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Já estamos em novembro, já passou um mês e pouco desde do início da universidade. Para já está tudo a correr bem e espero que continue assim... Em relação à empresa, podia estar a correr melhor, sinto que estou a empatar o seu avanço porque como não estou dentro do assunto, tenho que me aconselhar com o meu primo e com o Afonso e sinto que isso faz com que as decisões demorem mais tempo a ser tomadas e a atrasar tudo...

- Aurora!

- É o meu nome!

- Eu sei que é!

- É lindo, não é?

- Sim, mas não é isso que está em discussão!

- Que mau! Diz lá!

Amanhã é o aniversário do meu irmão, queres ir jantar lá a casa?

- Supostamente não é o teu irmão que tem que fazer o convite?

- Sim é, mas ele disse que se for eu a fazer tu aceitas mais depressa...

- Só por isso não vou!

- Não?!

- Sim!

- Já me estás a baralhar todo! Vais ou não?

- Vou, mas quero que seja o teu irmão a fazer o convite, se ele não fizer não vou. Eu sei que ele te pediu porque ele não tem uma relação comigo tão próxima como nós temos.

- E espero que nunca venha a ter! - interrompeu-me.

- Estava a falar de amizade! Não tenho a mesma confiança e abertura para falar com ele como a que tenho contigo, mas acho que temos confiança suficiente para que ele me convidar...

- Já percebi o teu ponto de vista e tens razão! Ele disse para esperarmos por ele no final do jogo de hoje porque vem connosco embora, ele aí deve-te perguntar se vais ou não ao aniversário dele.

Estávamos num bar à frente da praia, um sentado ao lado do outro, a observar um mar agitado num início de tarde frio e chuvoso. Ainda não é inverno, mas com o tempo que está hoje mais parece que é, e eu adoro ver o mar nestes dias, é lindo e vemos uma pequena amostra da força que a natureza tem. É uma coisa que eu e a minha mãe temos em comum, ver o mar no inverno, sempre que vínhamos à praia no inverno ficávamos dentro de um bar ou no carro a ver a ondulação, não íamos para a praia ou para junto do paredão porque é demasiado perigoso, mas ficávamos imenso tempo a olhar para ele...

- Já reparaste que vimos a esta praia quase todos os dias? - perguntou o Afonso.

- A minha mãe adorava praia, e aqui no Norte era uma das suas preferidas, é um lugar perfeito para pensar e eu gosto de vir para aqui pensar e neste local lembro-me sempre de coisas boas que passei com os meus pais...

- E foi aqui que nos conhecemos...

- E foi também aqui que nos conhecemos! – sorri.

- Vai ser o nosso local.

- Já era o meu, tu apareceste como um bónus!

- Quando queres até és querida!

- É, quando quero até sou, não te habitues muito...

Ele pegou na minha mão que estava pousada sobre a mesa e entrelaçou os nossos dedos, olhei para as nossas mãos e sorri para ele. O Afonso chegou-se mais para mim e uniu os nossos lábios.

- Gosto muito de ti! - sussurrou ao meu ouvido e deu um beijo na minha bochecha.

- Eu também gosto muito de ti! - dei-lhe um pequeno beijo nos lábios e ele sorriu​ entre o beijo o que me fez sorrir automaticamente também.

Lótus  (Afonso Silva)Onde histórias criam vida. Descubra agora