ LENDO
INK
AdventureDepois que o governador havia criado novas leis de cidade "teste", os moradores de Nuvai ficaram indignados por não poderem simplesmente sair do território de lá, a única fonte de lazer que eles tinham na cidade minúscula. Leonard, trabalhando ap...