Não me recordo o dia que ocorreu, talvez fosse terça-feira, talvez não. Mas sei que nos reunimos: Isaque, Luis , Jacó, Jabes e eu, decidindo os pormenores do enredo.
Um dos problemas logo encontrados era o um mês para o vencimento do contrato de locação. Se mudássemos antes do enceramento teríamos que pagar 1 aluguel de multa. Mas se não nos mudássemos logo poderíamos perdera oferta imperdível da casa encontrada por Jabes.
Temos que mudar, é o único jeito, falou Isaque
Não temos dinheiro para pagar essa multa, lançou Luis
E acha que eu não sei disso? Disse eu
O que fazemos então?
Por que não pedimos a dona para liberar essa multa, falou Luis.
O encarei em silêncio por um momento. Ele era o tipo de pessoa que sugeria essas coisas esperando o bem dos outros mas estranhamento nunca queria ficar responsável por ser o titular no contrato de aluguel.
Uma ironia que nunca entendi.
Pode dar certo, admitir, já que já havia uma garota interessada no mini projeto de apartamento japonês. formos todos na cara e na coragem falar com a tal madame que tinha um salão de beleza e muitos outros apartamentos mas que também era casada com um homossexual, coisas que vi em Cruz das Almas...
Tomando a frente, já que ninguém mais tomaria, expliquei a situação a ela, que me encarou o tempo todo com aquela expressão enigmática que possuía.
No fim consegui um desconto de 50% na multa. Menos triste, começamos nossa missão impossível: Mudar em alguns dias para casa dos sonhos dos bolsos de todo universitário/ sujeito desprovido de renda.
Não sei bem por que, mas decidimos fazer a mudança no ultimo dia de contrato, - Na manhã seguinte a nova moradora iria chegar então tudo tinha por que tinha quer dar certo.
Mas não deu...
Como éramos estudantes ou empregados, decidimos mudar por volta da 18:00 horas , por ser o melhor horário para todos. Conseguir chegar mais cedo e para agilizar fui ensacando os pouco objetos que tínhamos, não demorou muito ate Luis chegar e uma carroça também – em Cruz das Almas, mudar de carroça era muito comum e o jeito mais econômico ate então.
Pra adiantar descemos os móveis e colocamos no veículo tracionado por um burro, talvez jumento. Não sei a diferença.
Para minha surpresa dois meninos, um de uns 10 e outro de uns 13 anos conduziam o veículo sem nenhum adulto.
Como estava meio desesperado, não falei nada.
A essa altura já devia ser umas 19:00 horas e Jabes não havia chegado. A presença dele era vital por que as chaves da casa nova estavam com ele. Enquanto ele não chegava tentei distrair os meninos com conversas furadas e conseguir por umas meia hora ate que olhamos uns para os outros e decidimos ir.
Pensamos assim, não é possível , ele já vai chegar e alcançar agente!
E assim, montamos na carroça e fomos em direção a casa nova, no caminho as moças riam da cena, o que era normal porque nós, eu e Luis também riamos. Não andamos muito ate um homem gritar um dos meninos na rua, meu coração gerou por que ele era segurança e pensei que iria reclamar do trabalho das crianças, mais isso não aconteceu, o menino mais novo foi e voltou em instantes.
Ao chegar próximo da rua da casa nova, uma viagem de seus 5 minutos, percebemos que estava fechada devido ao serviço de calçamento da mesma com paralelepípedos.
Justamente no dia da nossa mudança....
Tentamos dar a volta, inutilmente – O garoto tentou passar por cima, não conseguiu. Então chegamos o mais próximo possível, uns 50 metros.
Andamos ate a casa, ligamos para o Jabes em vão, chamamos na casa nova quer parecia não ter ninguém. Conversamos com vizinhos, esperamos... Ligamos novamente, até que decidimos voltar...
Simplesmente não sabíamos onde colocar a cara, quem não rio da gente na ida, riu muito na volta. Carregamos novamente os móveis, pagamos a carroça que cobrou mais do que varia o carreto, nos escondemos no mini projeto de kit net japonês. – que seria nosso só por mais essa noite e ficamos preocupados com o Jabes. Isto aconteceu por volta de 22:00 horas, ate que em fim ele apareceu. Pediu desculpas, disse que estava na casa de um conhecido resolvendo alguma coisa e que havia perdido o horário e que na manhã seguinte ele faria a mudança por nós e que nós não pagaríamos mais nada.
Entre vergonhas e vergonhas não sei qual foi maior, se a nossa ou se a dele.
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Lá na casa do Albérico
AdventureSer universitário foi um dos maiores desafios da minha vida. Sei que não fui o primeiro e provavelmente não serei o ultimo, nem tão pouco o dono das melhores histórias, mas o tempo que passei na casa do Albérico foram os mais representativos dos me...